quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

São João do Tigre – 4º dia

16 de janeiro de 2009 – sexta-feira

Após a grande noite de sono, acordamos logo cedo, antes do Sol nascer. Emerson foi à campo coletar minhocas, e eu fui atrás dos colêmbolos, Rienzy atrás do leite quentinho de vaca que Seu Gonzaga tinha prometido no dia anterior. Após concluirmos nossas façanhas e Karina ter ficado na barraca. Fizemos nosso piquenique matinal, tal fato soma-se a fome naquele período.

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Fogueira acesa, leite fervendo. Café, chá e cappuccino, respectivamente, eu, Emerson e Karina. Do café da manhã para a Serra do Paulo, local maravilhoso para observarmos a beleza do local. Ficamos lá em cima contemplando a altitude e conversando nos ares sobre família, religião e sociedade. Logo avistamos diversas Cumulus nimbus se aproximando, diversas tempestades sendo guiadas pelo vento, ou seria pela rotação da Terra. Alguns trovões aparecem e, após, relâmpagos que nos tiram rapidamente de cima da Serra em busca de uma altitude mais baixa, longe dos perigos da eletricidade. Descemos pelo local errado, os afloramentos rochosos escorregadios, principalmente a parte mais escura das rochas com lodo. Ao descermos rapidamente, cai e cortei alguns dedos da mão na macambira que aparou minha queda, o mesmo aconteceu com Karina que vinha logo atrás de mim. Subimos novamente e pegamos o caminho certo da descida, ainda depressa, viramos vítimas de pequenos escorregões nas pedras liquenizadas. Pegamos nosso material nas barracas e logo nos vemos embaixo d’água. Colocamos as lanternas e a câmera digital no saco de lixo que carregávamos, e descemos a Serra embaixo de um imenso pé d’água. Este que, deixou todos molhados antes de chegarmos a casa de Seu Gonzaga, pé d’água que foi responsável também pelo som de trovão mais alto que já escutei, uma espécie de míssil caindo na Terra, me senti na Palestina. Tiramos as roupas e descemos à “vagem” (o oásis visitado um dia antes), logo após, a frente vemos uma cachoeira pluvial caindo com início no topo da Serra. Não podíamos ainda tomar banho de poço pois o Sol, devido a bomba ser movida por energia solar, estar ausente no momento. Diversos raios e trovões, além dos pingos fortes marcaram a tarde, voltamos ao acampamento as barracas com a maioria de nossos pertences molhados e muita ventania, além do frio. Cor a lenha úmida ainda tentamos fazer uma fogueira, embora sem êxito, só um aquecedor temporário para secar sinteticamente nossos calçados e roupas.

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Logo colocamos as roupas secas nas mochilas e partimos Serra abaixo, com os mantimentos para cozinharmos na casa de Seu Gonzaga. Logo, ele nos esperava com aquela gargalhada intensa e super original, ficamos conversando sobre a serra, a família dele e conhecendo melhor a sua autobiografia verbal. Liberando a casa para nós ficarmos, ajustamos nossos aposentos para dormirmos feito pedra durante a noite fria, após a intensa atividade muscular. Ainda jogamos sinuca, livros foram lidos, e eu continuo escrevendo este texto nesta maravilhosa noite cheia de insetos e sonoplastia biodiversa.

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