sábado, 27 de dezembro de 2008

Secularismo

Final de ano, festas ao léu, todos felizes ao lado de amigos parentes e aderentes. Forró, rock, gospel, amor, política, cartas, e assim vai reinando o império da boa sanidade. Onde todos usurfruem de seus estoques de energia em prol da felicidade própria, claro que não podia faltar o famoso ego, e alheia. Salve, salve, o bombardeiro de lipídios e carboidratos.

Quantos inúmeros cidadãos nesta época se enclausuram em casa, rente àquele daquele cheirinho agradável da cozinha. Onde o salário do mês imaginário do ano (13º) é totalmente empregado em comes e bebes, a gula de fato. Além da boa comida, e boa bebida, há o amor e os pecados capitais.

Aquele natal inesquecível com carnes pulando e no ritmo, a fauna XX gritando em prol do êxtase hormonal, aquele primo seu que na pré-adolescência descobre você e sua deusa de ébano estudando a fisiologia da reprodução humana, e como consequencia, ele descobre a velha e famosa masturbação no cômodo ambiente da casa, onde se pratica a higienização corpórea. Aquele casal vizinho que tem uma filha que vai ficar sozinha neste período de recesso escolar, em plena cidade reduto dos seres com coloração aposemática em prol do acasalamento. Onde também os larápios furtam as casas alheias, e quando as famílias voltam de viagem geralmente assadas, uma surpresa as esperam. São essas e outras belas situações que regam nosso início do ano com muito líquido roxo, violeta, lilás, melhor compreendido como vinho. O início do ano maravilhoso com o ócio exemplar, o barulho das ondas do mar, o barulho do vento forte ao tocar os fios de eletricidade no cariri, o barulho do chocalho do bode com a muléstia dos cachorros para comer um tiquinho de palma que restou na cocheira. A beleza da terra rachada símbolo do açude seco, a casinha dos colêmbolos em ambiente paleontológico.

Enfim, vamos aproveitar o final do ano e o que o cristianismo tem de melhor: os feriados, os pecados e os vinhos.


O dia internacional da paz que me espere. Dizem que é dia 21 de setembro, outros afirmam que é dia 1º de janeiro, e assim vamos vivendo em busca do ócio, da boa vida, e do amor. Amor esse que transcede os capilares vermelhos, chanéis revoltosos, a pele branca, o jeito sociável, nada do interior, o estudo dos números formidáveis e da física (de preferência a eletricidade), a bela conversa e o sorriso, ser persuasivo, feroz com distinto secularismo, deixo aqui meu ímpeto platônico daquele amor tridimensional que compôs a porta do hábitat do Baco, do Narciso e da Afrodite. O período helênico, como poligâmico, ops, como politéico, o mundo tinha mais graça (nós somos salvos pelas obras e pela graça), até a homossexualidade não era um tabu, que rima com miócitos de abruptas forças centrípetas.

"Como adoro músicas ideológicas, lá se vai essa parodiada em prol de minha felicidade por estar se aproximando do dia 27 de dezembro (amanhã), mais um dia importante em minha vida, assim como os 364 outros do ano. “A paz do mundo, começa em mim, o amor também, com certeza sou feliz, eu faço bem ao meu irmão, amigos e parentes, dentro do heredograma e cladograma de minha mente sã. Chegou a hora da gente construir os blogs, ninguém suporta mais os recados do orkut. Paz pela paz, pelo capeta, paz pela paz, por Deus também, paz pelada paz, pela certeza de te amar.”

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Pessoas mudam. Mudam?

Primeiro vamos descrever o que é ser alguém. As pessoas são classificadas de acordo com a expressão de sua essência. A essência determinará o ego de cada um. Essência, resumindo, deve-se em total parte aos seus genes, ou a expressão deles. Você nasce para o que é, ou não. A que se dá essa margem paradoxal? Na verdade, você será a expressão dos seus genes. Como um gene geralmente se expressa? Através da resposta à ação do meio. Também é relevante o tempo exposto ao meio. Nasci para ser obeso, não tenho os genes que expressam a proteína leptina ou seus receptores. Serei obeso se, invariavelmente se, em minha dieta houver alimentos gordurosos.

Outro exemplo: Possuo os genes que expressam o vício à ingestão de álcool. Serei alcoólatra se, invariavelmente se, começar a degustar bebidas destiladas. Eufemismo às vezes cai bem. Para não decepcionar antropólogos e sociólogos, considero o social uma parte encaixante do meio. Fator social também é fator do meio. Saindo da ciência, entrarei um pouco na filosofia. Pessoas são a reação e a aprendizagem aos fatores do meio, tal reação definida por sua essência. Geralmente quando digo que uma pessoa mudou, ocorreu uma apatia da minha parte sobre o que eu tinha em mente referente àquela pessoa. Se fulano mudou significa que aquilo que eu esperava dele não será mais correspondido. Vemos as pessoas com olhos egoístas. Não vemos as pessoas como elas são, e sim, como gostaríamos que fossem.

Sem mais circunlóquios, todo esse silogismo foi para definir a palavra central do texto: liberdade. O que a liberdade tem a ver com “pessoas mudam”? As pessoas são a expressão da liberdade que lhes damos. Exemplos são melhores de se ter um bom entendimento. Namoro uma menina que cujo pai é sério, intransigente, lacônico e não gosta de brincadeiras. Digamos que sou extrovertido, palreador, dinâmico e prolixo. Havendo um respeito em jogo, nas supostas ocasiões em que eu estiver presente do meu sogro, agirei de forma diferente à minha essência. Serei também sério e lacônico. Caso haja outro evento, no qual ele me viu vociferando “heresias” ou palavrões, qual será sua primeira reação? Ele dirá: Pessoas mudam. Mudei? Na verdade, eu sempre fui o mesmo, o que não havia era a liberdade da expressão das minhas características em ambientes onde meu sogro estivera presente. Aos olhos dele, eu era uma pessoa boa, e era alguém em que se podia confiar (por ser parecido com ele). Após a demonstração real do meu ego, virei uma pessoa má, uma cobra, um vilão (por não satisfazer a imagem distorcida que o mesmo tinha de mim). Ao epílogo, uma pessoa é a resposta que seu organismo dá em relação ao meio exposto, cientificamente falando, filosoficamente falando também. O que muda são os olhos de quem ver. Quem mais fala que os outros mudam ou mudaram, são aqueles que nunca deram a real liberdade aos outros para que expusessem o que significantemente eram.

A liberdade é aquela em que ambos os indivíduos demonstram suas características, sem que ambos critiquem e/ou não aceitem ser criticados. Se me chamam de gordo e feio, primeiramente, quem me chamou deve me dar a liberdade de dizer o que acho dele. Em segunda parte, devo ser um crítico ávido do meu ego para conhecer-me bem e aceitar a opinião do outro, saber até onde ela é real ou imaginária. Pessoas não mudam, no máximo passam por fases onde o meio expressará diferentes características do indivíduo. Apenas fases. Essência é imutável, a real essência. O que se muda realmente, são opiniões de quem nunca deu liberdade o suficiente para conhecer essencialmente o outro.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sensação Estranha

O dia foi repleto de surpresas. Um amigo de escola que está prestes a casar amanhã, morando pelas bandas do Sul; outra amiga, um tanto mais querida, foi ao exterior e não me contou; outro amigo, freqüente em minha vida, está mal de saúde e sinto que

necessita de minha presença; Outra amiga querida que promete um presente, outra amiga que noticia a sua saída de sua cidade natal em busca de novos ares no Amazonas, e algumas outras notícias que recebi pela internet, a mesma que parou abruptamente, quando estava prestes a terminar meus afazeres acadêmicos. Esse clima sem conexão, culminou após o filme

Efeito Borboleta 2, que tinha feito download há uma semana atrás, sendo que hoje, de fato, o espaço (PC) foi priorizado e a curiosidade necessária apareceu. Uma viagem no tempo através de fotos antigas, e três flashbacks, colocando maior peso na vida, no fator amoroso e no fator profissional, seqüencialmente. O ator principal do filme tinha lá suas chances de voltar ao passado, para reverter a situação. Mas, fico imaginando como nós, que não temos esse poder reagimos ao filme. Como lidar com a morte. Olhei para os lados, para a minha vida, e um flashback reinou. Por que não valorizo mais essas peculiaridades do dia-dia. Qual peso estou dando à família, amigos, estudos, lazer, dentre outros fatores primordiais para uma existencialidade? Quando o filme acabou um pouco de minha sanidade foi junto, muitas perguntas afloraram na cabeça. O desfecho desse enredo deve fazer parte de nosso cotidiano, tenho certeza que valorizaremos mais nossas vivências com aqueles que têm, de fato, vida, e esta tem peso maior existencialmente do que o futuro profissional, ou a busca incessante pela estabilidade financeira. Temos de pensar duas vezes antes de produzir inutilidades ao invés de existirmos de fato. O "em si" e o "para si", idéia de Sartre. O "para si" é o ponto-chave da idéia central deste texto, onde compartilho minha emotividade com vocês. Necessito dedicar parte de meu dia à Heidegger, Schopenhauer, Kierkegaard e o mestre Sartre.

Campina Grande, 19 de dezembro de 2008. (Sem acesso à internet)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Final de um Blog


Deduzindo fatos, observando outros. Percebemos que o blog morre, quando os embates ideológicos tendem a acabar. Com base no passado, e desta forma, prevendo (probabilisticamente) algumas ações futuras, tenho certeza que fatores externos se ligam a defesa de uma idéia central ou outra. Como assim? Por exemplo, se algo x acontece no meio de uma jornada extensa de trabalho feita por uma equipe, e a idéia central do algo x é bem vista por alguns do grupo, e mal enxergada por outros, há uma ruptura e os padrões não convergem, pois o poder de persuasão da pessoa que toma a frente da idéia x é berço de uma idéia y por aqueles que não gostaram, após uma estafante jornada de trabalho, das atitudes tomadas por aqueles que defendem a idéia x. Daí os ideais não se ligam, dicotomias, contradições, até culminar nas mudanças conceituais. Dentro destes padrões de mudança conceitual, a persuasão dita no início não influencia muito em um grupo onde todos têm voz e voto com as idéias opostas x e y formadas. Logo após, o grupo cria censuras, estas denominamos barreiras, limites mentais impostos por não avaliar a viabilidade de x ou y ou z (uma outra idéia neutra que pode nascer da guerra entre x e y). Portanto, o sentimento de orgulho, que nos leva ao patamar de imutabilidade das idéias, leva a crer que o x ou o y está certo, e que, só e somente, um dos dois leva à certeza, e esse é o primeiro equívoco. O segundo é ligado à impotência de persuadir o seu oponente. Um membro do grupo fica inutilizado em uma espécie de geladeira dialética, e depois morre com o pensamento: “o que vou fazer aqui gastando minha energia, que pode ser útil para outra ação”. Fazendo com que as futuras idéias construtivas x1, x2, x3, x4, x(n) não se propaguem corretamente, e aquele ideal y, que também pode se tornar y1, y2, y3 se opondo ao x ou não. Isso acontece muito na política, nas relações de poder, a persuasão é implícita, mas existe. As negociações para um ganho de confiabilidade é feito no ambiente externo ao palco onde se desenrolam as discussões acaloradas, e após a quebra da barreira inicial, com diversas idéias convergindo para um único ponto, há um uso demasiado do “não” no discurso alheio, mas, porém, contudo, todavia. Não o “sim, e acrescento ...”. Sim o “não, mas...”.


Geralmente os argumentos têm por trás um que de história, e devemos analisá-la também. Desde os primórdios da evolução ontogenética, onde tomamos como referencial para o futuro, os pais. Levamos conosco idéias centrais que influenciam até boa parte da vida, quando nos depararmos com um mundo externo ao lar, por exemplo, a escola onde passamos metade do dia, e logo após a universidade, onde passarmos geralmente o dia inteiro. Sem contar na internet que nos conecta indiretamente a escola e a universidade. Passamos maior parte do dia em determinados locais, onde agregamos valores, e esses valores impregnam os ideais de vida de cada um de nós, seja o viés ego, antropo, ou ecocêntrico. Este último é um tanto difícil de reinar ante os dois primeiros, embora a cobiça e o oportunismo se sobressaiam, e façam parte da “sobrevivência” dos dois primeiros prefixos citados anteriormente. Quando um blog morre, as idéias centrais não batem, os autores não digitam, e a confiança vai, vulgarmente, para o beleléu. É um produto de existência zero. Como fazemos mal uso de nossos sentidos, não percebemos essas relações em nosso dia-dia. A vida não se tornaria seca ou maquiavélica, se o “passatempo” da persuasão fosse mental, o problema é quando o passatempo se exterioriza através de emotividades fúteis dentro de metas e objetivos em busca de materiais supérfluos à vida.



Sempre levei em consideração o diálogo como fonte de construção humana, embora o orgulho, eufemisticamente a falta de sociabilidade, seja maior. Esse é um erro crasso, qualitativamente abominável em qualquer tipo de táxon. Espero que os autores do Holística retomem seus postos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cada um no seu quadrado...

Uma necessidade primordial humana é a avidez pelo seu bem-estar. Conceitua-se diversas formas para obtenção improcrastinável desse feitio. Uma dessas é a importância fisiológica, provida à prática de exercícios, alimentação, etc... Outra, certamente pouco estável, é o bem-estar mental. Criamos realidades dependentes do meio "regélido" em que vivemos e convergimos para as melhores estórias e as que mais nos satisfazem. A partir desse ponto, criamos crenças e mitos, para acalmar nossas "mentes e espíritos" (chamem do que quiser). Religiões até conseguem produzir esse efeito esperado, conseguindo haurir o mal-estar. O ponto principal é outro. Religiões tratam diretamente do meio social, onde há procura da população para instar em igrejas/oráculos aquilo que não pode ser produzido individualmente. Por tratar do social, a igreja tem papel importante para a formação do indivíduo quanto à educação, remetendo-o para hábitos "do bem". Não tenho nada a discutir, nem deveria, sobre proselitimos religiosos. O que venho tratar é transmissão da educação em instituições de ensino. Religião se dá muito bem na sua casa, no seu ambiente. O único problema são os excedentes religiosos procurando um local diametral às instituições de ensino. Religião não é nem ciência, nem filosofia. Afirmaria até o inverso: Religião é o fator mais estultificante em uma sociedade. Alguns afirmam que religião e ciência caminham lado a lado, uma apoiando a outra. Outros mais ousados afirmam que nada na vida faz sentido a não ser à luz da religião, parafraseando Dobhzansky. Inconclusiva e não concreta, definição de algo não admitido no âmbito educacional e científico. Explicaria de outra forma o porquê da falibilidade educacional no Brasil? Resposta fácil: Religião em instituições de ensino.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Racismo Ambiental


Lendo, em uma magistrosa madrugada de domingo para segunda-feira, artigos ligados às Organizações Não-Governamentais, mais conhecidas como ONGs, ou NGOs (em inglês), pude esclarecer mentalmente o que é o tal do Racismo Ambiental. Uma das referências que fora anteriomente solicitada no mini-curso de Ecologia Política, é a que utilizo orgulhosamente agora, e perpasso essa conceituação importante para de fato buscarmos a equidade do social e ambiental, politicamente. No artigo a problemática da construção da legalidade que rege a justiça ambiental, teve um pontapé inicial na ECO92 - Rio. Eis o trecho:

O racismo ambiental nos leva ao aparecimento de diferenças entre a qualidade ambiental de comunidades brancas e negras, resultando em racismo institucionalizado. O racismo institucionalizado influencia o uso local das terras, fortalece as regulações ambientais, facilita a implantação de indústrias, e onde as pessoas de cor moram, trabalham e brincam. As raízes do racismo institucional são profundas e tem sido difícil eliminá-las. Discriminação é uma manifestação do racismo institucional e faz com que a vida seja bastante diferente para brancos e negros. Historicamente, o racismo tem sido e continua estando na maior parte do sistema sociopolítico dos Estados Unidos, e como resultado, pessoas de cor se encontram em uma desvantagem na sociedade contemporânea.

O racismo ambiental é qualquer policiamento, prática ou diretiva que diferencialmente afeta ou não dá vantagem a indivíduos, grupos ou comunidades baseadas em raça ou cor. O racismo ambiental combina com policiamentos públicos e práticas industriais que promovem benefício aos brancos enquanto desloca custos para as pessoas de cor. O racismo ambiental é reforçado pelas instituições governamentais, legais, econômicas, políticas e militares.

BULLARD, R. D. (2001) Environmental Justice in the 21st Century: Race Still Matters. Phylon (1960-), Vol. 49, N. 3/4, p. 151-171.
Caracterizando o racismo ambiental como um sistema de dominação e exploração, Bullard versa sobre as diferenças, baseado em números da saúde pública ligados a problemática dos resíduos sólidos e destinação deles aos guetos americanos. Outro trecho interessante do artigo:
Resíduos de perigo e indústrias 'sujas' têm seguido os 'caminhos da menor resistência'. Pessoas pobres e comunidades pobres têm recebido uma falsa escolha de 'nenhum emprego e nenhum desenvolvimento' contra 'arriscados trabalhos de mão-de-obra barata e poluição'. Indústrias e governos (incluindo os militares) têm freqüentemente explorado a vulnerabilidade econômica das comunidades pobres, estados pobres, regiões pobres, para suas operações de 'risco'. O movimento por justiça ambiental desafia o colonialismo tóxico, o racismo ambiental,bem como o comércio tóxico internacional em casa e fora dela.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Avaliação dos Livros Didáticos de Biologia - 2008

Os livros da disciplina Biologia que fazem parte do PNLDEM 2008 foram criticados por 26 professores universitários, onde as críticas renderam tanto, que os produtos foram divididos em três artigos. Um sobre Genética e Biologia Celular, outro sobre Ecologia e Fisiologia, e o mais interessante, sobre Evolução e Diversidade Biológica. Parabéns para a equipe de especialistas por produzir um material tão útil aos professores de Biologia do Brasil. Embora, os quatro critérios utilizados, pequem por não ter o fator criatividade didática como avaliação, sempre com os mesmos exemplos e diversas explicações diferentes, se multiplicando e se tornando equivocadas, no pé da letra: as chamadas misconceptions extensivamente presentes nos três artigos. A metodologia compreendeu: (1) a adequação e conceitos corretos, e exatidão na informação básica; (2) adequação e coerência metodológica; (3) promoção de uma adequada visão sobre a construção do saber científico; (4) princípios éticos. (El-Hani, Roque & Rocha 2006)

... (5) adequação dos exemplos às pesquisas e geografia brasileira.

Chega de Manchester, Galápagos, Londres, se aqui temos Paraíba, Fernando de Noronha, Rio de Janeiro. Por exemplo, Darwin não esteve só em Galápagos para inferirem, somente, a fauna de lá.

El-Hani, C. N.; Roque, N. & Rocha, P. L. B. (2006). Brazilian High School Biology Textbooks: results from a Brazilian national program. Submitted to IOSTE International Meeting on Critical Analysis of School Science Textbook.

Neurônios, líquidos e vazios


Lendo aqui a Biografia do Darwin de autoria do Desmond & Moore, que segundo os 'críticos' é uma das mais fieis reproduções da vida dele, não só contando os fatores pessoais, mas sociais, culturais, econômicos, familiares. Os diversos fatores que atuavam na vida dele, embora não todos, mas boa parte. Cada descoberta era entusiasmante, principalmente por saber da mente aberta do avô dele, o Erasmus, o mesmo do Josiah, o outro avô. Os dois, mas principalmente o Erasmus, tinha um quê de ateu em uma sociedade totalmente conservadorista.
Nutrida por mornos raios de Sol em priscas grutas
Começara a vida orgânica sob as ondas
Portanto sem pais por nascimento espontâneo
Apareciam os primeiros vestígios de uma terra animada.
Erasmus Darwin

Aí bateu um vazio, a chuva começou a cair, o cheiro de terra molhada. Fui para janela, observei aquele fenômeno belo. Comecei a ler sobre a infância do Darwin, os momentos que ele se rebelava, até mesmo na escola, e ía para os bosques, até mesmo caçar. Ir ao laboratório de química, fazer experimentos com o irmão. Enfim, um cientista que tinha tesão pelo que fazia. Não só fazia, mas escrevia, diversas cartas, para diversos locais diferentes, diversas amizades pelo mundo. Admirável. Mais ainda saber, que quando o vazio bate, a história nos preenche de coisas belas. Histórias e estórias, metafísicas, ebriedade, sonhos, receios, e o jogo endócrino infindável.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fogo, vinho e pizza

As postagens em blogs são como chamas. Quando há muito calor elas continuam acesas por muito tempo. Empecilhos do dia-dia são os grandes responsáveis pela falta de criatividade? Ou não. Exponho aqui uma das situações que vivenciei neste último dia 8 (de dezembro).

Saindo com uma amiga pelas ruas de Campina Grande, convidei ela a ser minha companhia no Açude Novo, era por volta das 18 horas. Ficamos bebendo vinho no barzinho da sinuca, e filosofando a vida, falando sobre amor, sexo, família, dia-dia, etc. Logo após alguns copos de vinho, pude receber uma inusitada visita na mesa, uma senhora, ébria, com diversos netinhos, que segundo ela estavam saindo de casa raramente, e só ela fazia esse papel de levar as crianças para passear. Alguns minutos de prosa, e chega uma das netas, logo se apresentando. "- Meu nome é Vitória". Não muito tempo depois, chega o resto do grupo e ela formidavelmente começa a apresentar o nome de um por um. Impossível não refletir nossas práticas do dia-dia com uma família, embora com a avó ébria, feliz. Feliz? É o que chegava de lógico em minha mente, os netinhos sorridentes, cuidando da avó. "- Vem vó, deixa de incomodar eles", se referindo a nós dois. O mesmo falava o garçom, incomodado com a presença da velhinha: "- Minha senhora, deixe de incomodá-los", e ela: " - Ali são conhecidos meus". Era engraçada e reflexiva a cena.

Algumas horas depois, por volta das 21 , a fome bate, e vamos para um local mais requintado, uma pizzaria italiana, com música agradável para um bate-papo, toda decorada. Sentamos, e logo temos atenção de todos, como também a babação e o atendimento rápido dos garçons. A pizza chega, e com ela um casal senta ao nosso lado, um casal com duas crianças, uma por volta de 10 anos, e uma menina que não chegava aos 4. A menina, estava super feliz com uma boneca de pano, e tinha atenção integral dos pais, não podia sair de perto da mesa, e nos achava extraterrestres pelos poucos olhares de boa vizinhança que a menina fazia, acho que por não nos conhecer.

Isso significa o que?

Meninas da mesma faixa etária, em realidades diferentes. Uma mais acanhada, outra extrovertida. Das duas, a última. A super proteção dos pais em deixar a criança esquizofrênica, com sua amiga bonequinha, é extremamente danosa no desenvolvimento cognitivo da criança. C0gnitivo, intrinsecamente ligado à aprendizagem. A Vitória, hoje deve estar toda tagarela com os amigos na rua, já que os pais não saem de casa, e deixam a criança ao léu com a avó, e só ela promove essas saídas espontâneas com os netinhos.

São lições cotidianas, experiências válidas para ficarmos pensando, principalmente sobre efeito do etílico. Vou fazer isso mais vezes, agora sozinho, anotando essas pérolas de nosso dia-dia.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Alegria e Dinheiro

Lendo o Science Daily de hoje, pude perceber uma matéria muito interessante com a temática Alegria. Esta é produto do coletivo, e não do individual, é presente nas redes de amigos segundo cientistas da Universidade da Califórnia, por uma emoção contagiosa, por isso é denominada infecciosa.

Foram feitas observações em 5.000 indivíduos durante 20 anos. E foi também percebido que:

Examination of this dataset shows that having $5,000 extra increased a person's chances of becoming happier by about 2 percent. But that the same data also show, as Fowler notes, that "Someone you don't know and have never met—the friend of a friend of a friend—can have a greater influence than hundreds of bills in your pocket."

Matéria no S.D. em 05/12/08

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O mar

Escuto os sons da maré quebrando ao longo de um mol de silício, a maré contida em torno de um continente, ido, ente, doente. Saindo da litosfera, pulando em um copo de NaCl, chego à panela de temperaturas estáveis, alto calor específico. Sol forte, água fria. Lua cheia, água morna. O mar. Enfim, aquele que reflete todos os audaciosos raios solares, lunares, interplanetares, imagine aquele átomo que não vemos, e que está lá, presente na tensão superficial de diversos átomos de hidrogênio e oxigênio., com seus amigos fótons, que interagem com os príons, virusóides, viróides, extrematólitos. A beleza dos organismos marinhos, que não temos frequente contato, não utilizamos nossos cinco sentidos, e portanto não aprendemos, desvalorizamos a maior parte do planeta. Planeta narcisista, notado pelo Belo, analisando os padrões crípticos temos singularidades, analogias, vistas por uns, despercebidas por outros, ó seres aposemáticos. Chegando aos trópicos, chegando logo após aos pólos, pulando no equador, correndo todos os dias paralelamente ao meridiano de Greenwich faço um corte transversal na simetria radial da Terra, ou não por ser oval e apresentar simetria bilateral, adentramos na quarta dimensão, logo saimos, não entendemos nada. Refletindo defronte ao mar, de costas ao pacífico. Pensamentos atlânticos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Certo ou Errado?

Até que ponto estamos certos ou errados? Seriam essas generalizações danosas?

Andamos duvidando de tudo, de todos, com o ar científico que nos resta de investigar, fustigar e esmiuçar todo tipo de sabedoria que podemos extrair do conhecimento cotidiano, experiências controladas e deduções. Sempre me deparo com "afoitagens"* ante situações do dia-dia, onde o fator certo/errado não é levado em consideração, a fragmentação do fator em inúmeras variáveis, para posterior quantificação em percentuais, e para a partir daí citarmos, o quão certo tal assertiva é ou deixa de ser, com probabilidades de X evento ocorrer. Para persuadir, o emissor logo expõe essas generalizações certas/erradas em relação ao cotidiano, o que muitas vezes pode estar certo e errado, não sendo certo ou errado. Quando há discrepâncias probabilísticas de 90% de determinado evento ocorrer, falamos que está certo, não podendo estar errado. Quando fica no meio termo, 55% de certeza, está certo ...e errado. E assim vamos vivendo nossa vida, sem generalizações danosas, repudio-as. Até mesmo as de 90%.

*neologismo citado em uma apresentação de trabalho, onde minhas intervenções foram adjetivadas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bem-estar? Dez?

Reflexões, me sinto mal por compartilhar o sentimento de passividade ante o quadro de professores que temos, em suma dinossauros, que estão muito próximos da aposentadoria e deixam o pilar Ensino ao léu, bem como não sabem que existe os pilares Pesquisa e Extensão a serem cumpridos. Sistema nojento de repressão às atitudes de crítica formal aos professores, vindas de Coordenação/Departamento, quantas vezes a metodologia do deixar para o próximo ano, ou até mesmo, o aluno é temporário, o professor não, existe dentro de cursos de graduação por todo Brasil. Sinto-me conivente com tais ações passivas, e aqui desabafo como futuro profissional que serei, até que ponto devemos nos calar ante tais ações de medievalismo em sala-de-aula.



Bem-estar? Reflexões tomam frente esta palavra, sinto-me inútil, o que faço do meu tempo que me faz feliz. Após um dez, em uma prova de ecologia, a tristeza reina. O modelo não me satisfaz, é um modelo de dez para alguns, e abaixo de sete para outros, será que isso reflete o dia-dia, será que isso condiz mesmo com a aprendizagem excluidora? Embora utilize os velhos textos inspirados no Rickelefs, sentimentalizo aqui a importância das dissertações, imagina viajar os quatro cantos do mundo, explicar mecanismos globais, até mesmo cósmicos, receber bem o aluno, um show de prática por um professor de Ecologia. E é por isso que meu bem-estar está embaixo da zona oceânica com carbonato de cálcio, muito baixo mesmo. Pois o legado que este nos deixa, outros desconstroem, aliás, muitos outros, e essa é a causa maior de minha tristeza. Não só professores, mas alunos, administradores do curso, funcionários, todos coniventes com o sistema autoritário, sem diálogo, sem negociações. Repressão total, indiscriminada. Quanto aos alunos? Egocentrismo, imposição religiosa, babões, mercadológicos, onde se contentam com dez, uma pena. Para que o dez em nossas vidas se não fazemos outros tantos, em prol do existencialismo coletivo. O grande professor de Ecologia nos leva a reflexões legais, aulas super didáticas, embora nos deixe em breve, e esse será o tema de meu próximo post. Até breve.

Holística Diária, HD, ou covil ofídico

Olha só, o blog Holística Diária sendo citado no site Biologias.com

É um prazer imenso sempre lançar temáticas polêmicas e debater abertamente, como Gadotti diria Planetariamente, ou Cosmicamente como diriam outros tantos holísticos. Estaremos completando em breve quatro meses de blog. E por isso estou contente, pois somos colaboradores, não de nós, mas de uma construção social que é responsabilidade nossa e a cada dia cresce mais.

Textos servem para registrar problemáticas e reflexões diárias com o máximo possível de imparcialidade, vamos ampliando o conhecimento de todo o Brasil, quiçá Biosfera.

Aqui desabafei minha angústia de saber que um dia, os problemas diários eram expostos, hoje não mais. Faça de sua vida um livro, publique aqui.

domingo, 16 de novembro de 2008

Conservadorismo e Resistência

Há um bom tempo não tinha lido algo tão transcendente em minha vida acadêmica. Parabéns à professora Socorro Montenegro por esse magnífico texto. Um trecho:


Os professores dinossauros, segundo Hoffman (2001) utilizam-se então, de escudos e armaduras para resistir a quaisquer ataques no momento de apresentação dos resultados. Índices de reprovação elevados? A culpa está nas séries anteriores, nos professores anteriores. São esses considerados competentes? Então a turma de alunos é rebelde, indisciplinada, desatenta. Não é esse o perfil dos alunos? Então são incapazes, mesmo, carentes, esfomeados. Sugestões de outros colegas que deram certo? Nem pensar! É utopia, entusiasmo de professor novo.



HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora – As charadas da educação. 2ª ed., Ed. Mediação, 2001.

sábado, 15 de novembro de 2008

Prá o DNA, diga SÁ!


Certo dia J. Pinto Fernandes foi convidado a convidado a almoçar na casa de uma pessoa que dividia com ele a identidade de uma série de combinações genetícas graças ao enlace sexual entre dois casais, este em perídos de tempo distintos.
Graças a essa semelhança genética, as pessoas que o tinham convidado se deram o direito de opinar sobre as atitudes e escolhas do J. de maneira incisivamente inoportuna, mesmo que essas pessoas não tenham o mínimo conhecimento sobre o cotidiano do nosso amigo, mas como eles vivem falando: "irmão é pra isso mesmo", "irmao é assim qeu faz, tem que escutar e respeitar, até porque é irmão mais velho".

Sim, parentesco genético, o amigo J. escolheu isso?

Enquanto a personalidade está a ser formada, várias pessoas auxiliam na cunha de caracteres que nos tornam nós, e essas pessoas ficam em nossas vidas de forma que se tornam mais intímas, ocupando espaços que caracteristicamente pertenciam a família.
Mas se o amigo J. deciciu que a família que ele foi escolhida por ele, e não fruto de um acaso, qual é o problema?


Cadeias Reativas Verdes, o Livro

O livro “Cadeias Reativas Verdes: Sustentabilidade e Conservação no Semi-árido Paraibano” cumpre o senso-crítico que falta no âmbito acadêmico como forma de sintetizar a problemática ecológica atual, com propostas de alternativas viáveis para conservação da Caatinga, bem como o insere nas perspectivas econômicas, históricas e culturais, ampliando a visão do leitor sobre a problemática Holística, não levando o tema como “ecoxiita” para os neoliberais.

A perspectiva biocêntrica de desenvolvimento atrelado ao uso da cadeia reativa verde, conceito criado pelos autores, é um tapa com luva de pelica na sociedade mercantilista que não visa a necessidade, mas o desequilíbrio como fonte de lucro.

O livro está dividido em cinco capítulos, onde respectivamente: identifica as principais potencialidades do bioma Caatinga; desconstrói os mitos relacionados à obscura, cinza e seca Caatinga de Fome e Sede; problematiza a atual localização da energia como fonte insustentável de manutenção ambiental; propõe e descreve as alternativas ligadas à energia com novas e inesgotáveis fontes de energia, viáveis no ambiente do Semi-árido; e no final, a melhor parte, propõe um visão Holística e destrói as práticas atuais de (des)envolvimento com as cadeias reativas verdes.

O último capítulo ainda me chama atenção relacionando o ambiente às atuais políticas públicas que incentivam as práticas mercadológicas, danosas ao social e, consequentemente, ao ambiente. Reitero aqui a importância de combater esse mal, e revolucionar os sistemas agrícolas e urbanos, em prol das tecnologias que ainda não são bem vistas pelas maiores indústrias energéticas, as petrolíferas, que o vêem como rival no processo de busca ao acúmulo de capital.

Como era de se esperar, o livro no dia 20 de outubro de 2008, a equipe de estudantes de Ciências Biológicas ganha o prêmio Telmo Araújo de Divulgação Científica, proposto pela FAPESQ, na categoria universitária. Um parabéns grandioso à Thiago Severo, Ribamar Lima, Noiana de Paula e Magna Silva, por esse corajoso e hercúleo trabalho onde o livro foi somado aos afazeres acadêmicos de Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como à ausência de atenção aos familiares.

Darwin e os registros tupiniquins


Estava lendo um livro, liberado pelo portal DomínioPúblico.gov.br, que todos deveriam passar pelo menos alguns dias do mês visitando, e encontrei por lá o Voyage of the Beagle do próprio Charles, onde descreve toda a viagem feita pelo mundo afora, e um dos destinos, claro, é o Brasil.




Ao chegar no arquipélago de Fernando de Noronha, se espanta com a beleza do local, descreve as formações rochosas, das mais variadas formas, com diversos tipos de vegetais bem como rios presentes no meio da ilha principal. Logo após, chega à Bahia, onde fica em Salvador, leva uma grande tempestade e fica maravilhado pela tropicalidade de nossa terrinha. As cores, as formas vegetais o encantam, a capacidade de absorção e respiração das plantas, o inspirou durante as tardes que passou na Mata Atlântica. Durante a viagem na Bahia, ainda descreve o curioso baiacu, fica encantado com a morfologia do peixe, ao se inflar e os diversos tipos de mecanismos de defesa. Fala sobre as brânquias, a abertura bucal, a fisiologia do peixe ao ser ameaçado. Maravilhosa descrição, com perguntas diversas, que mostram a emoção do Darwin ao descrever os espécimes. Ainda se lembra que havia escutado o Dr. Allan de Forres que tinha encontrado um baiacu no estômago de um tubarão, causando a morte do topo da cadeia alimentar. Ah se eu tivesse essa informação nas aulas de Zoologia dos Vertebrados, estava imaginando a aula bem mais dinâmica com essas passagens.


Saindo da Bahia e indo para o Rio de Janeiro, ao aproximar o Beagle do arquipélago de Abrolhos, nota o mar vermelho causado pelo boom da espécie Trichodesmium erythraeum e descreve a superfície do mar com a super população de organismos que parecem feno picado com as extremidades recortadas, citando também que na passagem do navio o mar vermelho se dividia em duas bandas com cerca de dez metros de extensão, onde o número de indivíduos deveria ser infinito. Então, conclua aqui que nada mais gostoso de ser lido do que essas passagens registradas por um naturalista, melhor do que muitas disciplinas que se utilizam da descrição de cada parte da flor, caule, fruto, e não tem aquele quê de admiração e analogia, fazendo com que o aprendizado seja efetivo, não só o ensino (o repasse vomitado das informações).




O capítulo II compreende a chegada no Rio de Janeiro, aí ele deixa de navegar e caminha continente adentro, mais precisamente, cem milhas de distância da capital, ao norte de Cabo Frio, visitar um amigo inglês, começando a odisséia no dia 4 de abril. Fala nos outros dias, à caminho, dos bosques imóveis, das borboletas brilhantes. Ao chegar a Itacáia, se depara com uma casa de engenho, com as casas dos negros ao redor, citando que pareciam os hotentotes ilustrados do Sudeste da África. Citando os escravos fugidos e refugiados no topo das montanhas de granito, que pareciam as cortinas das janelas das casas brasileiras, e numa destas passagens, uma anciã escrava com medo da repressão se joga do penhasco, sendo descrita por Darwin como mera brutal obstinação, e não uma paixão nobre pela liberdade, ironizando.


Cada trecho me encanta, cada toque social, não só naturalista, Darwin nos surpreende. O quê abolicionista também é explícito, a viagem do Beagle nos deixa boas recordações sobre a natureza quase intocada da Mata Atlântica, e sobre o triste retrato da colonização brasileira com o regime escravista. A também as críticas do Darwin burguês, no Brasil sem regalias, onde relata fome e sede durante a viagem, tendo galinha, arroz e farinha para comer. Um dos trechos mais cômicos.


Fala sobre crescimento populacional e área do Brasil, o modo-de-vida dos negros, os principais alimentos, e as passagens de vergonha que ele teve ao chegar em Sossego.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O retorno da síndrome do Lattes


Andei pensando após algumas atitudes que observei ultimamente e resolvi mensurar o preço de um Lattes.

Artigo em revista _______"não converso com minha mãe a um mês, e moramos na mesma casa"

Um livro publicado _______ final de namoro

Resumo expandido _______ um amigo a menos

Mais um poster com meu nome _______ "hei cara, não conta pra ninguém desse congresso"

Primeiro autor em... _______ "vamo publicar, tem que publicar, a coisa é número..."


Resultado : Mestrado = APROVADO !?!?!?


Valeu a pena?
Pra mim não!

E olha que quem está se surpreendendo com isso sou eu, "o cara que é competitivo demais! "

Ser social e ocupado

Refletindo a síndrome da não postagem por essas bandas. Síndrome esta que reflete a falta de tempo, falta de criatividade, falta de ânimo, auto-estima. O impulso das teclas é perdido pela passividade, cansaço, desmotivação. O quão danoso é deixar algo ao léu em pleno burburinho desconstrutivo?

Lá se vão hipóteses e mais hipóteses, até chegar em meu café, e dele extrair sua substância mais afrodisíaca para as madrugadas afora, a cafeína, que me destrói por não deixar rastros de sono, este último é meu principal inimigo nestas madrugadas de dias de semana cheias de afazeres a cumprir.

O ser social e, consequentemente, ocupado dá lugar às inúmeras brechas que tem ao dia, e faz seu trabalho social, de mobilização e intervenção na sociedade virtual. Quanto tempo custa desabafar? Quanto tempo nos custa conversar sobre A ou B no MSN? Quanto tempo custa olhar fotos alheias no orkut? Ou até mesmo baixar aquele filme pornô da pesada, que é lançamento nacional com aquela prostituta impecável e famosérrima por ser a ex-namorada de um jogador X de futebol?

Afinal, não aguento mais frase do teor: "- Não tenho tempo!". Ou, estou ocupado não tenho horário vago. Aquela frase de Sócrates, adaptada claro, "- Cago, logo tenho tempo!".

Vagos aqueles que não usurfruem o dia a partir de noções existencialistas e sim, futilmente, ociosas. Esse último comentário é embasado na nossa ontogenia na cama. Um dia, algumas horas na cama, perdidas ou ganhas?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Extensão, Revolução Didática e a "Porra Toda"


Tenho buscado me informar ante a Pedagogia, de fato, Crítica-Social e numa das minhas pesquisas googleanas, encontrei uma escola-modelo com a metodologia defendido por Rubem Alves, bem próxima à Escola da Ponte. Me senti surpreso por existir uma Escola, que segue esta tendência, no Brasil. Um breve resumo da metodologia empregada na escola se encontra logo abaixo.

Embora um defeito, a Escola é privada (particular ou paga, seja lá como vocês quiserem denominar), triste retrato refletido no Brasil. A escola pública, de qualidade e socialmente referenciada, não existe. Ao se aplicar Projetos de Extensão em escolas públicas, há um certo receio, diríamos resistência, por parte de alguns dinossauros Estes, só falam pelos corredores nos salários, na política municipal, nos conteúdos. Os alunos? Os alunos são cabeça de gado, isso mesmo, Estatística. Cada cabeça tem seu devido valor financeiro. Não existindo brechas para críticas, só conteúdo, conteúdo, conteúdo, passividade. Ah, não esquecendo! Se promover a perturbação do Sistema vigente, o professor é mandado embora, a opus dei (melhor, Movimento Jesuíta, ou melhor ainda, Inquisição) existe e está bem próxima à nós, mas isso é tema para um próximo post.

Outra questão importante e plenamente observada hoje em dia. As revoluções pedagógicas existentes nas Escolas Públicas são temporárias, em prol de um concurso lançado por uma Empresa, outro lançado pelo Governo. Não existindo esta justificativa, o professor que está a frente do processo é denominado louco, ou utópico, e isso enfraquece o ensino, os próprios professores com sensos-comuns danosos aos outros, que agem com bom-senso ante a escola que fazem parte. Jogo de interesses puro e aplicado. Perco totalmente meu tesão ante tais práticas maquiavélicas em prol de gratificações, status hollywoodiano, exclusão social. Ué, exclusão social? Onde ela se encaixa? A exclusão social é implícita neste processo, afinal um ganha e outros têm de perder, é análogo ao vestibular, um passa e os outros têm de passar mais um ano da vida tentando entrar em uma Instituição de Ensino Superior (de preferência para "ganhar dinheiro"), e quando alcançam esse "status" encontram professores despolitizadores em disciplinas-chave como Prática Pedagógica/Sociologia/Filosofia, aliás, as disciplinas-chave deveriam se ampliar e não ficar em torno deste reducionismo, que encontramos até na própria preconceitualização de alguns cursos de Humanas, que tem como fim, a crítica ao social.

Os projetos de Extensão atuais, também seguem os ditames do reducionismo acadêmico, não há um holismo, uma interdisciplinaridade. Afinal professores de Departamento X, com alunos do Departamento X, fazem parte de Projeto X, como visto em diversos relatórios de Pró-reitorias de Extensão por aí. Isso se aplica na Educação Básica também, Professor X da Disciplina X com os alunos da sala X fazem parte do Projeto X, modelo análogo ao das Universidades, perceberam? Que o problema está no modelo dos Projetos de Extensão atuais. Se ensina o individualismo desde cedo, até porque os alunos estão mesmo é interessados na bolsa, que está acoplada aos editais de Extensão, não posso negar também este fator importantíssimo da análise, a disputa por essa fonte de renda acadêmica também promove o afastamento de extensionistas, futuros professores. A solução está na manutenção direta do Projeto de Extensão, que deveria existir, acabando com essa cultura de orientadores, bolsistas e futuros bolsistas, onde o dinheiro destinado a bolsa, seria direcionado diretamente aos ônus nossos de cada-dia, todos levariam no final do dia as notas fiscais (até como cidadania?! "mais dinheiro para o Estado") com um teto de gastos, justificaria-se a destinação do dinheiro público, e se aquele dinheiro aplicado foi realmente necessário. Quantos alienados a Indústria das bolsas produz hoje em dia, já não chega na Pesquisa? PIBIC, PIBICJr, o cão de chifres, agora PROBEX? A bolsa da Extensão é, digamos, uma forma de se adequar ao Sistema, como sempre argumentei, fonte de despolitização. Ah, se o dinheiro da Extensão/Pesquisa fosse com o dinheiro do Centro Acadêmico de Biologia, que tenho de prestar contas no final da gestão, tudo mudaria. A pressão político-social aumentaria, e o melhor as responsabilidades também. Enfim, a prática pedagógica existente hoje em dia me entristece, primeiro por aqueles que estão a frente de uma disciplina tão importante como esta citar que o aluno, e o facilitador (vulgo professor), não tem como empregar o sistema de Pesquisa/Extensão na sala-de-aula, formando sujeitos críticos, pró-ativos e intervencionistas, tendo como produto não só um cientista, mas um profissional idôneo. Lamento, não termos exemplo de escolas como esta em nosso dia-dia, em nosso círculo social.

Em breve, será criada uma escola com o método desconstrutivista. Pois a construção, em um sistema como este, só após o impacto e a reflexão de uma nova realidade, voltada ao Pensar! Criticar! Agir!

http://www.iece.com.br/

Proposta

Hoje, o IECE tem segmento do GII (1 ano e 8 meses)até o 9º ano, e em todo o Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano) vem se estabelecendo, junto com alunos e pais, numa proposta voltada para a autonomia do aluno - o aluno se torna ator e responsável por seus estudos e se implica nas realizações coletivas. Estas mudanças são decorrentes do reconhecimento de que, desta maneira, educa-se de verdade para formar o sujeito capaz de propor, questionar e participar da sociedade.


Metodologia

A Casa Escola pratica a insterdisciplinaridade através de Projetos de Pesquisa que envolvem as diversas áreas de conhecimento (Matemática, Linguagem, Geografia, História, Ciências Físicas e Biológicas, Artes, Língua Estrangeira e Informática Educativa).


Os professores orientam os alunos a desenvolverem um projeto de pesquisa de forma que eles possam:

• Escolher um tema a ser pesquisado;
• Transformar o tema em objeto de curiosidade;
• Resgatar e registrar o conhecimento já existente sobre o tema;
• Levantar questões sobre o tema a ser aprofundado;
• Formular hipóteses acerca do tema questionado;
• Escolher e selecionar os materiais que subsidiarão a pesquisa;
• Organizar o tempo e o espaço para desenvolver a pesquisa;
• Adequar os conteúdos curriculares ao tema;
• Comparar e relacionar as respostas encontradas com as hipóteses levantadas anteriormente;
• Concluir e registrar a pesquisa;
• Realizar a apresentação do projeto;
• Realizar a avaliação do processo

A avaliação acontece no decorrer de todo o processo, desde a escolha do tema à conclusão do projeto; através de fichas (de conteúdo e auto- avaliação), conselho de classe e trabalhos em pequenos grupos.

Esta metodologia se desenvolve a partir de um ambiente afetuoso de trocas e estímulos, onde o aluno participa, coopera, constrói internamente e socialmente conhecimentos significativos, que possam ser transformados, apropriados e utilizados em sua vida e no exercício para a cidadania.

Dando suporte ao projeto de pesquisa outros PROJETOS PARALELOS vão acontecendo na rotina da escola, estimulando o aluno a escrever, ler, falar, comentar, refletir, tomar decisões, criar...

Na metodologia adotada enfatizamos sistematicamente o trabalho com as diferenças e a importaância das mesmas para o aprendizado e respeito entre todos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cabeças vão rolar, e rolaram...

Ao expoente em termos legais do holística, vide artigo 2 do código holístico, referiu-se o pedido de cassação da integrante Patrícia Basílio por exposição de conteúdo inapropriado e execrar os pilares erguintes do Holística, a filosofia e a ciência. Dito isso, executou-se democraticamente uma votação sobre permanência/exclusão da ré supracitada. No total de 6 votantes (votos dos ofídios mais representantes), obteu-se por maioria, o pedido de retirada da ré como postante. Quanto a permanência dos posts e comentários já concretizados, relatem a sua aceitação ou não.

Cordialmente, banca suprema (;>) dos ofídios.

Pequenos problemas

Ops!

Quando fui dar uma olhada no Holística hoje, vi que o layout sofreu algumas modificações. Peço paciencia a todos vocês, pois prontamente estaremos colocando tudo em ordem! Abraços!

domingo, 2 de novembro de 2008

Minha própria quadrilha


Lendo um pouco do "mineirinho célebre", uma pergunta voltou a mexer com os impulsos elétricos de meu encéfalo:
De onde veio J. Pinto Fernandes?

Parando mais um pouco e refletindo, auxiliado pelas idéias do amigo Melo, outra pergunta começa a batucar em minha mente: Será que eu sou um J. Pinto Fernandes?

Se sou esse cara, como posso saber a real influência da minha entrada no circulo de relacionamentos de alguém?

Então tá, as coisas acontecem assim, agente nasce, aprende que se chorar ganha comida, aprende a andar de bicicleta, a jogar video game ( nem todo mundo), ai então começa a aprender coisas que depois de um tempo vai saber que estão erradas. No decorrer desses acontecimentos, pessoas começaram a participar da "quadrilha" de diferentes forma e cada uma destas trouxe sua bagagem que certamente modificou, por menos que seja, a formação dos pontos que me caracterizam. Foram estes os memes que eu recebi e que formaram o eu de hoje.

Vamos pensar, a probabilidade de eu estar agora sentado em frente ao computador, digitando esse post, é igual a probabilidade de que eu estivesse em outra cidade, dançanco rumba do lado de um chimpanzé vestido de Elza Soares. Devo então agradecer a algum J. Pinto Fernandes por isso? Ou será que algum amigo meu deveria me agradecer por não estar na situaçao supracitada?

Bom, essa resposta eu nunca vou ter, resta a mim agradecer por todos os memes que me trouxeram a onde estou agora e me divertir pensando nos "serás" da vida.

sábado, 1 de novembro de 2008

Biografia Naturalmente Seletiva

Disseram que o Darwin era pastor, gigolô, autodidata, nazista, esquizofrênico, macaco (sic), mulher do Wallace. Muitos sensos-comuns dispersos como poeira ao vento, embora um dia tendam a abaixar devido a ação da gravidade, digo isso porque até respirar neste meio espalha mais os sensos-comuns, tão danosos à sociedade, que alienadamente memetizam essas estórias.

Falta respeito à vida de Darwin, e todo legado epistemológico que ele deixou após revolucionar a estrutura fixista formada por diversos agentes clericais embasados no livro traduzido em diversos idiomas. Bem antes do fixismo Finalista, tínhamos concepções naturalistas bem mais interessantes como o Animismo, onde os elementos da natureza tinham seus respectivos deuses, e o Vitalismo, onde todos os seres que eram realmente vivos apresentavam uma força vital, uma energia, sendo esta escola descoberta antes do advento da Medicina, que acabou com essa estória da Força Vital, o Finalismo foi a última concepção naturalista que existiu, onde todas as espécies eram imutáveis, baseada também no sistema de organização biológica lineana, nada de colocar o tal do Hennig em jogo ainda nesta época, claro que também temos de "cronologicar" nossa argumentação. Com a revolução epistemológica de Darwin, houve o impacto e, consequentemente, fizeram a cruz dele.

Acusaram-no de criar o Darwinismo Social, altamente defendido por Spencer, alguns anos após a Seleção Natural entrar em foco na ciência internacional. Acusaram Darwin da mesma forma, com essa idéia de Darwinismo Social, de Nazista. Enfim, na época de caixeiro viajante, Darwin passou pelo Brasil, e como escrevia cartas para diversos amigos que ele cativou pelo mundo, (vide o site darwin-online) em uma delas expôs ante o sistema escravista que ainda imperava:

Tentando fazer-me entender, comecei a falar alto, a gesticular e, ao fazer isto, passei a mão perto de seu rosto. Ele, suponho, pensou que eu estivesse com raiva e ia bater nele, pois, imediatamente, com um olhar amedrontado e os olhos semicerrados, baixou os braços. Nunca esquecerei o meu sentimento de surpresa, desagrado e vergonha, ao ver um homem grande e forte com medo até mesmo de desviar-se de um golpe dirigido, como pensou ele, para seu rosto. Esse homem havia sido treinado para suportar uma degradação mais abjeta do que a escravidão de um animal mais indefeso.


Darwin nos surpreende e, neste trecho, expõe bem sua revolta ao que acontecia com o fator social no mundo, nada de bichinhos, plantinhas, fungos, bactérias ou protozoários sem levar em conta o fator antrópico!

Darwin tinha embasamento naturalista forte! Ao contrário, do que muitos pensam, que o Pastor da Igreja Anglicana, o Rev. Robert Charles Darwin não tinha embasamentos teóricos sobre Biologia, ele tinha uma excelente formação em áreas da Biologia, e segundo minha amiga Silvana.

Até hoje, existe uma publicação no início do termo letivo com todas as palestras e seminários que serão ministrados em todos os departamentos e centros de pesquisa. Qualquer um (aluno ou não) pode assistir a essas "lectures". Darwin tinha dois grandes professores que eram seus tutores. Um de Geologia e outro de Botânica. Além de ter treinamento excelente na zoologia. De tal maneira que Darwin era, sem dúvida alguma, um naturalista. Nada comparável ao nosso amigo formado em Letras e que só escreve sobre aquilo que não sabe.


Nem ao menos conhece o trabalho de Gould contra a microevolução, devido aos embates de época, e também contextualizar os trechos de Eldredge, esses dois serão os temas dos próximos posts. Fico somente com Darwin por hoje.

Respeito àquele que revolucionou a Biologia! Epistemologicamente correto, Darwin nos surpreende até hoje, com essas cartas cobertas pela poeira que citei lá no início deste texto. Pitis, faniquitos e muita, mas muita falta de respeito, são ditas por aqueles que ainda estão parados no calabouço conceitual fixista. Sendo crucificadamente vítima de diversas manifestações infundadas, onde nós percebemos a ausência da figura de Wallace, outra figura importantíssima para a revolução epistemológica, onde levantou o poder argumentativo do que seria um dia a Seleção Natural.


sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Síndrome do "Meme Egoísta"


Trazer a pesquisa para o contexto social é o sonho de muitos extensionistas, professores e militantes. Já foi discutido, há algum tempo, o papel da extensão na sociedade, e o quão prejudicial é a omissão do conhecimento, da parte de vários pesquisadores, para a comunidade.

Me sinto enojado com a hipocrisia de pessoas que clamam por amor, amizade e justiça, e mesmo assim tentam trancar o conhecimento para si. Uma prática muito comum é a não divulgação das informações. Uma entre vinte pessoas irá compartilhar notícias sobre o meio acadêmico, por exemplo.

Em relação aos trabalhos, estes são considerados "sem valor" ou "sem credibilidade" quando feito por muitos autores... que palhaçada!! Isso é desculpa de uma sociedade egocêntrica que visa apenas o desenvolvimento das pessoas mais próximas. As panelinhas.

As pessoas pesquisam escondidas, não querem falar que estudam, não dizem, ao menos, sobre o que estão pesquisando!!

Para que pesquisar então? Para guardar o conhecimento consigo como uma forma doentia de adorno sadomasoquista? Alguem vai ler seus resultados não vai? Sua ideia vai ser divulgada não vai?

Que vão pra o inferno os hipócritas sem-vergonhas, que querem restringir o conhecimento, ou mastigá-lo e cuspir em cima dos estudantes! Se bem que nos dias de hoje, é só você dar bobeira que sugam o teu sangue até a ultima gota, e você será o último a saber!

Que dilema..





Ps:

Esse é o Post número 200 do nosso Blog!!
Eu quase não estou acreditando nisso!!! =D Parabéns Equipe Holística Diária, vocês são demais!!!

Digam SA!!! =)

Impossivelmente possível

O termo mais fiel existente é a probabilidade. 50%, 60%, 0,093728%... O que dizem esses termos?


Talvez não digam nada, apenas excluem a "mãozinha" do querer de alguém. Confuso? Vamos esclarecer. Qual a probabilidade de nascer uma menina? 50%. Qual a probabilidade de nascer uma menina filha de pais de pele clara, nascer com a pele escura? 25% (hipoteticamente). Qual a probabilidade de nascer ou ter nascido uma menina no ano de 2008, na cidade de campina grande, no hospital da FAP, às 8:00 horas da manhã, filha de Maria e de José, e que os pais se conheceram em uma viagem no exterior, se atraíram e posteriormente casaram? 0,08232421%. Consideravelmente nula, possivelmente cabível, talvez improvavelmente testável.


Essa historinha toda remete apenas a um ponto final: Probabilidade. Independente do querer de algo ou alguém, coisas acontecem. Dá-se o meio termo de 50% ou metade para a maioria dos casos. Comprar ou não aquele objeto? Ir ou não? Dependemos do "não-tão-livre-arbítrio". A liberdade é condicionada a 50%. Estudei horas por dia, durante meses, assistia e participava das aulas no cursinho/colégio, a concorrência do meu curso fora de 2 candidatos para uma vaga e fiz a prova do vestibular. Qual a probabilidade de eu ter obtido uma das vagas disponíveis? 90% (hipoteticamente). Eu passaria ou não, só que tive mais chance de passar. Se passei, não foi deus nem Jesus cristo que quis. Buda também não. Fora apenas a probabilidade. Não o querer dela, fora apenas o seu ato, inconseqüente e insensível, palavras tão antropocêntricas.

Não estudei horas por dia, não participava das aulas no cursinho/colégio, a concorrência do meu curso fora de 18 candidatos para cada vaga e fiz a prova do vestibular. Qual a probabilidade de eu ter obtido uma das vagas disponíveis? 10% (repito, hipoteticamente). Eu passaria ou não, só que dessa vez a probabilidade seria menor. Se não passei, normal. Se passei, seria deus? Muitos afirmam que sim. Normal, a burrice está na genética de 94% da população (hipo, bem hipotético).

O que define algo é simplesmente a probabilidade, e que, independente de ser alta ou baixa, coisas acontecem (assombroso?). Ao assumir o pressuposto de que sou um indivíduo especial e que, por isso, Jesus ou deus, ou seja lá quem for, só quer o meu bem, a probabilidade deixa de existir. Passei no concurso (foi deus quem quis). Não passei no concurso (deus achou melhor assim, ele sabe o que faz). Caberia um vasto espaço para uma boa gargalhada, mas dou a liberdade de escolha do leitor de rir ou não.

O achismo, vastamente empregado na sociedade por intelectuais que só tem força de expressão embaixo do próprio teto, e força apenas contra crianças e acéfalos, virou moda. Não existe mais o correto, o real, e sim o que José acha ou Paulinho.

A probabilidade não trabalha com essas ferramentas. Aos que consideram a existência de um deus, a ele ficou empregado apenas o trabalho de jogar os dados, o resto a probabilidade define. Pergunta final: Qual a probabilidade de outro alguém escrever um texto igual a esse, e o mesmo texto estivesse sendo lido por você nesse exato momento? 0,00000000004345234. Uma coisa tenho certeza, você está lendo.

Deus morre aqui.

Holistica nossa de cada dia

Queridos amigos e amigas do Holística Diária, boa noite!

Gostaria de falar um pouco sobre nosso querido Blog.

O Holística Diária esta tomando dimensões maiores do que o esperado, e isso é uma vitória!

"Comemorai-vos!" hehehe

Neste mês conseguimos um link para o Holística Diária em uma notícia da UEPB, e a divulgação corpo a corpo esta ocorrendo muito bem!

Este "fenômeno" é consequencia de um trabalho bem feito. É sinônimo da seriedade, da inteligência e da criatividade da nossa equipe: Os queridos autores. Aos leitores, o ouro! Porque se há conteúdo de qualidade neste espaço virtual, ele foi escrito para vocês, e pensando em vocês! Gostaria de agradecer a todos que vem acompanhando o blog, e me desculpar em alguns aspéctos:

  1. Exite uma diversidade de autores em nosso Blog e, consequentemente, de idéias. Alguns textos podem agradar a uns e outros não, isso é evidente. É esta diversidade de idéias e é este diálogo saudável que estamos buscando. Quero me desculpar pela falta de Homogeneidade na nossa Heterogeneidade de posts!! Acontece que todos temos outras ocupações, e muitas vezes não temos tempo de postar com frequencia... mas isso será sanado, não se preocupem.
  2. Em segundo lugar gostaria de pedir desculpa por meio que ter transformado nosso querido blog em uma pequena "casa de luz vermelha" abrindo espaço para inescrupulados virem e destruirem os nossos debates filosóficos. Digo que daqui pra frente, os comentários anônimos, ou os pseudônimos, não relevantes serão apagados. Medida justa, e em respeito àqueles que passam horas atrás do teclado bolando um texto legal para postar aqui, e para os leitores que sempre se comprometem em participar ativamente e de maneira saudavel dos nossos debates.
Além disso, quero deixar algumas dicas para vocês, autores, para agilizarmos ainda mais a dinâmica do nosso blog, e conseguirmos mais credibilidade.
  • O nosso blog presa pela diversidade, porém devemos usar o bom senso, ou no mínimo, parcimônia, ao escrever nossos textos, e pensar se estes irão ser realmente relevantes.
  • O Blog é um espaço de todos, então não vamos recriminar sem fundamentos nenhum, ok? Um ambiente saudavél é melhor para todos.
  • Fiquem atentos a fatores estéticos em suas postagens. Um post atraente rende leitores!
Ex:


1 - Tem gente esquecendo o título!! Gente, o título é o "chama" pra sua postagem! E uma postagem sem título não aparece no google quando alguém for pesquisar por ela.

2- Usar imagens sempre é bom. Quando você coloca imagens no seu post, ele aparece automaticamente no slideshow que fica do lado direito do nosso blog. Quer seu post passando la? Coloca uma imagem nele! (Pode ser do seu PC ou qualquer uma hospedada na net)
Ps: Vamos usar bom senso nas imagens também ta?

3- Um texto justificado se torna mais organizado e mais gostoso de se ler. ;>

4- Links "clicáveis". Quando agente quer recomendar algum endereço de site, para não colar aquela URL toda troncha no post, e fazer o leitor ter que copiar e colar, é legal usar esta ferramenta. É só selecionar o texto que você quer que seja "clicado", clicar no botao, e colocar o link na caixinha.
É mais lega clicar aqui
Do que: Visite esse site: http://holisticadiaria.blogspot.com/

Outra coisa legal sobre links, é que durante nosso texto podemos colocar links pra outras postagens, de colegas!! Assim, valorizamos os nossos companheiros, e ainda enriquecemos nossos posts!!

5- Os marcadores são fundamentais para uma boa navegação. Imagine que eu quero ver só as postagens que tem a ver com a Caatinga... Eu posso usar a busca, porém é mais eficiente clicar em uma sessão que diga: Caatinga!
Temos do lado direito uma nuvem de tags que são as nossas categorias de posts, como vocês já notaram! Assim que vocês atribuem um marcador a seus textos, por exemplo, Ciencia, o mesmo irá automaticamente para esta nuvem.

6- Caso tenha alguma dúvida sobre os marcadores já existentes, clique em "mostrar tudo" e a lista toda será apresentada.

Então é isso pessoal, fica aqui o meu muito obrigado a todos que vem acompanhando, e um grande abraço!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

É Burrice e Palhacada viu Anônimo!!!


Será que ótimos alunos são aqueles que sentam na primeira fila anotando todas as pausas pra respiração dos nossos "maravilhosos professores".. e, no fim das contas não lembram nem o que bioluminescência?!

Ou aquelas que no dia da prova vão com micro saias do tamanho de um band-aid pra distrair professores babacas... e enquanto esses babam elas confirmam nos lembretes todas aquelas respostas sobre bioeletrogênese e têm no fim seu tão merecido dez?!

Ou aqueles que adoram o mestre querido na sua frente pra ter sua boa nota, e por trás malham o pau no docente decadente?!

Eu acho que não...

Mas nós, queridos "Ofídios", sabemos quem e o que faz a real diferença ali dentro...
E, por isso, não tenhamos a danosa esperança de libertar a todos; pelo contrário, deixe-os vendados, presos... afinal de contas nós sempre precisaremos de alienados, inclusive daqueles que (imerecidamente) AINDA estão hierarquicamente "acima" de nós. Quem nos servirá se libertarmos a todos?
Deixem que os capazes se libertem por merecimento, por mérito.. Só esses são dignos da luz do conhecimento! E isso não é crueldade, é justiça: "Seleção Natural"!

No livro traduzido várias vezes há uma passagem interessante:
"Não lancem pérolas aos porcos"!
Então não desperdicemos nossa peçonha com discussões que não compensam nem para alimentar nossos egos, por se tratar de algo tão insignificante e desprovido de qualquer respaldo, por mínimo que seja... É "garapa"... O Anônimo é café com leite!

Eu nunca vi um palhaço anônimo ser reconhecido pelo sucesso... nem um pseudo herói covarde ser estimado por seus grandes feitos... Assim, Anônimo e Covarde são adjetivos complementares que conduzirão nosso tão nobre comentarista ao "elevado degrau" abaixo de nós, que é onde ele conseguirá chegar! Sempre abaixo de nós!

Incito que façamos algo mais proveitoso do que perder nosso tempo com o que está aquém de nossas perspectivas... Minha sugestão de algo que insere-se imediatamente acima desses comentários toscos é o Bitstrips! Deleitemo-nos!
Pronto! Já perdi tempo demais com nada por hoje... Vou almoçar!!!
"SA" Amém!

Evolução Ontogenética

A Evolução Ontogenética, compreende o atual Devo, do Evo-Devo, a Biologia do Desenvolvimento. Uma das formas de evolução, onde compreende o nascer, envelhecer e morrer, a ontogenética. Outro tipo de evolução está ligada a separação de grupos com caracteres em comum, a Filogenia. Um dos que falaram que a Ontogenia recapitula a Filogenia, foi Haeckel, e abriu um grande passo para a inserção da Filogenia na Ciência.

"- Cadê a evolução acontecendo agora?"

Esse é um dos sensos-comuns utilizados por aqueles que adoram argumentos 'ad hominem'. Podemos ver a evolução ocorrendo agora, a partir do que chamamos de Ontogenia.

Nasce, cresce, reproduz e morre.

Poucos sabem disso, e poucos querem ver a evolução in loco?

Um exemplo de cladogênese, divisão de grupos de 'bichos/plantas', está ligado aos indivíduos que têm ciclo de vida pequeno, "poucos anos de vida". Através das diversas reproduções e parentescos de quadragésimo grau, podemos perceber a variabilidade, e até mesmo a especiação como ocorrem em drosófilas. Então, o que é o ciclo de vida senão a Ontogenia? O que são diversos ciclos de vida senão a variabilidade? O que seria a Filogenia senão a causalidade de diversas reproduções onde ocorrem a variabilidade?

"Post especial ao meu amigo Uirá, feliz evolução ontogenética."

sábado, 25 de outubro de 2008

Onipotência? Onisciência?

"Can omniscient God, who
Knows the future, find
The omnipotence to
Change His future mind?"

Karen Owens

Opine sobre...

Capitulo VII da Constituição Brasileira

Bem hoje estava conversando com o nosso amigo e criador do Blog Holística Tiago sobre a reabertura da inscrição do vestibular da UEPB, estava comentando a ele que não acho essa reabertura da inscrição injusta, pois acho que todos os alunos de instituições publicas tem direito a isenção, pois entrará na universidade aquele que se preparou e estudou mais para prestar o vestibular. Entrará aquele que mais se capacitou para realizar a prova. Pois bem resolvi ir atrais de algo que me axuliasse na exposição da minha opinião e busquei me basear na constituição.

Capitulo VII da constituição:

-Dos Direitos Fundamentais Dos Brasileiros:

4. Igualdade de Oportunidades:

Assim como a igualdade perante a lei se constitui em um dos pilares do Estado de Direito Liberal.
Abstratamente considera, o principio da igualdade de oprotunidades nada tem de particularmente novo:não passa da aplicação do principio de justiça a uma situação, em que existem varias pessoas em competição para obtenção de um objetivo unico, isto é, de um objetivo que so pode ser alcançado por um dos concorrentes-o mesmo numero de jogadores em cada um dos times adversarios, o mesmo numero e a mesma dificuldade nas questões de um concurso publico, por exemplo.
Ela passa a ter importancia politica quando, transplantado para a vida politica de um Estado, isto é , quando tem por objetivo colocar todos os seus membros na condição de participar da competição pela vida ou pelo que é vitalmente mais significativo, a partir de condições iguais.

Espero que todos opine sobre esse assunto, pois assim faremos um debate democratico e chegaremos a uma conclusão na qual ajude a resolver qualquer embate sobre esse assunto que se repercutiu tanto em nosso Estado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Síndrome do "Biologia é um saco"

Após tantos estudos, tantas tendencias pedagógicas que viram e foram, por que a sociedade ainda está presa no conceito contextualizado de disciplinas e "matérias" isoladas? Porque ainda existe essa dicotomia?

Como em qualquer bioma, ou ecossistema, um determinado organismo só vai sobreviver se as condições estiverem favoráveis para tal. Acontece exatamente assim para modas ou "tendencias". Presenciamos um descaso com a educação por que este descaso está "muito bem, obrigado", sendo nutrido por um sistema manco, ou melhor, capenga.

Desde que tenho contato com estudantes de cursinho pré-vestibular, ou do ensino médio como um todo, venho contraíndo um certo nojo de como os conteúdos, até então chamados de programáticos, estão sendo dispostos e apresentados para estes jovens. Tomando como exemplo a "disciplina" de Biologia, posso afirmar sem medo que grande parte dos alunos acha a mesma "um saco", como eles mesmos expliclam: "Nome demais para decorar", "Coisas que eu nunca vou usar na vida" e a mais trágica: "Não tem nada a ver com a área que quero"...

Mas como não pode ter a ver com a área que esse rapaz quer afinal, se ele vive em uma sociedade, que esta inserida em um bioma, onde ecossistemas estão interagindo. A própria criatura é um ser vivo, que depende do seu funcionamento fisiológico e hormonal para porder chegar a esta conclusão! Como esses jovens podem ser tão cegos a tantas coisas às estações do ano, à comida que esta na sua mesa, a hora que vão ao banheiro, ao sexo!?

Simplesmete porque existe substrato para sustentar a ignorancia.

Neste caso, ataco diretamente o ponto mais alto, o que causa grande parte desta alienação. O vestibular. Este exame se torna motivo de três anos de estudo (ensino médio), ou até mais, para quem estuda cursinhos por aí afora. A prova é totalmente "bitolada" e leva em consideração termos arcaicos, cálculos intermináveis e uma descompartimentalização da mente destes alunos, que se desligam do mundo e partem para cima de livros com conceitos mais arcaicos ainda.
Não tiro a razão de quem fala que a "disciplina" Biologia é chata. Ora, do jeito que ela é apresentada para os nossos estudantes, o que poderíamos esperar?! E a história continua, se refletindo em várias outras áreas do conhecimento, que alguém muito inteligente dividiu para facilitar a formação de profissionais alienados que não se dão conta que vão morrer sufocados com o aumento do CO2, ou que não sabem o porque aquele tombo de ontem criou uma "casquinha".

Pode parecer repetitivo, mas irei (Iremos) repetir e ir contra esta corrente até o pilar cair!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Criticas Matinais

Hoje, acordo e me deparo com o argumento do lucro, visado pelos cientistas, ou melhor por toda estrutura científica. Acordei, li os noticiários, e logo percebi "Químico que deu Nobel a colegas, hoje dirige uma van", contando a história de Douglas Prasher.

Os sensacionalismos começaram quando mostrou que ele ficou desempregado, e com baixa-estima por não ter ganhado a bolada de alguns milhares de dólares como gratificação ao ganhar o mega prêmio da Indústria Científica.

Claro que perguntado pelos repórteres da New York sobre algo ligado ao lucro, responde prontamente à imprensa, que não estava confortável com a situação de perda do prêmio. Embora, acho que outras perguntas tenham saído quanto a vida dele, só colocaram as perguntas de cunho "interesseiro" para ele, do estilo "- Como você se sente sem o prêmio?", "-Como foi essa experiência de não ter o prêmio em mãos?", ... "- Como você se sente sem os milhares de dólares.?". Esta última, acho que foi descaradamente, uma das primeiras, embora seja achismo de minha parte.

Será que o fim de fazer Ciência atualmente no mundo é esse? Lucrar?

É o mesmo sistema de ir a qualquer Congresso Científico atualmente, há os orientadores, os bolsistas e os futuros bolsistas. Não há mais profissionais, mas futuros empregados na indústria da Ciência, onde vão tocar outros eventos científicos parecidos, para perpetuar essa transmissão cultural extremamente danosa à Academia.

Enquanto isso, o Prasher dirige uma van, e é claro, com todo sensacionalismo por parte dos entrevistadores, responde timidamente.

"Há outras pessoas que mereceram muito mais do que eu", afirmou. "Elas ralaram a vida toda pela ciência, eu não."

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Medicina Pecuária

A medicina veterinária agora é pecuária, este é o retrato atual do curso de Medicina Veterinária nacional. Os bacharéis, intitulados "doutores", estão maquinando melhores estratégias para satisfazer o ego(centrismo) em busca do capital. O que me surpreende é que diversos deles são filhos de latifundiários, que criam em seus currais diversas cabeças de gado, lucrando demasiadamente em cima da morte de animais. Animais estes que são bem estudados pelos próprios, tanto economicamente, quanto biologicamente, as células nervosas, os impulsos nervosos, o ato reflexo, a dor. Não entrarei em ditames biológicos em minha argumentação, mas principalmente em cima do "tanto economicamente".

Após a criação do curso de Medicina Veterinária, cursos, a exemplo de Zootecnia, entraram em jogo para satisfazer a demanda do Mercado, a cada dia os subsídios aumentaram para a Indústria da Carne, do Desmatamento e da, conseqüente, Desertificação. Um exemplo é analisar o discurso do "- Agregar Valor" e entreter a população com argumentos de produção animal, qualidade do queijo, do leite, caprinocultura, ovinocultura. Aplicar, em segundo lugar, a argumentação: "- Na Paraíba não precisamos de biólogos para estudar o mar, e sim a Caatinga, estudar o mar é desnecessário!". São duas argumentações que utilizou um dos cabeças do INSA, Instituto Nacional do Semi-Árido em palestra na Semana de Biologia de Cuité.

O que realmente assola o Semi-Árido atualmente? A Pecuária, mais precisamente a Caprinocultura e Ovinocultura. Além dos bovinos compactando solo, transformando a vegetação arbustiva em herbácea, e o estrato herbáceo em solo pedregoso, observamos grandes áreas, onde a Produção Animal se apropria em prol do lucro. Como não conseguimos instalar uma forma de renda onde não extrairíamos os recursos naturais altamente adaptáveis, mas sim valorizaríamos em troca do tão almejado salário mensal. Poderíamos utilizar a publicidade de nossa fauna e flora altamente adaptadas ao ambiente (nos respectivos habitats), pesquisas com substâncias que são utilizadas pelas comunidades rurais advindas da Caatinga (sem antes a biopirataria patentear a substância), utilizar-se da Agroecologia com plantas nativas e de valor comercial, juntas, constituindo os agrossistemas. Muitas outras atitudes podem ser utilizadas para valorizar nossas riquezas biodiversas, heterogêneas, históricas e culturais, estas últimas sequer são citadas. A política da fauna é a pecuária, e política da flora é a monocultura, a convergência destes é o espelho do Mercado, da Agropecuária, que recebe incentivos exorbitantes do governo, se já não bastasse as empresas aplicando milhonárias cifras em prol do lucro.

Não é preciso estudar o mar? Então, se poucos soubessem o poder da ecologia e do holismo no mundo, saberíamos também tratar a maior parte do planeta com respeito. Cito isso em comparação simplória, estudada no ensino fundamental. A comparação da Hidrosfera com a Litosfera, o quanto a hidrosfera influência na temperatura, nos ventos, na precipitação, na vegetação da Caatinga? Argumentos danosos, provocadores, e dignos de senso-comum são disseminados todos os dias pelas palestras no Brasil e no mundo, posso exemplificar isso pois pessoas-chave de representação do Semi-Árido são as principais disseminadoras destas falácias estapafúrdias.

Espero que discursos em prol de uma Caatinga com gado de corte, pecuária extensiva e intensiva, estatísticas baseadas em cabeças de gado, não sejam mais utilizadas, devido às propriedades danosas destes elementos na natureza.

O mesmo, do curso de Medicina Veterinária, onde os formados pré-potentes intitulados doutores na Mídia Tupiniquim, como notei em um dos canais abertos de teor religioso (sic), podem se apropriar destes espaços para publicitar a Pecuária, amiga íntima da Monocultura e do Extrativismo Mineral. Espero que o futuro profissional destes, que estudaram profundamente animais dos mais diversos gêneros não sigam contra eles, onde a Medicina Veterinária e a Zootecnia convergem para algo que podemos chamar de Medicina Pecuária.

A cura da morte.