terça-feira, 2 de setembro de 2008

Moral e Bons Costumes (Prática Pedagógica III)

Todo viés progressista foi de água abaixo, a hipocrisia reinou e o senso-crítico virou alienação. Essas foram as últimas noções didáticas que me restaram das, também, últimas duas aulas de Prática III.

Embora houvesse um valor crítico realçado nos primeiros dias de aula, após debates acalorados, mostrando um grande poder ante a Instituição de Ensino Superior onde estamos inseridos. O estudante tendo noção de seu real poder mobilizador como segmento, sendo colocado nas nuvens pelos educadores até então idôneos nas falas. Diversas outras atitudes louváveis, por exemplo, censuras quebradas em prol da criatividade, grades curriculares destruídas em prol de uma melhoria interdisciplinar, PCNs realçados e altamente valorizados. Uma verdadeira noção educativa, de onde nós tiramos de jogo os retroprofessores e os livrodidáticoprofessores.

Até que chega as duas últimas aulas de Pedagogia, onde nós temos de expor a melhor forma de lecionar, qual é a postura do professor ante o aluno, e um discurso de um dinossauro impera: " - Essa realidade não se aplica a sala-de-aula!". "- Desculpe, mas essa é a verdade, tenho de discordar. " Breves palavras para mudar todo o rumo da disciplina. Com os outros novos professores acuados, e sem escolhas para argumentar, o dinossauro imperou até essas duas últimas aulas, onde foi exposto nada mais nada menos que, "- Nenhum aluno tem a obrigação de ver nossas pernas cabeludas, ou os pés quanto ao uso de sandálias (havaianas)" (Kalil, 1998). Citando, o professor de biologia deve seguir tem um código de Ética! (sic) Ética! Que nos lembra moral, bons costumes! Nos lembra tradicionalismo, nos lembra tecnicismo, nos lembra, PUFF, a pré-história. E mais uma vez o Terciário impõe plesiomorfias na sala-de-aula. A experiência, lembro-me bem da última apostila utilizada:

"A formação dos professores, que se vem realizando, pelo fato de pouco acentuar esta problemática epistemológica acaba por fragilizá-la, pô-la mesmo em questão. O que arrasta a impossibilidade de se atingirem muitas finalidades prescritas nos currículos. Neste sentido, os professores bem (in)formados nesta área podem recuperar um mau currículo e professores com graves deficiências de formação podem matar um bom currículo. Desejável mesmo é que de algum modo, o professor não assente o seu saber sobretudo na informação, mas que possa também desenvolver conhecimentos e saberes no modo de como se investiga, como se faz ciência. (...)"

Ou melhor:

"Porém, importa salientar e ter bem presente no espírito do professor que o tempo de ensino, já de si escasso, não correponde às necessidades de aprendizagem, e impede o professor de apresentar este longo caminho de crescimento do conhecimento, não fazendo ressaltar esta substituição progressiva, evolutiva e algumas vezes catastrófica das teorias umas pelas outras.(...)"
Praia, J; Cachapuz, A; Gil-pére. A hipótese e a experiência científica em educação em ciência. Contributos para uma reorientação epistemológica. Cap. 4. Cortez Editora: 2002.

Ainda têm aqueles futuros licenciados que vergonhosamente citam, sussurando: "- Por isso o professor é desmoralizado, não se veste bem, com elegância", ou coisas do tipo, elogiando a postura dos dinossauros. Noção esta que tem um significado de frustração, um mau professor conteudista, que não tem o mínimo de criatividade para aplicar em sala, e só visa o lucro, onde cada aluno é um cabeça de gado, dentre outras analogias mercadológicas.

Após a última aula aprendi que, e também aconselhado por um amigo, ficar em silêncio. Segundo Schopenhauer, após a angústia temos duas formas de expressar nossos sentimentos, uma ficando em silêncio, outra publicitando e compartilhando com o próximo. No viés da disciplina Prática Pedagógica III, o melhor é ficar em silêncio, embora politizados, há uma hierarquia que também é ensinada.

"- Temos de ter a noção que o professor, sabe mais do que o aluno."


Sai cada pérola na sala-de-aula! Adoraria um gravador, porém expor esse tipo de conhecimento pré-histórico exposto ao ridículo, só faz publicitá-lo ainda mais. Não devemos agir de tal maneira. Ficaremos quietos, e vamos às forras logo após fazendo textos que indiquem o nível de discurso adotado e, principalmente, de onde esse discurso foi retirado. A fonte.

Kalil, G. Chic homem: manual de moda e estilo. SENAC: 1998.

4 comentários:

Meuu irmao Allysson!]
Eu ia postar, mas fiquei até com vergonha depois que vi o teu!! Massa demais home..

Disse o que todo mundo queria dizer..

Epa.. todo mundo nada...

=D


Viva o "Chic Homem"!!

Outra coisinha pre-histórica: Professor não pode errar... Ah, faça-me um favor!

Essa agora foi boa allysson
a primeira frase jah falou tudo
quanta palhaçada!

Homi, é com "educadores" desses qeu agente vê realmente como que mentes são lavadas a partir de asneiras que tem como única serventia construir mais alguns tijolinhos para a paredes que alicerçam o sistema assim com ele está hoje, castrando mentes pensantes no local onde estas deveriam ser induzidas a reflexões sobre a realidade como ela é.

All in all, its just another brick in the wall...

Corre castelo Branco! Querem te pegar!!

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