segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Memento Mori

Senti-me esvaindo do meu próprio corpo, algo que herdei pré-destinadamente dos meus pais. Afirmo de forma errônea o conceito de próprio. Quem julgaria ser dono de algo ou alguém? As vezes me parece que o verdadeiro dono do meu corpo, e porque não dizer mente também?, são meus pais. Independente da razão de "dever algo" a "alguém", sentido que ficou implícito, não era isso que pretendia abordar. Um presságio de um "Memento Mori" me fez repensar, melhor dizendo reavaliar o custo de uma vida. Produzir um filho, pelo menos conscientemente, seria atribuir sua "própria" vida, não mais tão prazerosa a outra pessoa. Então nada melhor do que o egoísmo de indivíduos orgulharem de sua prole por ser "melhor" do que a do vizinho, sendo muitas vezes "mentira".* Retomando ao ponto de partida, quanto vale a sua vida? Quão "melhores" são teus genes e expressões genéticas? Qual o valor deles? Qual de vocês assumiriam que seus genes são podres? Essas perguntas faz de bambas-pernas a tremulação. Pessoas sentem um orgulho incomensurável por ver um filho ganhar uma medalha em uma competição escolar, independente das qualidades dos competidores. Por que essas pessoas não sentem o mesmo orgulho com os demais "competidores"? Por que a necessidade da vitória e repúdio da derrota? Por que pessoas se sentem tão "inferior" ao serem derrotados? Texto aparentemente sem nexo mas sincero. Existe um site (http://www.darwinawards.com/) que presenteia indivíduos que retiraram seus genes da população de forma mais ridícula, traduzindo, morrem por burrice. Até o padre-dos-balões ganhou um prêmio! Aqui pergunto novamente: quanto vale uma vida? Muitas religiões pregam o "conforto" em suas histórias talmúdicas. Uma delas é a do post mortem. Todas asseguram que após a morte existe uma vida melhor. Mas quantas pessoas abdicam dessa vida para esta segunda suposta vida? Nenhuma! E olhem que eles acreditam piamente hein?! Pessoas só querem se sentir bem, pessoas não querem sofrer. Aí te faço a pergunta final: prefere enfrentar a morte antes ou deixar pra depois que ela aconteça? Memento mori...

*Desculpem-me por tantas aspas e parênteses, mas a morfologia das palavras é diferente da semântica. Engraçado como ainda vejo indivíduos discernindo: "No aurélio não significa isso". Seres incapazes de criar uma realidade ímpar, sendo necessariamente não-fictícia.

9 comentários:

Uirá,

Cara, tens de fazer isso por vezes, viu? Muito bom levantar desta forma os sentimentos hodiernos.

Abraço.

Este comentário foi removido pelo autor.

Valor? Quanto valor tem, então, o próprio valor?
Valor é criado e estabelecido por nós, assim, por que disputar idéias em cima de algo que não mudará em nada o submetimento fanático humano aos fracos embasamentos de realidade? É como a circunstância de jogar War: criamos o jogo, brincamos, usamos o jogo segundo sua finalidade, mas, ao teminarmos de jogá-lo, continuamos sendo aqueles mesmos que acham que fazer funcionar aquilo que nós mesmos criamos é executar um avanço.

Aí vc se confunde. O jogo foi criado por alguem pra um certo interesse. A vida não (ou até aonde provem o contrário).

Muito bom!! adorei!

Quem dera todas as pessoas repessassem assim os conceitos...
certo ou errado, romantico ou não..é um ponto de vista muito interessante! valeu brod

Não estou falando da vida.
Eu quis dizer que algumas discussões não devem mais ser executadas por nós, que já temos que transcende estes tipos de discussões, ou seja, conteúdo que pode gerar discussões mais avançadas.
Talvez o efeito melhor seja não mais descrever o comportamento das pessoas normais, mas arquitetar formas de destrinçar este comportamento.
Já temos em mente como estas pessoas comportam-se, pois passamos por uma tentativa de domesticação semelhante (tendo, felizmente, ignorado-a).
Somos um grupo diferente, uma legião de indivíduos cujos genes são blindados pelo desconfiamento às coisas. Unir-nos-emos num projeto o qual possibilitará o surgimento das sabedorias mais profundas e destrinçadoras do comportamento normótico da sociedade, ou permaneceremos com uma holística apenas virtual?

PROPONHO A "LEGIÃO HOLÍSTICA OMNIPRESENTE"!!!

Um grupo de observadores.

O problema é: Será que a educação consegue mudar a essência de uma pessoa?

Coloquei um texto sobre educação.. deem uma olhada!

Minha opinião: Sim, pode... mas não esta educação como a conhecemos...

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