terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fogo, vinho e pizza

As postagens em blogs são como chamas. Quando há muito calor elas continuam acesas por muito tempo. Empecilhos do dia-dia são os grandes responsáveis pela falta de criatividade? Ou não. Exponho aqui uma das situações que vivenciei neste último dia 8 (de dezembro).

Saindo com uma amiga pelas ruas de Campina Grande, convidei ela a ser minha companhia no Açude Novo, era por volta das 18 horas. Ficamos bebendo vinho no barzinho da sinuca, e filosofando a vida, falando sobre amor, sexo, família, dia-dia, etc. Logo após alguns copos de vinho, pude receber uma inusitada visita na mesa, uma senhora, ébria, com diversos netinhos, que segundo ela estavam saindo de casa raramente, e só ela fazia esse papel de levar as crianças para passear. Alguns minutos de prosa, e chega uma das netas, logo se apresentando. "- Meu nome é Vitória". Não muito tempo depois, chega o resto do grupo e ela formidavelmente começa a apresentar o nome de um por um. Impossível não refletir nossas práticas do dia-dia com uma família, embora com a avó ébria, feliz. Feliz? É o que chegava de lógico em minha mente, os netinhos sorridentes, cuidando da avó. "- Vem vó, deixa de incomodar eles", se referindo a nós dois. O mesmo falava o garçom, incomodado com a presença da velhinha: "- Minha senhora, deixe de incomodá-los", e ela: " - Ali são conhecidos meus". Era engraçada e reflexiva a cena.

Algumas horas depois, por volta das 21 , a fome bate, e vamos para um local mais requintado, uma pizzaria italiana, com música agradável para um bate-papo, toda decorada. Sentamos, e logo temos atenção de todos, como também a babação e o atendimento rápido dos garçons. A pizza chega, e com ela um casal senta ao nosso lado, um casal com duas crianças, uma por volta de 10 anos, e uma menina que não chegava aos 4. A menina, estava super feliz com uma boneca de pano, e tinha atenção integral dos pais, não podia sair de perto da mesa, e nos achava extraterrestres pelos poucos olhares de boa vizinhança que a menina fazia, acho que por não nos conhecer.

Isso significa o que?

Meninas da mesma faixa etária, em realidades diferentes. Uma mais acanhada, outra extrovertida. Das duas, a última. A super proteção dos pais em deixar a criança esquizofrênica, com sua amiga bonequinha, é extremamente danosa no desenvolvimento cognitivo da criança. C0gnitivo, intrinsecamente ligado à aprendizagem. A Vitória, hoje deve estar toda tagarela com os amigos na rua, já que os pais não saem de casa, e deixam a criança ao léu com a avó, e só ela promove essas saídas espontâneas com os netinhos.

São lições cotidianas, experiências válidas para ficarmos pensando, principalmente sobre efeito do etílico. Vou fazer isso mais vezes, agora sozinho, anotando essas pérolas de nosso dia-dia.

3 comentários:

Eu imagino como terminou a noite romântica ;x

Vamos colocar vapor nesse blog, estamos precisando de opiniões revolucionárias.

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