
Enfim, acabei de ler o artigo do Kutschera (2003) e saibam as diferenças entre os artigos do Darwin e do Wallace, publicados pela sociedade lineana em 1858, culminando com o grande livro de 1859 que dispensa apresentações, eis algumas diferenças:
1- Wallace julga os animais domésticos de anormais, e não como modelos naturais padrão. Darwin força o pensamento nas similaridades entre variantes domésticos e naturais na construção da argumentação. (interessante saber que os conceitos de espécie do Darwin são três: variedades, subspécies e espécies verdadeiras).
2 – No artigo por Wallace somente animais (vertebrados, insetos) são citados como lutando pela sobrevivência. Enquanto Darwin cita os animais e as plantas, respectivamente, móveis e sésseis.
3 – Wallace força a competição dos animais em relação ao ambiente (enquanto vivente ou inorgânico) e entre espécies separadas: a luta contra inimigos e predadores é o decisivo processo no artigo dele. Darwin, por outro lado, enfatiza a competição interespecífica: a luta contra uma espécie próxima.
4 – Do grande início da carreira de evolucionista, Wallace (1858) rejeitou o conceito proposto por Lamarck, enquanto Darwin, durante sua vida, aderiu ao princípio da herança das características adquiridas.
5 – Wallace não mencionou o fator tempo (o número de gerações que podem passar) enquanto novas variedades de espécies podem ocorrer como um resultado de uma consistente força de seleção natural. Darwin pontuou a importância dos intervalos de tempo geológico com respeito à origem de novas espécies e se referindo a milhares (ou milhões) de gerações.
6 – Darwin introduziu, em adição aos meios naturais de seleção, o segundo princípio: a luta entre machos e fêmeas (seleção sexual). Wallace não menciona o segundo tipo de seleção, o qual é resultado do sucesso de acasalamento diferencial.
Observações interessantes:
O termo seleção natural foi iniciado por Darwin, e não por Wallace.
Os termos adaptação e população em um senso moderno foram sintetizados por Wallace, e não por Darwin.
Ambos não utilizaram a palavra evolução, embora nos livros seguintes eles se referem à esta palavra como chave em diversas ocasiões. Utilizaram a palavra espécie em ambos os trabalhos.
KUTSCHERA, U. A comparative analysis of the Darwin-Wallace papers and the development of the concept of Natural Selection. Theory Bioscience, 122: 343-359, 2003.
Eu tenho um objeto, e não o uso mais... José não tem este objeto, e está indo comprar um.A partir desta lógica, trago até vocês o serviço público Trocando Livros.
Dois objetos, eventualmente, irão para o lixo...
Examination of this dataset shows that having $5,000 extra increased a person's chances of becoming happier by about 2 percent. But that the same data also show, as Fowler notes, that "Someone you don't know and have never met—the friend of a friend of a friend—can have a greater influence than hundreds of bills in your pocket."
Matéria no S.D. em 05/12/08
Estava lendo um livro, liberado pelo portal DomínioPúblico.gov.br, que todos deveriam passar pelo menos alguns dias do mês visitando, e encontrei por lá o Voyage of the Beagle do próprio Charles, onde descreve toda a viagem feita pelo mundo afora, e um dos destinos, claro, é o Brasil.
Ao chegar no arquipélago de Fernando de Noronha, se espanta com a beleza do local, descreve as formações rochosas, das mais variadas formas, com diversos tipos de vegetais bem como rios presentes no meio da ilha principal. Logo após, chega à Bahia, onde fica em Salvador, leva uma grande tempestade e fica maravilhado pela tropicalidade de nossa terrinha. As cores, as formas vegetais o encantam, a capacidade de absorção e respiração das plantas, o inspirou durante as tardes que passou na Mata Atlântica. Durante a viagem na Bahia, ainda descreve o curioso baiacu, fica encantado com a morfologia do peixe, ao se inflar e os diversos tipos de mecanismos de defesa. Fala sobre as brânquias, a abertura bucal, a fisiologia do peixe ao ser ameaçado. Maravilhosa descrição, com perguntas diversas, que mostram a emoção do Darwin ao descrever os espécimes. Ainda se lembra que havia escutado o Dr. Allan de Forres que tinha encontrado um baiacu no estômago de um tubarão, causando a morte do topo da cadeia alimentar. Ah se eu tivesse essa informação nas aulas de Zoologia dos Vertebrados, estava imaginando a aula bem mais dinâmica com essas passagens.
Saindo da Bahia e indo para o Rio de Janeiro, ao aproximar o Beagle do arquipélago de Abrolhos, nota o mar vermelho causado pelo boom da espécie Trichodesmium erythraeum e descreve a superfície do mar com a super população de organismos que parecem feno picado com as extremidades recortadas, citando também que na passagem do navio o mar vermelho se dividia em duas bandas com cerca de dez metros de extensão, onde o número de indivíduos deveria ser infinito. Então, conclua aqui que nada mais gostoso de ser lido do que essas passagens registradas por um naturalista, melhor do que muitas disciplinas que se utilizam da descrição de cada parte da flor, caule, fruto, e não tem aquele quê de admiração e analogia, fazendo com que o aprendizado seja efetivo, não só o ensino (o repasse vomitado das informações).
O capítulo II compreende a chegada no Rio de Janeiro, aí ele deixa de navegar e caminha continente adentro, mais precisamente, cem milhas de distância da capital, ao norte de Cabo Frio, visitar um amigo inglês, começando a odisséia no dia 4 de abril. Fala nos outros dias, à caminho, dos bosques imóveis, das borboletas brilhantes. Ao chegar a Itacáia, se depara com uma casa de engenho, com as casas dos negros ao redor, citando que pareciam os hotentotes ilustrados do Sudeste da África. Citando os escravos fugidos e refugiados no topo das montanhas de granito, que pareciam as cortinas das janelas das casas brasileiras, e numa destas passagens, uma anciã escrava com medo da repressão se joga do penhasco, sendo descrita por Darwin como mera brutal obstinação, e não uma paixão nobre pela liberdade, ironizando.
Cada trecho me encanta, cada toque social, não só naturalista, Darwin nos surpreende. O quê abolicionista também é explícito, a viagem do Beagle nos deixa boas recordações sobre a natureza quase intocada da Mata Atlântica, e sobre o triste retrato da colonização brasileira com o regime escravista. A também as críticas do Darwin burguês, no Brasil sem regalias, onde relata fome e sede durante a viagem, tendo galinha, arroz e farinha para comer. Um dos trechos mais cômicos.
Fala sobre crescimento populacional e área do Brasil, o modo-de-vida dos negros, os principais alimentos, e as passagens de vergonha que ele teve ao chegar em Sossego.
Historicamente, a maconha foi utilizada especialmente na Índia, no Oriente Médio e na África. Na Índia, é utilizada em rituais religiosos e, no Oriente Médio, entre a população mais pobre.
No Brasil, o primeiro registro sobre o uso da maconha data de 1564 e foi escrito por um português. Os escravos teriam trazido a droga para o Brasil neste século. No século XVII, o vice-rei de Portugal enviava carregamentos de sementes de maconha para que a planta fosse cultivada no Brasil em larga quantidade devido à sua importância como produtora de fibra. As velas das caravelas eram feitas de cânhamo. No século XIX, farmácias vendiam cigarros de maconha no país.
No século XIX, a maconha era muito consumida entre intelectuais franceses, como Alexandre Dumas, Charles Baudelaire, Eugene Delacroix, Honoré de Balzac e Victor Hugo. Na verdade, eles fumavam haxixe, um subproduto mais concentrado da maconha, e pesquisavam os efeitos da droga no tratamento das doenças mentais.
Em janeiro de 2003, um estudo publicado pela revista High Times, especializada em maconha, lançou a tese de que muitos dos milagres atribuídos a Jesus Cristo foram feitos usando uma mistura à base de maconha. De acordo com o professor de mitologia clássica da Universidade de Boston, Carl Ruck, responsável pelo estudo, Cristo e seus apóstolos teriam usado um óleo feito com a planta para curar doentes.
The Story of Stuff is a 20-minute, fast-paced, fact-filled look at the underside of our production and consumption patterns. The Story of Stuff exposes the connections between a huge number of environmental and social issues, and calls us together to create a more sustainable and just world