sábado, 28 de fevereiro de 2009

As estratégias de Mercado da WMG e Youtube

Hoje, após uploadear um vídeo no gigante Youtube, recebo a seguinte mensagem do mesmo:

Prezado(a) allyssonallan,

Seu vídeo, Serra do Paulo - São João do Tigre/PB I, pode ter conteúdo que é de propriedade ou licenciado por WMG.

Você não precisa fazer nada. No entanto, se desejar saber como seu vídeo será afetado, consulte a seção Correspondências de ID do conteúdo da sua conta para obter mais informações.

Sincerely,

- Equipe do YouTube

Ou seja, meu vídeo foi impossibilitado de sair o áudio, isso porque coloquei alguns segundos da música de REM - It's the End of The World as We Know It. Fico extremamente triste com tal mensagem, e não uploaderei vídeos no Youtube. Google Videos, por enquanto. Depois outro hospedador de vídeos, pois já sei que essas práticas se replicam. Uma pena que isso tenha acontecido, acontece e acontecerá.

Aconteceu novamente,

28/02/09 - 22:40

Dear member,

This is to notify you that your video "sjtI.wmv" from your Google Video
account has been disabled because it has been identified by our Content
Identification tools as potentially lacking the necessary copyright
authorization for use on the Google Video site. Content Identification is
a program that analyzes similarities in audio or video between user videos
and a library of reference content provided to us by copyright owners.
When a video matches a reference file, that video is automatically
disabled.


If you believe that this identification is a mistake, please click on the
following link to learn how you can dispute this
http://video.google.com/support/bin/answer.py?answer=82442

Please note: Repeat incidents of copyright infringement will result in the
deletion of your account and all videos uploaded to that account. In
order to avoid future strikes against your account, please delete any
videos to which you do not have all rights, and refrain from uploading
additional videos that infringe on the copyrights of others.

More information about Content Identification can be found at this link
http://video.google.com/support/bin/answer.py?answer=82734

Sincerely,

The Google Video Team
http://video.google.com/

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

São João do Tigre - final

19 de janeiro de 2009 – segunda-feira

Eis que chega nosso último dia de acampamento, e deixamos tristemente a saudosa “Vilinha dos Extremos” às 4:30 da madrugada. O Sol vêm a nascer às 5:30, e a Toyota que viria nos buscar, cumpre seu horário para chegarmos cedo, a ponto de pegarmos um dos carros (outra Toyota para variar) para Monteiro, e de lá o grupo se desfazer com Karina a caminho de Princesa Isabel e Rienzy, Emerson e Allysson para Campina Grande.

Quem vai dirigindo para a praça de São João do Tigre é Gilberson, o filho da dona Beta. O grupo volta para casa com pouca conversa e, um misto de sono e cansaço. Quem chega com Gilberson no Toyota  é Seu Gonzaga com aquela risada fabulosa, que nos faz sorrir mesmo exaustos. Deixamos para ele a comida que não utilizamos no acampamento, e uma pequena quantia em dinheiro. Tínhamos certeza que logo após escutar a experiência da muralha da China construída em cima da Serra do Paulo por 8 homens em uma semana, com milhares de pedras justapostas, e com o detalhe principal de cada homem estar ganhando 30 reais por dia de trabalho extremamente pesado, aquela quantia que deixamos seria de grande valia.

Serras, serras e mais serras. Chegamos a placa do Serrote dos Caboclos e viramos à direita, logo avistamos a entrada da A.P.A. das Onças, um arco branco maravilhoso, passamos por quatro passagens molhadas durante o percurso. Chegamos a São João do Tigre imundos, com mochilas odorizando fumaça e logo colocamos as bolsas em um dos carros para Monteiro, o outro já estava cheio. Comemos pães em um dos armazéns da cidade.

Partimos em poucos minutos, chegamos a Monteiro após diversas ameaças de quebra dos frascos onde levávamos as amostras dos colêmbolos e dos oligoquetas devido aos diversos buracos, conhecemos dois moradores do Tigre que íam para Umbuzeiro, a Diana e o Sebastião, que nos olhava rapidamente e ficava encabulado, acho que nos admirando, o jeito dele me lembrava as primeiras fases de aprendizagem de uma criança. O susto do dia ficou por conta de um urubu que bateu no carro, ainda bem que na parte de cima e não diretamente no pára-brisa.

Colocamos nossos pertences no Real Bus, e o cobrador pergunta o que há no barril, e explicamos que ele estava vazio, colocamos nossas mochilas no compartimento lateral do ônibus, e temos como companhia o barulho de galinhas e suas respectivas proles  que estavam sendo carregadas dentro do ônibus. A viagem acabou meio-dia, Emerson desceu antes do ponto-final, próximo a casa dele, os outros dois tiveram como ponto final a rodoviária nova.

Final da linha, final da aventura.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

São João do Tigre – penúltimo dia

18 de janeiro de 2009 – domingo

Tudo começa no mais perfeito frio, o Sol nasce imponente e a fogueira começa a ser abastecida de lenha para o café da manhã. A velha rotina de pegar água quase acaba, e os 20 litros ladeira acima são vencidos. O programa matinal, logo após o café é visitar a população. Primeiro começamos pelo sítio da direita. Vamos à casa de dona Ivone, que nos ofereceu coco-catolé um dia antes, na casa conhecemos e conversamos com suas duas filhas, Monaísa e Moniele, que estavam assistindo desenho animado e segundo elas, adoram o Pica-pau. Conversando com Ivone falamos sobre os animais da região, dentre eles o gafanhoto que emitia o som do chocalho da cascavel, e que também algumas vezes me assustou nos caminhos. Um dia observei uma e ela estava com a parte posterior grudada a outra, que não tinha observado por se camuflarem perfeitamente no estrato herbáceo da região.

Citou também nossa estadia no mato, “- Durmindo no mato, povo véi” Falando também que nunca acamparam, muito menos com barracas por lá, e as filhas delas conheceram-nas por fora. Logo chega o marido dela, Seu Everaldo, grande andarilho e pessoa séria. Falamos sobre a Pedra do Flamingo e a Pedra do Encantado, ele decide nos levar até lá, às 13 horas é o horário marcado para partimos. Conversando disse que um padre holandês com a mãe subiram até lá, e disse também que Jorge, secretário de educação tinha levado um grupo de israelenses pra lá, e que uma das israelitas do grupo tinha treinado tiro por lá. Saímos de lá, e voltamos mais tarde após o almoço.

Enquanto isso, visitamos Cidão e família, grande figura, de boa oratória, dono de uma das únicas bandeirantes da região, e por coincidência ele estava arrumando-a, arrumando os freios e nos ensinando os nomes e como ele modificava com facilidade toda a estrutura do motor, equipando-o. Cidão e a mulher Marilene não tinham dormido ainda, nos ofereceram café, tomamos, e logo partimos, havia um grupo de familiares fora da casa tomando uma cervejinha e comendo mortadela.

Voltamos ao acampamento, Rienzy pega a água, eu vou ligar, Emerson busca a lenha, e Karina cuida do almoço. O único que não conseguiu cumprir com o objetivo fui eu, e logo arrumo outro após o almoço (macarronada sem muitos temperos disponíveis), vou buscar água com o Emerson para encher os nove litros que vamos precisar para caminharmos até a Pedra do Encantado, chegamos lá embaixo e logo após enchermos nos molhamos na água fria do poço, nos refrescando ante um Sol intenso. Com receio de que a ligação não tenha sido feita, fomos a casa de dona Luiza, mandar alguém dar o recado para a bandeirante de Gilberson nos buscar no dia seguinte às 5 da matina. Vamos correndo, conhecemos lá todo o povo, e voltamos com uma das filhas de dona Ivone, a Marcella que estava no segundo ano, uma das maiores escolaridades da região ela vai para a casa de Cidão e nós tomamos o rumo da casa de Seu Everaldo, e logo todos estão lá nos esperando para partirmos com destino a Pedra do Encantado.

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Caminhamos, e observamos o solo mudando de bege para vermelho, de vermelho para escuro, de escuro para arenoso. Inúmeras cabras pelo caminho. Comemos uma espécie de pastilha natural, com gosto de eucalipto, de uma árvore chamada bom-nome. Seu Everaldo nos testando, vai pelo caminho mais longo. Passamos por bosques que parecem de filme americano, com sombra abundante. Passamos ao lado de Serras lindas, vegetação maravilhosa, com a maioria seca. Toda a vegetação se fazendo de morta. Os liquens coloriam a paisagem incrustados nas diversas rochas. Avistamos Pedra do Flamingo, isso após uns 40 minutos de caminhada pesada, Seu Everaldo não parava. Bebendo água no caminho e andando intensamente, chegamos no destino final em 1 hora e 10 minutos.

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O local é paradisíaco! Um grande mirante, com um grande abismo, realidade de chapada diamantina, ou outra floresta tropical com um grande número de serras. Ele nos avisou que lá é raro aparecer corajosos. Até mesmo na Serra do Paulo, poucos sobem. Uma pena, pois quem desconhece, conseqüentemente desvaloriza. No caminho para a Pedra do Encantado, avistamos diversas cercas de pedra encaixada, e um sítio que parecia as ruínas de Machu Picchu no Peru, de tão bem encaixadas estavam as rochas, no meio do nada diversas belíssimas cercas. Lá é assim, de repente encontramos uma e outra maravilha, e casas abandonadas também. Na Pedra do Encantado escrevi isto no meu diário de bordo: “Estamos aqui no Encantado, sítio Boqueirão, que tem uma ampla visão da região, nosso guia foi Seu Everaldo, morador vizinho da Serra do Paulo, após 1 horas e 10 minutos. Avistamos daqui a Serra da Aroeira, e dá para ver um dos afluentes do Rio Paraíba. Avistamos um azul intenso digno da evapotranspiração belíssima caatingueira.”.

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Passamos pelo sítio arqueológico da Pedra do Encantado, com um cemitério em uma local, um local inacessível, com diversas inscrições em vermelhos, com colares, Sol e animais pintados na pedra. Observamos também no caminho algumas rochas que pareciam pintadas, esculpidas naturalmente com tons claros e escuros intercalados, parecendo a mesclagem da pele de uma onça.

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Voltamos e no caminho avistamos a Serra do Paulo, a original, embora seja menor que a lagoa da Serra do Paulo, o segundo ponto mais alto.

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No caminho passamos pelo Encantado, avistamos diversas crianças galegas com aspecto de alemães e Seu Everaldo nos diz que são descendentes de europeus mesmo. Com o pôr-do-Sol e o início da noite, passamos por um filhote de surucucu?! Estava escuro e logo ela deslizou rapidamente para o mato que margeia a estrada, e assim chegamos em dona Ivone, que nos oferece comida, mas temos de ir embora, e vamos não para o acampamento, e sim para a casa de dona Luzia, serrar a bóia lá. Encontramos Seu Gonzaga no meio do caminho, no meio do nada, já que sempre andamos com diversas lanternas, ele conseguiu nos identificar de longe e ficou nos esperando. Dona Luzia nos prepara uma mega janta, cheia de carne, arroz, feijão, macarrão e queijo. Comemos e logo nos encontramos fartos. Conversamos também um bocado. A casa de dona Luzia tem bateria de carro preservando energia, como as outras casas adjacentes que visitamos. Os assuntos na janta versavam sobre algumas situações, um tanto nojentas para sociedade, como no dia que bebemos a água com barata do jarro da casa de Seu Gonzaga. O próprio, nos contou uma história em que uma família estava colocando a água para ferver, fazendo café, e um “coroco” caiu dentro, e o tempero do café estava maravilhoso, quando olharam dentro da espécie de bule de ferro estava lá o largatão feito papa. Após essas conversas um tanto desfavoráveis, e outras de caças, e da surra que dona Luiza levou dos macacos de cara branca na Pedra do Flamingo caçando, gargalhamos outros tantos. Dona Luiza era caçadora e deixou a caça por ser perseguida por uma onça grande, de acordo com eles, as onças de lá tem por volta de 50 quilos. Contou também sobre os veados da região, que são vermelhinhos e listrados quando pequenos. Tamanduás também são encontrados. Por volta de 21 horas voltamos ao acampamento. Dormimos exaustos, para acordar cedo e irmos para casa. Última noite no mato.

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Urina Política

Após uma noite de cansaço anteontem, coloco este trecho, após reler meu texto feito para cumprir exigências de determinada disciplina. Um texto para EAD, tendo de ser explicativo, contextualizar a problemática, e inserir o aluno dentro do texto:

"Essa combinação nos leva à urina, um líquido que vai contra o discurso do contexto social, compreendendo as atividades políticas ali já asseguradas, todos estes registros encabeçam o que chamamos de equilíbrio osmótico."

Acho que foi o sono, ou os sonhos deveriam estar agindo, mas fica aqui esse hilário trecho. Ainda bem que enviei o arquivo há pouco, corrigido.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cultura do Menosprezo

A palavra-chave em pesquisa e prática de ensino na formação de professores nos leva a Cultura do Menosprezo. Uma dicotomia que nasce dos professores do ensino fundamental e médio, quiçá superior, que não pesquisam e têm uma ampla experiência com as problemáticas da sala de aula, e a outra face da dicotomia compõem os pesquisadores, que investigam as metodologias e instrumentos a serem utilizados na sala de aula, sem a experiência, a praxis.

Esta “tradição” fez com que a valorização das pesquisas sobre o professor e a escola permanecessem ligadas às proposições de pesquisa realizadas por acadêmicos e não pelos sujeitos da ação, que são os professores da escola básica. Sendo assim, os problemas analisados e “solucionados” pela academia partem muitas vezes de perguntas elaboradas por pesquisadores, e não por professores. Como consequência, as respostas são consideradas boas para a academia, mas não para a escola real, repleta de contradições e de complexidade. LUDKE, Menga. O Professor, seu Saber e sua Pesquisa. Educação e Sociedade, Campinas: CEDES, n.74, abr.2001. p.77-96.


Continuando:

Essa dualidade de perspectivas revela, ao mesmo tempo, n o professor a percepção de que a pesquisa acadêmica não consegue atingir os problemas e os temas mais importantes e próximos do seu trabalho na escola, mas que ela provavelmente domina os métodos e os recursos necessários para investigar devidamente aqueles assuntos fundamentais. A pesquisa que ele faz, ou poderia fazer em sua escola, parece não ter, aos seus olhos, a capacidade de dominar plenamente o conhecimento do objeto desejado, mas não há dúvidas de que ele é quem sabe qual é esse objeto (não o pesquisador da academia). Seu saber parece ficar pairando em um interstício, situado entre o que ele domina pela sua aprendizagem anterior em confronto com o que sua experiência vem confirmando e sua aspiração de expansão desse saber, por meio de recursos que poderão vir da pesquisa, talvez, não necessariamente. Em todo caso, seu trabalho presente não depende dela, aparentemente. Não da pesquisa tradicional, canônica, embora ela continue a funcionar como modelo distante, aprendido na instituição formadora e atuante até hoje.

Enfim, o "dom" de ensinar, presente no discurso de dinossauros, mostra o bloqueio, o muro existente entre professores novos e dinossauros. O mesmo quanto aos professores novos, que não dialogam com os dinossauros, tendo como discurso a soberba mediocracia (mestrados, doutorados, post-docs), e diversos livros didatico-científicos lidos.

A Formação Social da Mente


Estou lendo atualmente o livro "A formação social da mente" do Vigotsky, embora ele tenha compilado diversas idéias e experimentos de outros autores, fizera um aparato didático para psicologia, imprescindível para sabermos como nós agimos em diferentes faixas etárias, e quais as características-chave para formação do intelecto.

Na introdução ele faz um histórico dos estudos que antecederam a ascensão da psicologia humana no mundo, e o desenvolvimento dela foi comparado ao desenvolvimento da etologia, não diria como está no livro: psicologia animal, pois os humanos se encaixam nela.

Uma das primeiras noções que ele descreve sobre o desenvolvimento cognitivo, está ligado a comparação dos macacos antropóides e das crianças que são privadas do direito da fala. Estas últimas, não têm uma boa noção do que fazem, pois todas as crianças no processo de aprendizagem, têm de ficar perguntando, ou descrevendo o que faz, na hora da ação. Quando são privadas, elas passam a não fazer a ação, com medo de errar, outrora confiando na fala. A gente percebe isso atualmente, existem pessoas que lêem em voz mediana nas bibliotecas, elas ganham maior compreensão dos livros do que as pessoas que lêem silenciosamente (também por serem atrapalhadas pela poluição sonora de cada dia). Após um bom bibliotreinamento, aqueles que lêem silenciosamente progridem para o próximo estágio da leitura, o da compreensão sem a fala.

Outra noção importante está ligada às figuras. As crianças analisam as fixamente as ilustrações do livro, descrevem elas paradas, e não descrevem as ações e a situação contextualizada da figura, elas não têm o poder de analisar as ações, somente descrever os pontos fixos. Uma ilustração com dois rapazes jogando bola, ela descreveria as pessoas, a bola, as traves, mas não descreveria a ação em si, para onde a bola iria, para onde o jogador iria, o que o jogador estaria fazendo, a perna iria sair de onde para onde, o mesmo da bola. Essa outra noção que o Vigotsky nos dá, foi experimentada comparativamente com crianças de diferentes faixas etárias, quando maior a idade, maior a compreensão. Claro, que isto tem um limite, a deterioração cognitiva, vulgo caduquisse.

Continuando no texto, o Vigotsky explicita a importância dos signos no processo de especiação dos humanos, uma das diferenças dos macacos antropóides e dos humanos é a nossa capacidade de interpretar e significar a matéria. A partir dos diversos significados, temos a capacidade de formar nossa cultura.

Leio estes textos, pois na minha formação, são imprescindíveis para ganhar poder persuasivo, embora a psicologia faça parte da grande área "ciências biológicas". Não é o mesmo tesão de ler sobre Vigotsky obrigado, durante uma das disciplinas da licenciatura, fiz a leitura de uma das apostilas sobre as idéias dele, mas não foi a mesma grata compreensão. Espero que a disciplina Psicologia da Aprendizagem, melhore este ano, pois o Vigotsky sempre colocou a biologia comparativa em primeiro plano, a evolução ontogenética também é explorada nos textos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

São João do Tigre – 5º dia

17 de janeiro de 2009 – sábado

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Acordamos na casa de Seu Gonzaga, preparamos o café, pão assado com orégano, leite quente tirado das vacas do sítio, café, biscoitos, doce de goiaba, e após Seu Gonzaga aparecer, nos oferece queijo fresco de feição dele.

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Maravilhoso queijo que me faz nascer o pecado da gula. Arrumamos nossas coisas e colocamos as mochilas nas costas em sentidos nossas casas, onde arrumamos tudo e fizemos nosso maravilhoso almoço com arroz e batata doce. Passamos a tarde dormindo e logo fomos nos banhar, no final da tarde subimos a Serra do Paulo para apreciar o pôr-do-Sol, lá ficamos algumas horas, pós pôr-do-Sol a pilha acaba.

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Aparecem as infinitas estrelas. Com o frio intenso descemos, e com ele a total escuridão, sentimento leve de “vamos nos perder”, não deu outra, após descermos a parte da pedra verde que escalamos no primeiro dia, caminhamos diretamente para as macambiras, e encontramos a saída na extrema direita da mata, um caminho um tanto fechado para ser visto a noite. Interessante como de noite tudo muda de configuração. A ação dos ventos a noite era intensa, fizemos miojo e sopão, após alguns minutos de conversa, dormir. Como pioneiros no local, decidimos batizar o nosso camping como a “Vila dos Extremos”.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

São João do Tigre – 4º dia

16 de janeiro de 2009 – sexta-feira

Após a grande noite de sono, acordamos logo cedo, antes do Sol nascer. Emerson foi à campo coletar minhocas, e eu fui atrás dos colêmbolos, Rienzy atrás do leite quentinho de vaca que Seu Gonzaga tinha prometido no dia anterior. Após concluirmos nossas façanhas e Karina ter ficado na barraca. Fizemos nosso piquenique matinal, tal fato soma-se a fome naquele período.

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Fogueira acesa, leite fervendo. Café, chá e cappuccino, respectivamente, eu, Emerson e Karina. Do café da manhã para a Serra do Paulo, local maravilhoso para observarmos a beleza do local. Ficamos lá em cima contemplando a altitude e conversando nos ares sobre família, religião e sociedade. Logo avistamos diversas Cumulus nimbus se aproximando, diversas tempestades sendo guiadas pelo vento, ou seria pela rotação da Terra. Alguns trovões aparecem e, após, relâmpagos que nos tiram rapidamente de cima da Serra em busca de uma altitude mais baixa, longe dos perigos da eletricidade. Descemos pelo local errado, os afloramentos rochosos escorregadios, principalmente a parte mais escura das rochas com lodo. Ao descermos rapidamente, cai e cortei alguns dedos da mão na macambira que aparou minha queda, o mesmo aconteceu com Karina que vinha logo atrás de mim. Subimos novamente e pegamos o caminho certo da descida, ainda depressa, viramos vítimas de pequenos escorregões nas pedras liquenizadas. Pegamos nosso material nas barracas e logo nos vemos embaixo d’água. Colocamos as lanternas e a câmera digital no saco de lixo que carregávamos, e descemos a Serra embaixo de um imenso pé d’água. Este que, deixou todos molhados antes de chegarmos a casa de Seu Gonzaga, pé d’água que foi responsável também pelo som de trovão mais alto que já escutei, uma espécie de míssil caindo na Terra, me senti na Palestina. Tiramos as roupas e descemos à “vagem” (o oásis visitado um dia antes), logo após, a frente vemos uma cachoeira pluvial caindo com início no topo da Serra. Não podíamos ainda tomar banho de poço pois o Sol, devido a bomba ser movida por energia solar, estar ausente no momento. Diversos raios e trovões, além dos pingos fortes marcaram a tarde, voltamos ao acampamento as barracas com a maioria de nossos pertences molhados e muita ventania, além do frio. Cor a lenha úmida ainda tentamos fazer uma fogueira, embora sem êxito, só um aquecedor temporário para secar sinteticamente nossos calçados e roupas.

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Logo colocamos as roupas secas nas mochilas e partimos Serra abaixo, com os mantimentos para cozinharmos na casa de Seu Gonzaga. Logo, ele nos esperava com aquela gargalhada intensa e super original, ficamos conversando sobre a serra, a família dele e conhecendo melhor a sua autobiografia verbal. Liberando a casa para nós ficarmos, ajustamos nossos aposentos para dormirmos feito pedra durante a noite fria, após a intensa atividade muscular. Ainda jogamos sinuca, livros foram lidos, e eu continuo escrevendo este texto nesta maravilhosa noite cheia de insetos e sonoplastia biodiversa.

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