sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Wall-E: Disney Pixar faz espectadores engolirem seco

Para muitos a animação Wall-E da Disney Pixar foi mais um filme "bonitinho" com uma pequena lição de vida por tráz das peripécias do pequeno robô...

Eu assisti o filme e fiquei sem ação do momento em que ligaram as luzes até a manhã do dia seguinte. Não sei se foi apenas a minha visão de biólogo revoltado com o capitalismo que percebeu isso, mas cada pedaço do filme parece ter ao menos tres significados diferentes. Em primeiro lugar analise a situação:
  • Grande crescimento populacional, ecossitemas entrando em colapso e não há mais produção primária nem, consecutivamente, secundária.
  • O planeta sofre com acúmulo de lixo e uso exorbitado de energias não-renováveis.
  • O apelo ao tecnicismo é a última chance de uma colônia de seres humanos, que com certeza eram da mais alta elite mundial. (Com certeza eles não levaram os mendigos em uma nave extremamente cara e moderna)
Um pouco semelhante com a nossa situação atual não acha?
Segundo as estimativas do IBGE seremos aproximadamente 200 milhões de pessoas, apenas no Brasil, até 2010. A revolução tecnológica esta "renascendo" e trazendo a tona novas tecnologias para sanar todos os tipos de problemas que a humanidade venha a enfrentar, desde olhos biônicos a transposições mirabolantes. Esta população exige uma demanda cada vez maior de alimentos, que exige mais e mais desmatamentos para plantio de monoculturas.

Voltando ao filme, o pequeno robo vai a bordo da nave espacial que abriga a última colonia humana remanescente, e várias situações interessantes podem ser destacadas:

A "colônia humana" pode ser analogicamente considerada o estado, e as paredes e confinação da nave são os limites e valores impostos pela sociedade. Existe também o comandante da nave, com uma força superior a ele agindo e mandando por ele, assim como acontece no nosso país, onde as elites burguesas e conglomerados de empreendimentos milionários pintam e bordam as custas de nossos recursos naturais. Uma crítica feroz ao sedentarismo e à alienação das massas: As pessoas faziam exatamente o que as suas pequenas telas holográficas diziam: Trocavam de roupas, escolhiam marcas, etc. A crítica a alienação também vem junto ao apelo do tecnológico, que afastava as pessoas da convivência "real" dragando-as para o virtual, que mesmo estando lado-a-lado, estas pessoas se comunicavam através de computadores.
O fato dos humanos serem gordos e sem força para se moverem semanticamente não é exatamente por que eles se tornaram sedentários e não faziam exercícios. Pode ser entendido como uma forma de enfatizar o quanto a humanidade é um rebanho de parasitas sem escrúpulos e arrogantes que se alimentam de tudo que esta a sua volta sem mover um músculo para mudar o que está acontecendo.... Apenas flutuam em suas cadeiras espaciais.

7 comentários:

Muito bom o filme...
Faz-nos sentir vergonha em algumas cenas!!!

Cara, tenho de assistir, bela crítica Thiagão! Botou pra descer, temos de ver mais vídeos infantis e toda mensagem subliminar qu'eles deixam.

Beijo na bunda.

Mais uma frase que eu nào esperava que saisse da minha boca pronunciei após assistir Wall-e: "capitalismo idiota, tenho vergonha de ser capitalista".

Consegui mudar o mundo: Olha o comentário de cima!

Postar um comentário

Queremos muito saber sua opinião! Ao comentar, por favor, identifique-se.