O ser é sempre passado ou futuro. Nada se é presente, pois o agora simplesmente não é. Minhas ações excercem apenas reações passadas ou futuras, nunca imediatas. Quem sou é reflexo do que fui, quem serei, reação de uma ação abstrata. Graduando em ciências biológicas, nada sou. Estudante do ensino médio, já fui, mas nada era. Educador serei, talvez algo eu seja. O real, o tocável, não tem importancia. O que sou é tão relapso que só terá valia quando deixarei de ser. O querer do ser é tão paliativo que quando não se é, nunca foi nem nunca será. Mas vale um pássaro na mão que dois voando, deveria de ser. A facilidade ou a obrigação de se ter algo fere a expectativa do ser, ser presente. O ter nada vale, o tido é bom, o terei é a conjectura do ser presente. O agora é tão monótono que nem mesmo o que foi quer ser mais, muito menos o que seria. Fazemos as ações esperando o reslpaldo no futuro. Trabalho, luto, brinco, aventuro... Dizem que é culpa da adrenalina e dopamina, nem tanto. O fazer agora é a sensação imperceptível do prazer do futuro, visto que lá verei que fui. O passado é somente só o futuro, fui e serei ou fostes e serei. A relação do ser e não ser não cabe a ser respondido agora, perguntas procrastinadas, respostas zero.
3 comentários:
Onde está o limiar entre o que é presente, passado ou futuro? Como distinguir tal limite, se o que estou digitando agora é passado daqui a 1ms e a próxima tecla é futuro?
A reação é impulsionada e fica à frente da ação. Preocupa-se mais com os resultados dos seus atos do que com os atos em si, ali, no instante em que estão acontecendo. Esta visão é mais uma das mazelas impostas por esse sistema idiota, que tenta nos forçar a produzir desenfreadamente, sem nos darmos conta de porquê ou pra quê.
"O real, o tocável, não tem importância."
Não? Realmente não? A validade do que fazes só terá efeito depois de pronto? Dás razão ao dito: "só se dá valor àquilo que se perde" e não é bem assim. Pelo menos, não é pra ser.
"O ter nada vale". Discordo categoricamente. É preciso perceber o que está nas mãos, agora. Sentir, viver, valorizar. Nada de pensar nas coisas como "foram", mesmo que, obrigatoriamente, elas venham a se tornar passado... E as sensações? Onde vão, ao lixo? Não! Eu me recuso. Não as jogo, nunca joguei e não jogarei.
"A relação do ser e não ser não cabe a ser respondido agora, perguntas procrastinadas, respostas zero."
Perde-se o tesão de responder a algo quando ataca-se o leitor com esses desfechos agressivos. Quebra o raciocínio daquele que lê o texto, censura as idéias e o que tinha a ser exposto já não vale mais. Afinal, uma observação desta é algo conclusivo, sem possibilidade de debates. Poderias deixar espaço para as indeléveis lógicas do ser ou não ser, até que poucos lêem sobre isso, menos ainda compreendem. A partir de empirismos chegamos às boas introduçoes, agora até às conclusões, é uma longa odisséia.
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