Lendo, em uma magistrosa madrugada de domingo para segunda-feira, artigos ligados às Organizações Não-Governamentais, mais conhecidas como ONGs, ou NGOs (em inglês), pude esclarecer mentalmente o que é o tal do Racismo Ambiental. Uma das referências que fora anteriomente solicitada no mini-curso de Ecologia Política, é a que utilizo orgulhosamente agora, e perpasso essa conceituação importante para de fato buscarmos a equidade do social e ambiental, politicamente. No artigo a problemática da construção da legalidade que rege a justiça ambiental, teve um pontapé inicial na ECO92 - Rio. Eis o trecho:
O racismo ambiental nos leva ao aparecimento de diferenças entre a qualidade ambiental de comunidades brancas e negras, resultando em racismo institucionalizado. O racismo institucionalizado influencia o uso local das terras, fortalece as regulações ambientais, facilita a implantação de indústrias, e onde as pessoas de cor moram, trabalham e brincam. As raízes do racismo institucional são profundas e tem sido difícil eliminá-las. Discriminação é uma manifestação do racismo institucional e faz com que a vida seja bastante diferente para brancos e negros. Historicamente, o racismo tem sido e continua estando na maior parte do sistema sociopolítico dos Estados Unidos, e como resultado, pessoas de cor se encontram em uma desvantagem na sociedade contemporânea.
O racismo ambiental é qualquer policiamento, prática ou diretiva que diferencialmente afeta ou não dá vantagem a indivíduos, grupos ou comunidades baseadas em raça ou cor. O racismo ambiental combina com policiamentos públicos e práticas industriais que promovem benefício aos brancos enquanto desloca custos para as pessoas de cor. O racismo ambiental é reforçado pelas instituições governamentais, legais, econômicas, políticas e militares.
BULLARD, R. D. (2001) Environmental Justice in the 21st Century: Race Still Matters. Phylon (1960-), Vol. 49, N. 3/4, p. 151-171.
Caracterizando o racismo ambiental como um sistema de dominação e exploração, Bullard versa sobre as diferenças, baseado em números da saúde pública ligados a problemática dos resíduos sólidos e destinação deles aos guetos americanos. Outro trecho interessante do artigo:
Resíduos de perigo e indústrias 'sujas' têm seguido os 'caminhos da menor resistência'. Pessoas pobres e comunidades pobres têm recebido uma falsa escolha de 'nenhum emprego e nenhum desenvolvimento' contra 'arriscados trabalhos de mão-de-obra barata e poluição'. Indústrias e governos (incluindo os militares) têm freqüentemente explorado a vulnerabilidade econômica das comunidades pobres, estados pobres, regiões pobres, para suas operações de 'risco'. O movimento por justiça ambiental desafia o colonialismo tóxico, o racismo ambiental,bem como o comércio tóxico internacional em casa e fora dela.
2 comentários:
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