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terça-feira, 20 de março de 2012

What could we talk about drivers' behavior?

In the past few days while I was running at the streets of Campina Grande city, Paraiba, Brazil. I observed some behavioral traits in some drivers. The traits were linked with some kind of coward behavior - superficially talking. And with some further research and reviews in literature I can talk more scientifically about what is happening with these drivers.

First, I often run near the place dedicated to pedestrians and, of course, near the cars and others vehicles too. The problem is when I run at the back or in front of the cars. When I see (front) the drivers, the behavior is maintain the distance, but when I’m with my back to them, the drivers honk and approximate their cars next to me.

This way of perception, in my opinion, is a cowardly behavior. The place I’m running, of course, is not designated to do so, and the drivers have their reason to approximate me. If the runner is a female, an elderly, or a child, would the behavior be the same?

Searching for an article that could explain this cognitive process, I read “An experimental study of Apparent Behavior” from Heider and Simmel (1944) published in The American Journal of Psychology.

Watch the video with the minor ‘opportunistic’ triangle.


In humans, the explicit behavior is frequent if you consider the roman chariots with drivers, ready to die one in front of others, e. g. Not generalizing, but currently the motorized drivers are like the chariot drivers’, in some circumstances of irresponsibility. Many cases are reported in specialized literature considering health, security and administrative professions.

In dogs, I’ve watched some videos that show how these animals could behave in the presence or absence of humans seeing what they’re doing. The cowardly behavior to others species is called opportunistic behavior, as in Brazilian ants (Espírito-Santo et al., 2012, http://dx.doi.org/10.1155/2012/609106).

Could we apply this opportunistic behavior to the drivers? I don’t think so. We could base our everyday-life in rules to keep the system in order. Moreover with preference to no predation and no other ecological relation, and based in these ecological relations to understanding the behavior of man with rules. We could suggest: weaken the culture of the ‘one height, two measurements’.

Post dedicated to Prof. Cesar Ades.

Allysson Farias

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A história da teoria da “Geração Espontânea”

Queria compartilhar com vocês um pouco de filosofia sobre a história e os experimentos que tentaram provar a Teoria da Geração Espontânea (TGE).

A TGE surgiu historicamente com os pré-socráticos na Grécia antiga, porém existem relatos sobre textos mais antigos que abordavam superficialmente o tema. Alguns relatos do antigo Egito e das antigas civilizações orientais, remetem a aparição de animais que pareciam surgir do nada. No Egito, por exemplo, acreditava-se que os crocodilos nasciam da lama do rio Nilo toda vez que ele transbordava. Esse pensamento foi basicamente o mesmo utilizado pela civilização grega pré-cristã. Os filosofos pré-socráticos observavam a natureza e tiravam conclusões da mesma. Uma delas seria o surgimento de vida, principalmente o surgimento de ratos, moscas e baratas, a partir de ambientes sujos, lixo, lama ou corpos em putrefação.

Pensadores como Thales e Empédocles escreveram sobre a origem de animais e plantas a partir de elementos pré-existentes na natureza, como a terra e água. Pouco depois, Demócrito de Abdera propôs a existência do átomo, que seriam partículas minúsculas que, quando organizadas, geravam a vida. Epicuro de Samos, alguns anos depois, concordou com a ideia da existência de átomos, só que ele relatou que todo o processo para formação de vida pela geração espontânea era um processo natural, não divino.

Pouco antes da filosofia de Epicuro sobre a GE, o grande Aristóteles discerniu sobre o assunto. A partir de trabalhos de campo, observando animais e plantas, ele chegou a conclusão de que: “Todas as coisas vivas são formadas pela junção de matéria com o princípio da ‘forma’, a alma”. Para Aristóteles, a vida só poderia aparecer quando a matéria era unida a alma. A ideia de Aristóteles sobre a GE permaneceu durante aproximadamente 700 anos como sendo a origem da vida.

700 anos depois de Aristóteles, cerca de 400 depois de Cristo, a igreja utilizou dos conhecimentos já existentes sobre a GE e a modificou: agora, Deus é o criador de todas as coisas. As ideias de processo natural proposta por Epicuro e processo natural associado à alma de Aristóteles foram utilizadas e modificadas por “Basil the Great” (um dos líderes da Igreja do leste). Juntamente com “Augustine of Hippo” (líder da igreja do oeste), essa nova teoria sobre a origem da vida foi propagada para toda a Europa. Esse pensamento ficou inerte durante um milênio, aproximadamente.

Durante a Idade Média, nada de novo surgiu em relação à TGE. A ideia de que a geração espontânea dos organismos vivos acontecia por um processo divino era algo concreto e todos tinham essa informação como verdade absoluta. Esse pensamento durou até pouco antes do Iluminismo, quando o homem voltou a se questionar sobre o assunto.

Descartes, no século 17, voltou a fazer do homem um ser pensante e afirmou que a GE não era um processo divino, era um processo natural. A partir da quebra da filosofia teocentrista, o homem passou então a utilizar de método experimental para discutir a origem da vida. Redi foi o primeiro a atacar a GE, fazendo um experimento simples que provava que a vida não surgia do nada. Pouco depois descobriu-se o mundo microscópio.

Diversos experimentos foram feitos nesse período, uns apoiando a GE e outros tentando derrubá-la. A “briga” mais famosa foi a travada entre Needham e Spallanzani. Needham utilizou um frasco de vidro, colocou água com açucar e outros nutrientes e tampou o bico do vidro.

Ele esquentou a mistura diversas vezes e em todas os experimentos ele observou que os microorganismos morriam mas depois surgiam novamente por meio da GE. Spallanzani repetiu o experimento de Needham só que aumentou a temperatura e deixou ferver a mistura por mais tempo. Resultado: nenhum microorganismo na amostra. Needham usou a desculpa de que se aquecer demais a mistura, ela perde a “força vital”. Piada.

Depois de outros experimentos interessantes, apenas um convenceu a comunidade científica, o feito de/por Pasteur. Por meio de experimentos com microorganismos, ele provou que mesmo qndo exposto ao ar, que seria a “força vital” proposta por Needham, a mistura que teria sido esterilizada não apresentava vida. Com esse experimento ele derrubou de vez a GE e confirmou o pensamento proposto por Harvey (1578-1657) que dizia: omne vivum ex ovo (Tudo que é vivo vem do ovo).

Essa história contada no livro de A. I. Oparin, The origin of life on Earth, contém detalhes riquíssimos sobre o pensamento, experimentos e discussões do período de cada pensador. Ele conta como tudo iniciou e como tudo terminou. Recomendo a leitura do primeiro capítulo que discute sobre o assunto. Durante milênios uma teoria foi construida e fortificada erradamente, construíram um edifício em um terreno de lama. Tudo devido ao erro no método científico.

Uirá Melo

domingo, 21 de junho de 2009

Parafina derretida

A vela é sinônimo de acompanhar um casal ou mais de um, durante uma festa. A vela, no sentido denotativo, é um objeto feito de parafina utilizado para iluminar segundo a Wikipédia.

Geralmente a vela demora a ficar sem iluminação, a luz por sua vez morre sem gás atmosférico, ou quando o pavio é totalmente queimado. Alguns têm pavio curto, outros têm muita parafina. Após observar uma noite inteira de festa, pude perceber sensações não muito agradáveis de ser vela. Alguns têm chama para aquecer, outros não. Fazendo com estes fiquem invisíveis durante o escuro da festa.

A parte pior é quando a vela já acesa, é aquecida por atos de carinho do casal.

Outra piora leva em consideração os inúmeros focos de churrasquinho (incêndios) percebidos ao longo do Parque do Povo. Alguns reclamam, outros simplesmente saem de perto ou ignoram. Algo desagradável como queimaduras aparecem ao longo da festa, próximas àquelas churrasqueiras improvisadas e enferrujadas.

A carne é de péssima qualidade, com uma coloração vermelha intensa, percebo ainda focos de gotas de sangue nas salsichas assadas, coração de galinha, dentre outras seboseiras. O jeito é beber, mas encontramos as latinhas de cerveja e os litros de água mineral no mesmo carrinho que carrega a churrasqueira improvisada, e os diversos derivados das carnes sem um mínimo de higiene.

Com poucos minutos, a latinha de cerveja é manipulada pelo vendedor que pega o dinheiro, e volta a assar a carne. Para piorar, dentro do isopor há água descongelada, onde há também um mar de bactérias felizes, prontas para atacar. No outro dia ninguém sabe qual a fonte da doença de garganta que apareceu. A flora vira uma guerra da noite para o dia.

E ainda para piorar, recebo um: "- Hipoglós é bom para os dedos." Ao passar por um conhecido, ao me ver com o casal. Tá, ainda havia a prima dela para me acompanhar, mas a conversa não atraia, aquele quê de EJC, outro quê de "- qual a festa de amanhã", com um quê insuportável de "- Como está o meu cabelo?"

Vamos falar sobre o casal. Ele não me conhecia direito, disse "- Oi!" E nem olhava direito para meu rosto, no mínimo, com ciúmes da minha amiga, que admito, era paquerinha minha de longa data, desde 2007 para ser mais preciso.* De cima para baixo (da palhoça ao palco principal) andamos, eles se beijavam freneticamente, e não há situação mais constrangedora do que ficar olhando beijos e escutando lábios e estalos e diversos outros "traços etológicos" egohedonistas. Mas, como tinha prometido passar a noite com a dita cuja, não poderia deixá-la "sozinha". Logo, a madrugada inteira como parafina, pavio e chama. Essa se apagava após olhares para mim, com aquele gosto de fica aqui do meu lado, não te decepcionarei. Consegui identificar esses olhares, tanto que na metade da noite, o parceiro dela conversando com os amigos e bebendo disperso, e eu lá conversando com as duas, em especial a que estava de namorado, que me olhou de cima a baixo do nada, e disse:

"- Hoje você está perfeito" (sussurrado)

Essa afirmação, junto à poluição sonora, fez com que ninguém percebesse essa fala. Tanto que pedi para repetir, "- hã?". E ela repetiu, umas duas vezes a mais com aquele sorriso encantador digno de propaganda de creme dental.

Desde então aqueles sorrisos apaixonados se misturaram, e não deu outra.

A desculpa: comprar capirinha.

Logo, ela toma frente do grupo, 100 metros adiante, pega minha mão. Carinhos se evidenciam, o tato é super importante nestas horas, o atrito dos dedos se entrelaçando e em harmonia na busca incessante pela posição ideal. Coisas de primeira vez que um casal se encontra. Ficam trocando carinhos pela mão, depois com um mês sabemos que esse tateamento morre. A mão dá lugar ao braço, perna, cotovelos, boca, e derivados.

Voltando a história, a ida à barraca de bebidas foi encantadora. Logo, contagiado pela situação fui comprar do outro lado da avenida, o meu preferido "Fim do Mundo", e ela, a maravilhosa batida de cajá. Olhares, carinhos e aquela dança de forró especial, que lembrou o momentum de um ano atrás, quando nos encontramos pela primeira vez na frente da Igreja do Parque do Povo, neste mesmo lugar.

Começo a pensar em situações passadas, e por ter aprendido o quão é bom namorar, deja vus nascem, fico reflexivo e me desanimo instantaneamente. Essa sensação tem um fundo de "ruedeira" na linguagem popular, e é amplamente valorizado nas músicas de forró. Não me lembro delas, mas lembro que estava cantando todas, mesmo que improvisando só o final. Perdido naquela festa, achado em mim mesmo. Os minutos que fiquei em silêncio sem cantar as músicas de forró me fizeram refletir sobre minhas práticas. E logo solto: "- Você e ele fazem um casal perfeito, parabéns!" Ela: "Isso é uma ironia!?" Eu: "- Não, não é."

Voltamos a dançar, a caipirinha logo fica pronta, voltamos e logo embriagado, reencontro os amigos e vou à caminho da casa deles, dormir e me preparar para mais uma noite. Esta, sem promessas, sem parafina, com muito pavio e muita chama.

*Ler o post Amante Profissional antes faz bem.

sábado, 20 de junho de 2009

Amante Profissional

O ritmo que embalava as discotecas. Calça boca de sino, com uma sapatilha branca e aquele capilar blackpower. Conversando sobre justiça global, governança global, planejamento estratégico, corporações transnacionais, organizações internacionais, barreiras comerciais e importação. Lá estava o meu ego eloquente no final de um dia pós-namoro (day, not date)*.

Como bom amante, profissional, o "fura-olho da Estrela", estava lá. Após a festa na discoteca a encontrar uma amiga, esta tinha deixado apresentações orais no litoral e também curtido a discoteca. Estava a pegar o ônibus para o interior do Estado. Aí começa no walk-man, aquela música "Um amor de verão" da banda Rádio Taxi. Embalando o reencontro, aquela música pedida... era a cadeira ao lado. "- Por favor, esta dama poderia sentar ao meu lado?". Logo minha parceria aleatória de viagem trocaria de lugar com a apaixonante fala singelamente sonora, a amiga que encontrei na rodoviária, viria no mesmo ônibus, fato inimaginável. Aquele papo agradável, anos 80. Se lembra da Ecologia Política? Aquela do Estéban Castro na época que ele foi à FURNE. Ela, "- Sim, claro que lembro, foi o início de nossa amizade, se lembra?". Sorrisos.

Ninguém me explicou na escola, ninguém vai me responder.

Seguimos cantando, e conversando. Logo, conversarmos sobre Sartre, e ela glorificando a Simone de Beauvoir. Descubro que tenho uma admiradora do casal ao meu lado. Dois objetivos iguais, ler o livro "O ser e o nada", nosso sonho de consumo. Depois de diversos livros, diversas harmonias verbais, chegamos na metade do caminho, falando sobre justiça global.

Ela cita que a festa foi boa, e ela estava cansada, com aquele vestidinho de bolinha amarelinha tão pequenininho. Pego sua mão, ela logo se desfaz. Conversamos muito, conversamos sobre tudo. Sobre dissertações, a da minha ex (amiga dela) e a dela principalmente, em agosto de 1988 ela defenderá a cruz que carrega. Logo pergunto sobre o evento do Parque Evaldo Cruz, ela desconversa, que estava cansada da discoteca e não iria mais àquele ambiente. Descubro que ela tem um amigo que marcou com ela neste intervalo de dia para noite.

Chegamos ao terço final do percurso, "- Está frio aqui, né?". "- Sim, está.", ela responde.

"- Vem cá."

Logo nos abraçamos, e o giradouro da entrada da metrópole Campina Grande, aparece. Épocas de comércio intenso de café, o ônibus não ajuda muito, aquele cheiro enorme de cigarro. Chove. Ouvimos o barulho do trem, longe, longe.

Ela não colabora e diz. "- Me desculpe, mas não se ofenda com o que eu vou dizer."

Olho fixo para os olhos dela. "- Pode dizer."

"- Tudo o que faço, é intensamente, por isso não vou dar só um beijinho em você, não rola."
"- Você é amável, encantador, com uma conversa agradável, mas não dá."

Logo ainda dá tempo de conversamos sobre formas de amor, o que nós temos em comum.

Ela. "- Gosto de quem puxa meus cabelos." "- Gosto de bater e arranhar." "- Tudo tem de ser intenso."

Chegamos na rodoviária. Logo avisto minha vizinha, perguntando se eu não continuaria no ônibus, pois o ônibus passaria próximo de minha casa. Minha companheira de longa data não podia ir sozinha para casa. Da rodoviária ganho outro rumo, não minha casa, mas a casa dela. Levo sua máquina de datilografar portátil, que foi importante para sua apresentação oral no litoral. Ela ainda exausta por ter ido à discoteca, me diz. "- Se você me levar até em casa, te deixo em casa logo mais, de carro." Não poderia resistir a proposta mais tentadora em pleno dia 12/06. Fluindo prazeres, suspirando desejos. Vamos conversando sobre MDLs, energia limpa, empresas. Ela muda meus conceitos sobre microempresas. Logo, desmarca o encontro que teria com um "amigo" (estava claro que era seu paquerinha antigo) no Parque Evaldo Cruz, pelo seu cansaço, e não por minha presença. Seguimos até Bodocongó. Chego na casa dela, recebo outro amigo conhecido de longa data, que se surpreende com minha presença. Jantamos. Com muito sono, muitas histórias e uma consulta de tarô.

A morte. Carta boa.

Voltamos, ela segue comigo, só eu e ela. De volta para casa. Vamos conversando sobre tudo, essa companhia agradável estava faltando. Passamos a noite conversando, conversamos muito, aleatórias e diversas situações. Continuamos a conversar...

Chegamos na porta de minha casa, ela se despede.

Beijo sua boca, e puxo o rosto dela violentamente e digo: "- Não pense demais, aja".

Logo sou retribuído com o calor feminino em demasia. Passamos mais dez minutos em um ritmo frenético de troca de fluidos. Começa a música "Só delírio" da banda Telex.

Me despeço. Aquele gosto fica.

Entre quatro paredes, Sartre. Dedicado à ela. Depois de dois livros, um litro de vinho e uma cesta de chocolate lançados ao mar, que seriam destinados a uma querida paquerinha antiga em João Pessoa. Um bolo de uma, um presente de outra. Dedico um presente lido, dei a ela: "Onde o inferno são os outros."

Ela? Ainda deve estar terminando a dissertação. Simone de Beauvoir? Não sei, segundo ela, um dia descobrirei. Reitera, na França, talvez.

* os fatos aconteceram a noite

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Omissão Sensata

“- Nunca meu trabalho foi reconhecido durante a gestão do CABio.”

Após caloroso debate sobre a formatura da turma, lá estava este desfecho. Sentimento de missão cumprida. Discurso maravilhoso.

Acabou. Simplesmente a representação estudantil, acabou. Fico feliz por esses momentos, momentos de desabafo ao coletivo. O eterno ato de jogar responsabilidades. Nunca disse não, mas esse foi o primeiro, e com gosto. Afinal, já chega. Joguei a peteca, tomara que ela caia.

Assembléia Geral dos Estudantes no dia 22 de maio, um dia após o Dia D da evolução, Dia 21 de maio. E lá estou eu, a esperar algum componente da sala que faço parte, comparecer. Desculpas, saídas, enfim, nada de zelo pelo curso, pela representação estudantil. Pelo futuro nome da Instituição de Ensino Superior que levarão no currículo, Lattes de preferência (a síndrome). Era uma simples tarde, começou às 14 e foi até às 17 horas, debates intensos, e nada de representantes de sala. Uns criticam que não almoçaram, outros que estarão ocupados à tarde, outros olham com indiferença e não respondem porra nenhuma. Afinal:

“- Não me trará lucro”

Algo construído pelo coletivo, diversas ações ao longo do ano, a construção delas, pesadas. Sudorese pura, aulas perdidas, diversas. Claro, em diversas comissões organizadoras: Semana Universidade Pensante, ENEComp, COREBio, EREB-NE, ENEB, Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia, Calouradas, Manifestações, Dia disso, Dia daquilo, daquilo outro. E lá estava eu, organizando, organizando, organizando. A última e mais dispendiosa, Comissão Eleitoral do CCBS 2009, com o recorde de 89 memorandos em uma madrugada.

Chega a grande época! Belle époque em quase cinco anos! Final do curso, formatura?! Escuto:

“- Perco aulas, participo de diversas reuniões toda semana, só eu sou Comissão Organizadora, e não ganho nada por isso”.

Passa diversas cenas na cabeça, desde o início do CABio, de minha entrada no DCE, de diversos encontros de estudante. Todos os eventos na base do voluntariado. Todos finalizados em pleno êxito. Todos exímios, construtivos, cheios de contatos. Estava lá eu, conhecendo, e sendo reconhecido, por quem? Pela administração da Universidade, será que só serei valorizado pelo trabalho que desempenho frente a eles? Os próprios estudantes nunca valorizaram um quê, uma ou outra vírgula. Enquanto à frente da administração central da Universidade, tenho respeito e reconhecimento.

Destes por aqueles? Fico com estes.

Aprendi algo durante essas experiências de representação estudantil. Relações de poder, saber se inserir nos espaços. Faz bem ter discurso, para chegar a um orientador da linha que desejas, para chegar a um administrador público, fazer contatos, inúmeros contatos. Saber fazer memos, ofícios, editais.

Atualmente me valho destes artifícios, de expedir os papéis em forma de dinheiro, os auxílios. Pedidos para todos os locais, Secretaria de Interiorização, Reitoria, Coordenação de Curso, Assembléia Legislativa. Existem rubricas específicas para isso, direito nosso. Quem nasceu em berço de ouro, sabe muito bem o quão dinheiro é fácil, e assim vão levando a vida, utilizando o dinheiro do pai, da mãe, do trabalho. É mais cômodo sentar a bunda na cadeira, do que ir atrás do produto do trabalho.

Nessa corrida pelo auxílio saio na dianteira, afinal trabalho reconhecido é mais fácil de ser aprovado. A confiança conta muito nestas relações de poder. Nisso eu ganhei, e continuo ganhando, hora de chegar ao Consulado quem sabe, hora de se inserir mais ainda noutros espaços. Embora individualmente, uma pena. Trabalhos dispendiosos, energia e tempo concentrados. Estarei eu fora, em breve, tenho certeza. Com o dinheiro da tão almejada formatura, será minha passagem de ida, sem volta.

Espero que consigam concluir os festejos formais de final de curso com os serviços contratados por uma empresa. Diversos discursos contra a contratação desta empresa, mas enfim, tudo de última hora, desespero na porta. Dinheiro serve pra que? Pra tudo não? Ate para fazer uma formatura de última hora.

Aquela tira de “otário” na testa acabou. Hora de encher o currículo. Projetos de pesquisa, colêmbolos, sítios arqueológicos, e todo o resto. O HTTP://evobiouepb.blogspot.com acabou, todas as cinco etapas previstas, com diversos produtos inesperados. Agora tenho mais argumentos, e futuramente terei o prazer de falar que sou profissional, seguindo os três pilares do ensino superior.

A “formatação”, a festa! Vem aí! Em parcelas máximas de R$: 1,99 via paypal. Um exemplo de festa, com direito a queima de fotos, provas, e relatórios diversos, exsicatas também estão prometidas para a grande fogueira. Quem se interessar, se manifeste, estaremos fazendo o levantamento dos participantes pelo método de Lincoln. Se estiver marcado e for recapturado, entra na festa.

Já o Centro Acadêmico de Biologia da UEPB (campus I)?

Saibam que a última Assembléia Geral dos Estudantes ocorreu no dia 02/05/1999, há dez anos, para legitimar a gestão que estava irregular. A última modificação do Estatuto por Assembléia Geral dos Estudantes, não há registros nos livros de ATA. Algo histórico, jamais acontecido. Agora posso assinar com vigor. O único que elogiou tal feitio foi o atual diretor do CCBS. Uma pena. Só a administração geral.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Nostalgia Extensa

Arrepios marcam a última pergunta, afinal o que Darwin pensava sobre a mudança das espécies ao longo do tempo? Ou não pensava? Acreditava na pangênese e nos caracteres adquiridos? Se justificou nas leis de Mendel para argumentar o processo gradativo? E lá estavam os finalistas.

Antes disso, em agosto do ano passado, estávamos nós começando o Projeto de Extensão "Exposições Científicas na Escola: Evolução Biológica, para que te quero?", logo após ser aprovado pelo edital do PROBEX 2008/2009.

No início, eu e Uirá, estávamos querendo formular algo que contemplasse as escolas de Campina Grande, passar de colégio em colégio, dando palestras, falando sobre a importância do bicentenário de Charles Darwin, dos 150 anos da publicação da "Origem" e o principal. Acabar com toda a raça de criacionistas que nos rodeavam, criando eventos dentro do município. Diversos os reacionários clericais. Cada um com uma opinião diferente.

A minha paixão em particular começou no ensino médio, antes do vestibular, estava eu folheando os livros de ensino médio, livros de ensino superior, para saber a origem das coisas, nada de "the story of stuff" traduzido para o idioma nativo, tudo de biótico com o quê evolutivo (histórico). André, Gefferson, amigos que cursavam física na Estadual e, atualmente, cursam elétrica e física na Federal, influenciaram minhas tardes e noites de debates. Seja sobre origem do universo, da vida e da biodiversidade, com um diferencial, eles criacionistas, eu "evo", antes "cria" também. Era uma jogada religiosa, não entendíamos nada.

Nesta época estava eu na animação de Crisma da principal Igreja do bairro, e nada mais confortável do que ser criacionista dentro da Igreja. No próprio criacionismo, assim como há nas Igrejas, há a segregação de ideologias, afinal Deus criou o mundo a partir do Big Bang, da vida, de Adão e Eva? Isso há milhares de anos, há 10.000 anos, ou simplesmente ontem? E se ele criou o mundo ontem, e colocou todo conhecimento histórico em nossa mente?

Essas perguntas absurdas faziam parte de minha exegese diária.

Ganhei adeptos, e sempre mantive fé nos fósseis, eu diria outrora que Deus criou o Big Bang, essas coisas estapafúrdias, quando não sabemos, fica mais fácil: "- foi Deus". Existem os estágios mais radicais do criacionismo, por exemplo, pensar que a Terra tem menos de 10.000 anos, e como vocês podem perceber estava eu no estágio básico de pensamento criacionista. Sempre tive argumentos da origem da vida "para frente", embora as hipóteses de origem da vida tenham saído bem depois do advento da origem da biodiversidade (espécies). Eu não tinha muito contato com a física, com a origem do universo e derivados. Por isso, passei um ano de minha vida estudando Física das Partículas, múons, taus, gluons, leptons, barions, e diversos nomes e fórmulas difíceis. Perdia muito tempo e energia a pesquisar artigos da Nasa, isso antes de entrar na Universidade, estava eu na biblioteca lendo aqueles livros complicados e em inglês técnico, os quais nunca tive contato durante toda minha vida. Ler um livro em inglês era algo extremamente gratificante, embora se tentasse, eu não conseguia compreender nada. Até o mais básico como integrais e derivadas, eu tentava, mas nada saia. Os artigos da Nasa e da PNAS (que eram gratuitos) eu utilizava para embasar meus embates na comunidade Evolucionismo vs Criacionismo no Orkut, figuras como Sílvia Gobbo, o David, o Rodrigo Plei, o Francisco "Quiumento", Átila, Ravick, dentre outros influenciaram decisivamente minha carreira evo-acadêmica.

Entrei na Universidade, larguei de estudar o criacionismo por levar dois cursos superiores, o mesmo fez André e Gefferson, embora no ramo da docência e dos concursos, e assim ganharam o mundo, se distanciando de mim. Não conversávamos mais sobre Evolucionismo, com esse sufixo "ismo" deplorável, e assim descobri que poderia ter como escopo de estudo a Evolução Biológica. Épocas difíceis para se encontrar um orientador nesta linha. Logo deixei um dos cursos, e continuei em Biologia, entrando no Diretório Central dos Estudantes e nas pesquisas. O Movimento Estudantil continua aceso até hoje em minha argumentação existencial, embora tenha deixado algumas vertentes dele como o movimento allanista, que teve como "Deus" da liberação dos hormônios e interação das faunas, eu. Essa corrente filosófica morreu em mim, mas ainda fiz muitos adeptos por aí. Voltando a vida acadêmica, pude perceber o papel da Extensão como fonte de intervenção na sociedade e descobri o mais descriminado dos três pilares.

No edital 2007/2008 PROBEX, procurei orientação para começar um projeto de extensão, mas sem êxito. Entrei no ramo da educação, por lecionar no cursinho Pré-vestibular Solidário da UFCG, o qual por pouco fui expulso ao publicar um artigo contra o sistema, e quase também saio por espontânea vontade, por não compartilhar os mesmos interesses. Na educação me aproximei ao Uirá, ao Thiago e ao Ribamar, à equipe do Holística Diária, de um modo geral. E pude valorizar as práticas de ensino-aprendizagem. Como gostava de evolução (biológica), nada melhor de unir o útil ao agradável, e encontrei o Uirá nesse meio termo, sempre debatendo, se unindo à minha bandeira evolutiva desde o primeiro ano do curso, e assim passou o segundo, e chegamos ao terceiro ano com perspectivas de sucesso quanto à inserção da Extensão nas Escolas Estaduais de Campina Grande.

No projeto tínhamos um número absurdo de escolas para visitar. Umas 12 escolas, uma para cada mês, calculamos assim, e assim foi até conversamos durante o semestre de Julho com a Silvana Santos, recém contratada pela Universidade. Logo, durante o período da "Síndrome do Lattes" correndo em meu sistema circulatório, pude analisar o currículo de cada professor contratado, e chegando no nome da Silvana percebi o nome do Nélio Bizzo como orientador do MsC e do Doc, o sobrenome referência em ensino de biologia evolutiva e que foi citado em nosso pré-projeto algumas vezes, e lá se foram alguns Bizzo, Bizzo, Bizzo, Bizzo. Em outros materiais de referência no Brasil, mais Bizzo, Bizzo, Bizzo. E não poderíamos perder a oportunidade da Silvana nos orientar.

Desde essa época mantemos contato constante com a Silvana, seja por telefone, por e-mail e, frequentemente, pelos corredores do CCBS. O primeiro contato foi em frente ao banquinho da sala 5 da Biologia, e estava ela concentrada nos trabalhos em Serrinha dos Pintos e nos mostrando o primeiro interesse dela na UEPB, e no nordeste de modo geral: Genética. Como professora de Prática Pedagógica, não podia faltar uma atividade no ramo da Educação desde que ela entrou em adiante. Tanto que fomos bem recebidos por ela, e bem avaliados, até mudar totalmente o projeto e as passadas (aulas) de escola em escola durante 12 meses.

Em menos de uma semana, estávamos com o Projeto concluído, agora com um quê de divulgação científica maior, com maior segurança também. O trabalho foi dividido em cinco etapas. A primeira com os alunos da disciplina prática pedagógica, o segundo momento concluido com a Secretaria de Educação aprovando a inserção do Projeto na rede estadual, a terceira etapa com o curso de atualização que ocorreu no auditório da UEPB bem próximo ao festejo do bicentenário de aniversário do Charles Darwin. A quarta etapa contou com a construção dos painéis nas escolas da rede estadual. Sendo a quinta e última, o tão almejado Dia D da evolução.

Suado Projeto de Extensão. Quantos ofícios, memos, "bolos", almoços perdidos, lanches na praça de alimentação, reuniões ordinárias na sala dos Feras sempre registradas em Ata. Um Projeto organizado, tanto que cronologicamente bem assessorado pelo blog e pelas diversas Atas será fácil construir o Relatório Final. Este ultimo o produto mais "seco" da Extensão, que contou com Cordéis diversos, Paródias, Túnel, Forró, Teatro de Bonecos, artigo na revista Genética na Escola, diversas entradas na imprensa falada e escrita nacional. Em espaços nunca d'antes navegados por qualquer um professor do Departamento de Biologia historicamente, isso cito embasado em relatórios diversos expedidos pela PROEAC.

- 2008
Julho - Fechamento do Projeto para submissão na PROBEX 2008/2009;
9 de Outubro - Seleção dos extensionistas para entrada no Projeto de Extensão;
13 de Outubro - Aprovação do Projeto pela PROEAC;
14 de Novembro - Exposição do Cortinão de Watson (UFPB) na UEPB;
19 a 21 de Novembro - Montagem dos Paineis pelos estudantes de Prática de Ensino (1ª ETAPA);
Novembro - Nasce o Cordel do Darwin;
Novembro - Aprovação da inserção do Projeto nas Escolas Estaduais de Campina Grande pela Terceira Regional de Ensino. (2ª ETAPA);

- 2009
3 de fevereiro - 1º curso de atualização para os professores da rede estadual (3ª ETAPA);
11 de fevereiro - 2 º curso de atualização para os professores da rede estadual (3º ETAPA);
12 de fevereiro - Evento: Bicentenário de Aniversário de Charles Darwin;
Março - Início do Projeto nas Escolas de Campina Grande;
Março - Nasce o Forró do Darwin;
01 e 02 de abril - Projeto de Extensão na filmado pela imprensa municipal;
21 de abrill - Submissão do artigo para a Revista Genética na Escola;
27 de abril - Nasce o teatro de bonecos;
Abril - Debates sobre Evolução Biológica e Montagem da Exposição nas Escolas de Campina Grande (4º ETAPA);
20 de maio - Dia D da Evolução (5º ETAPA);
Maio / Junho - Exposição Itinerante pelas Escolas Estaduais que participaram do Projeto.
Agora o grupo começou com por volta de vinte extensionistas, claro que após uma seleção que contou com diversos outros graduandos de biologia interessados. Alguns não foram para seleção, que contou com um resumo do livro "Evolução Biológica: ensino-aprendizagem no cotidiano da sala de aula" escrito pela própria Silvana, e portanto, não fizeram a síntese, mesmo assim se encaixando ao grupo a posteriori.

O grupo.

Ednno com seu jeito extrovertido fez uma bela parceria com a professora Bruna e as diversas crianças do Raul Córdula. A Marina puxou o senso de responsabilidade para a Escola Normal e amarrou bem a construção dos painéis, tanto que foi a primeira a terminar o Cortinão a ser exposto no Dia D, trabalhou com a professora Neves. A Raissa se superou, sempre escreveu os relatórios dos debates que ocorriam e auxiliou o professor Gláucio na montagem dos painéis no Estadual da Liberdade, se não fosse um detalhe, no período noturno. O Uirá e o Alexandre, fazem o antagonismo que se complementa, respectivamente o sério e o extrovertido, nunca pensei que se complementariam tanto, e contaram com a responsabilidade do professor Fabrício para debater de sala em sala o tema, com histórias de "Macaquinho e Macaquinha cruzando...", dentre outras. A Laura ficou no Clementino Procópio junto à professora Josilda, e conseguiu completar toda a construção dos painéis, mesmo sempre distante, foi extremamente responsável e cuidou do Clementino e do Trajano, que fica no município Soledade, uma extensionista dupla. Outra escola que foi uma grande surpresa, foi a escola Apolinário Silva da cidade Areial, que contou com o apoio do extensionista-professor Evaldo e da Milena como professora. Já no PREMEN, a extensionista foi a secundarista Andrezza, já qu'eu não estava lá na coordenação dos trabalhos, estava mais ligado no cotidiano problemático do CCBS e na construção do Dia D, do que na construção dos painéis, delegar o trabalho de coordenação à ela foi importante, e a escola conseguiu cumprir em pleno êxito o túnel que prometeram, a professora Karla esteve durante todo o processo de construção dos painéis.

Uma equipe e tanto, sem nenhum tipo de interesses individuais ou invejas, ou algum "txu-txu" prejudicável aos trabalhos. Sempre cumpriram com as responsabilidades, e quando não, com plenas justificativas, sendo as faltas comunicadas algumas horas ou períodos antes.

Arrepios no palco, agora é a hora de colocar o chapéu de aniversário (homenagem ao bicentenário) amarelo, que representa a letra A, lilás, letra B, ou verde, letra C. E agora? O Darwin pensava o quê?

Chapéu lilás. A estudante Anne Rosalyn da Escola Normal ganha.

Arrepios diversos ante às torcidas de todos os colégios participando, gritando e apoiando os representantes das escolas. Equipe de jurados de professores da UEPB com a presença de Simone Lopes, Avany Gusmão e Mathias Weller.

Estava eu lá atrás, contendo os ânimos das torcidas, principalmente a do colégio da Prata. Arrepios a parte, a nostalgia bateu subindo ao palco no final do evento, abraçar todos com um sentimento de missão cumprida.

Agora caiu a ficha e a evolução biológica está presente no cotidiano da sala de aula, seja nos corredores, nos livros ou no quadro. Imagine os gincaneiros secundaristas chegando em casa, conversando sobre os resultados com os pais, disseminando as informações corretas aos amigos, corrigindo discursos equivocados pelo município afora. Essa é a melhor parte! Não a bolsa de estudos, mas a inserção da Evolução Biológica no universo de estudantes secundaristas ortodoxos anti-evolução.

"Rome was not built in a day
Opposition will come your way
But the hotter the battle you see
It's the sweeter the victory, now"
(You Can Get It If You Really Want - Cliff, J.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Zumbi

No começo da noite, me acordo.
Saio da cama, dois passos.
Levanto os braços até os ombros, não consigo sustentar.
Olhos vermelhos, com capilares protraídos.

Sensação laricosa.
Volto à dormir.

Na verdade, não durmo, tomo banho.
Quando vejo no espelho, uma destruição em forma humana.

Logo me recupero, e volto ao dia-dia.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Hidroantropomorfização

Uma sugestão de aula de ciências, proposta para quinta-série - 5ª, assunto: Água. Aula encenada, onde o professor utiliza a estratégia de monólogo interagindo com o aluno quando ele começa a entrar na viagem, bom seria que todos se transformassem em gotas nestes momentos didáticos.

(Aula narrativa) – Olá meu nome é H²O, conhecido como hidróxido de hidrogênio, estou em todos os lugares, e sou a substância mínima de formação da água. Sou unido a diversas outras substâncias, e não me misturo com outras, como, por exemplo, o óleo. Com diversas outras moléculas iguais à mim formando a água, contarei algumas particularidades desta, mas antes tenho de explicar onde estou localizado no mundo. Isso, no mundo! Poucos percebem que faço parte do corpo dos humanos, do sangue, dos músculos, do cérebro, proporcionalmente dos ombros para baixo o ser humano é água, sendo a parte seca dos ombros acima, comparativamente. Nas plantas também eu me infiltro, gosto de promover o alimento delas, levando os nutrientes das raízes às folhas, nos animais, eu sou liberado com sais para manter a temperatura do corpo constante. Por isso, estou aqui desde o início da vida na Terra. Pois antes a Terra era instável e a estabilidade era proposta por mim, eu não apresentava grandes variações no corpo qu’eu formava, o corpo aquático, no caso da Terra primitiva, o corpo marítimo. Marítimo nos leva ao mar, e mar nos leva à praia, lá na praia aonde nós vamos percebemos água, muita água! Embora, muito salgada também. Essa é a água oceânica, a mais salgada, que nos levam aos sais, nossos amiguinhos, que se misturam à nós e nos tornam turvas em grandes concentrações. Apresento-me também na atmosfera, embora não seja facilmente percebido, eu vejo vocês lá de cima, naqueles pedaços de algodão doce que são denominados nuvens. Seguindo o vento eu vou, e sou denominada água atmosférica. Quando bato em outras nuvens inimigas, me transformo de vapor para líquida, não agüento a batalha e precipito, ou seja, viro chuva. Caindo em forma de gotas, faço parte agora de rios, lagos, açudes, chego a me infiltrar no solo, e lá fico armazenada em camadas com outras amigas “sem sal”, todas lá recebem o nome de Água continental. Adoro as minhas três formas, e as três juntas formam a hidrosfera. Toda vez que escutarem hidro, se lembrem de mim! Hidratar os cabelos, estou ficando desidratado, hidrante. Gosto de viver no Brasil, por apresentar bastante água continental. Não gosto muito de me misturar aos sais pesados que existem no mar, eles retiram nossa atenção. Todos só dizem que é salgado, salgado, salgado, e nada de falar da água. Quando sou “sem sal” , se lembram da água e falam que ela é boa, aí eu gosto! O Rio Amazonas fica lá no norte, por vezes, quando as nuvens me ajudam chego lá, quando não, não tem jeito, fico pelo Nordeste mesmo, aqui sou supervalorizado. Isso quando não ganho muitos outros agregados, os inquilinos são o fósforo, o nitrogênio e o carbono, todos em demasia, guerrilhando contra a vida, só fazem nos usar. O Sol é minha passagem aérea, só viajo por causa dele, ou claro, quando saio de alguma panela por aí. No caminho atmosférico, gosto de cair em rochas e me agarrar às partículas dela, e levo os pequenos pedacinhos dela para o chão, formando o solo, e alisando a pedra, esse processo é chamado de intemperismo. Não gosto de ir direto ao chão, gosto de ficar bulindo com a rocha, escondido nas fendas. Quando caio no chão e o solo é muito fofo, atravesso-o. Geralmente quando escapo das raízes das plantas, e de outros bichinhos do solo, fico lá embaixo com outras diversas moléculas amigas, formando um aqüífero, lá temos o poder de não evaporarmos em grandes proporções. Quando encontramos um buraco saímos quentinhas para a superfície da Terra, formando as fontes naturais, muitas delas são atualmente compradas fornecendo água para a população de humanos beber. Não gosto de ficar mudando de estado físico, essa história de virar gelo, água e vapor, não dá. Frio, normal, quente. Sólido, líquido e gasoso. Tá tenho de admitir, que sou bem mais forte quando sou gelo, mas escapo melhor quando estou gasoso, o meio termo é sempre algo . Como disse antes, o culpado disso tudo é o Sol, se não fosse ele essa variação não existiria, muito menos meu ciclo, o ciclo da água. Perceberam algumas de minhas viagens? Vamos começar uma? Então, estou eu no mar, lá bem tranqüilo, no meio termo. Chega o verão, a coisa começa a esquentar, não gosto de ir para o fundo, ou quando quero, me expulsam de lá, aí não tem escolha, hora de sair do oceano! Saindo viro vapor, e ganho o mundo. Lá em certa altitude me junto àquelas particular branquinhas, que agora estão com inimigos que fazem delas cinzas, não tem escolha, sempre tenho que transportar um estranho comigo. Ai quando tudo fica muito apertado, não agüento mais com meu peso, e nem com o dos estranhos, eu caio. Geralmente eu não escolho onde cair, mas adoro cair lá nas montanhas, virar gelo novamente, até esperar a avalanche. Os animais teimam em me consumir, o solo teima em não me deixar longe do Sol. Agora têm diversos exploradores que além de me idealizarem, como sem cor, sem cheiro e sem sabor, ou seja, incolor, inodora e insípida sabendo que nunca vou me separar dos meus amigos sais minerais, nem na atmosfera, usufruem de mim como solvente! Se já sei que sou mundial, agora coloca universal, ganho o status de Universo, é bom e não é, a responsabilidade é grande. Imagine sair me agarrando às diversas partículas, não tendo mais liberdade de viver sozinha, e sim usada para separar os outros, dissolver o nome disso. Dissolver cansa, tem vezes que não posso me separar da substância que separei, acabo ficando poluída. Eu dissolvo o soluto, os sais que destruo são conhecidos como isso, soluto. Eu sou o solvente, eles, coitados, todos soluços! Ops, solutos. Lembra-se do meu nome que disse no início, hidro?! Pois é, quem sofre minha segregação, é hidrossolúvel. Sou multi uso, tenho outras propriedades interessantes. Como por exemplo, sou densa. Densa me leva à massa e volume, sou medido em litros! Portanto, uma alta concentração de minhas partículas nos leva aos sólidos, meu volume é maior, embora minha massa seja a mesma. Eu sou a divisão entre massa e volume. Agora quando me junto ao sal, minha densidade fica maior, tanto que posso segurar algumas pessoas lendo na minha superfície, meu “espinafre” é o sal para me manter forte segurando diversas pessoas sob minha superfície. Por falar em superfície, outra capacidade que tenho é de tensão superficial, quando estou sem sal, ainda consigo segurar alguns insetos, eu fico me revezando com outras moléculas iguais amigas. Sempre fazemos uma força contra, e uma molécula segura a vizinha, tanto que formamos ondas. Somos bem unidas! Até mesmo na fase líquida. A capilaridade é outra situação um tanto complicada, pois ninguém quase entende quando nós vamos contra a gravidade, nós subimos por entre fios, quando mais fino ele for, mais eu vou alto, isso acontece nas plantas, por isso ninguém quase vê. Os animais me bebem, e ainda nas plantas, me comem. Só dou o troco quando estou cheio de microorganismos, nós levamos ovos minúsculos para todos os cantos, aí quando os olhos dos humanos são maiores que a boca, nós estaremos lá também carregando alguns deles, para ver se esse humano é bom mesmo em reconhecer que algo está contaminado ou não. Só que nessa história, muitos filhotes, dos humanos (bebês) morrem. Algumas das doenças são as giardíases, cólera, leptospirose, hepatite infecciosa e diarréia aguda. A giardíase é água misturada com partículas de fezes infeccionadas, nunca se iludam, comemos um pouco de fezes por dia, embora nós não vejamos muitas pequenas partículas não visíveis eu levo da estação de tratamento para as torneiras. Agora quando não sou bem tratado, levo muitas a ponto de levar comigo ovos de Giardia lamblia, um dos bichinhos fazem mal aos humanos, na hora de comer ninguém sente nada, agora depois há dor de barriga e anemia. A cólera por sua vez, é causada por outro bichinho o vibrião colérico, febre, vômitos e dores abdominais fazem parte dos sintomas, higiene é imprescindível. A leptospirose não é causada pelos ratos, e sim pelos microorganismos que estão presentes na urina destes, não é regra, mas também não é difícil de ocorrer em uma enchente por exemplo. Febre, dores no corpo, vômitos. Mau funcionamento dos rins, fígado e coração. O tratamento adequado dos lixos, não sendo jogados na rua, terrenos baldios e rios. Se eu já não levo muita saúde, como modificar isso? Ah-rá! O tratamento, tratar a água é algo imprescindível, uma água boa, é uma água potável, uma água purificada e filtrada. Fico limpinho na estação de tratamento. No Açude de Bodocongó não tem como eu ficar limpinho, pois não sou tratado antes de ser jogado lá, s’eu fosse, não levaria comigo peso, imagine ficar levando diversas partículas de fósforo, carbono e nitrogênio pra cá, e pra lá. Eu gosto só de minhas amiguinhas iguais à mim, para brincar de ser superfície e não evaporar., e se evaporar, na mesma hora virar gota e cair novamente. Meu banho na estação de tratamento segue alguns passos, como floculação, decantação, filtração e cloração. Na primeira parte, eu viro gelatina, já na segunda os flocos formados na primeira vão para o fundo, e eu passo por cima com minhas amiguinhas, na terceira parte eu ganho o rumo das pedras e areia, deixando depositados os estranhos que me perseguem. Os microorganismos são chatos, e vão conforme a corrente também, mas geralmente morrem na cloração. Sou distribuído para as casas, e ganho o caminho dos canos, no caminho posso encontrar diversos outros inquilinos. Chegando em casa, sumariamente utilizado, viro esgoto, e ganho mais partículas estranhas. Detergente, sabão, gorduras, passo por um local bem desagradável, a fossa, até ganhar outros imundos canos e voltar à estação de tratamento, nestas horas eu gostaria que o Sol me levasse para outra longa viagem. (Adaptado de CRUZ, 2006).

CRUZ, J. L. C Projeto ARARIBÁ, Ciências, 5ª Série. Editora Moderna. São Paulo - 1ª Ed. 2006.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quilos e Metros

16:45 no visor do celular.

Revisando um paper no computador, lá estava eu a terminar. Terminei os encaminhamentos da Extensão e me preparar para correr. Os desafios encontrados? Descrevo agora.

Dia frio, chuvoso, com nuvens densas, nublado em alguns momentos. Nestes últimos pude sair de casa, com o uniforme do Brasil da Copa de 70 e uma maçã na mão. O adereço fica por conta da faixa preta que coloquei na cabeça para segurar meus cachos que estão incomodando, alguns dizem que estão volumosos, outros arguem que são belos, e há quem discorde (até da postura narcisista, como eu).

Portanto, sai de casa, passei em frente à Renault, o tempo já não estava amigo dos bodes, caminhando fui, acelerei o passo. Descrevendo a paisagem, encontro algumas lojas de grande porte: Gran Moto, a Escola Normal (ops), Posto Brasília, Hyundai, Caoa, um terreno baldio, um trailer, alguns degraus, o Hospital Mariana, atravesso a rua, chego no outro Posto de Gasolina, atravesso mais uma vez a rua, e chego no Açude Velho.

Aquele bom alongamento é essencial, e começa pela cabeça, depois os membros periféricos inferiores e superiores, e finalmente o tronco. A escoliose não me deixa, e tenho de alongar para fortalecer os músculos que estão se atrofiando. Alongar o tronco sempre é o mais difícil. Chego a duvidar de minha elasticidade, mas logo consigo o alongamento total. As formigas sempre atrapalham meu alongamento.

Hoje, em especial, feriado, diversas ondas sonoras se sobrepondo, tendo como fonte diversos carros estacionados no meio da calçada, se não bastasse, até a TV Paraíba estacionou o caminhão equipado com o sistema "ao vivo" no meio da calçada de pedestre. Como não seria uma corrida pacífica mudo a trajetória.

Chegou a hora, começar.

Passo os quiosques, com aquela barulheira imensa, diversas putas descendo até o chão. Antes de chegar próximo ao antigo Complexo 5, que atualmente tem um cheiro insuportavel de dejetos em meio aos escombros, sinto que vou correr mais do que os outros dias, pela disposição e boa vontade. Segui meu caminho, passei ao lado da academia (k)corpus, ao lado da itapemirim, atravesso o semáforo rumo ao Parque do Povo, passo ao lado do bar do Tenebra, e dos esqueletos das barracas do São João no Parque do Povo. No semáforo logo acima, passo a avenida, e sigo correndo no Açude Novo, ganho o sentido da Integração, pego à esquerda correndo. Algumas pessoas caminhando ainda, em pleno feriado, fico contente, e outras diversas pegando ônibus. Sigo na rua que o 333 sobe, a rua em sentido à Prata, subindo para o SENAI, Feira da Prata, etc.

Lá vou eu subindo a ladeira, a primeira vai até o semáforo logo em cima, depois de diversas clínicas, do crea, chego no topo da primeira ladeira, uma descida pequena ao lado da secretaria de saúde, ao lado do SENAI e do SESI.

Não vejo o topo da próxima ladeira. Ah! A ladeira da Bela Vista, onde até os carros têm receio de subir, e quando me dou conta logo estou próximo ao declive acentuado no topo de uma das ladeiras mais temidas de Campina Grande, a velha e famosa ladeira da Bela Vista. Antes de chegar lá, próximo à Feira da Prata vejo duas palmeiras, nelas coloco meu objetivo, chegar até lá. São só alguns minutos de corrida, e a gravidade fazendo peso, mas molhado e mais pesado sigo. As primeiras passadas leves, e ainda aumento a frequencia, sinto que meu corpo aguenta. Na metade do caminho transeuntes olham desconfiados, a viatura da polícia passa olhando, e sigo meu caminho, até o topo, até avistar a grande ladeira que muitos levam multa no pardal escondido. Chego lá em cima, com aquele ar de missão cumprida. E faço o caminho de dois anos atrás, quando estava no ápice de minhas corridas de final de tarde. Do topo sigo à esquerda, depois à direita, depois à esquerda, desço a ladeira e chego no campo do Campinense Clube, lá sigo à esquerda, voltando para a praça do Rosário, e descendo aquela bela ladeira.

Agora a chuva impera, aquele frescor, e amigos passando de carro apoiando a descida. "-Corre, corre!". Leveza na descida. Leveza ao passar os inúmeros semáforos, mais uma subida de leve, e chego próximo ao Banana Beer, e o Big Mix.

Atravesso a avenida rumo ao Açude Novo.

Parque do povo.

Açude Velho, mais três voltas e alguns amigos de corrida, a chuva dispersou a poluição sonora para suas fontes de origem.

Alongamento.

Pronto, missão cumprida.

Exercícios no Parque da Criança.

Às 20h, felicidade.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Auto-Imune

Hoje, há pouco (por volta das 18 horas) na UFCG estava eu caminhando em busca da xérox mais barata, isso logo após ter deixado a reunião da comissão eleitoral do CCBS, e ganhar uma carona do presidente da comissão. Exausto, sigo, e encontro amigos. Um deles travestido de pastor, ou empresário, não sei direito o que era, mas logo chego me divertindo com aquela situação (de proletário para burguês). Outro, o que vou enredar essa narrativa, seguia seu caminho, e logo parou ao me ver. Escuto um "- Opa!" caloroso, e a velha pergunta "- Como está o CABio?". Logo reconheço a ausência deste no rotineiro dia-dia do curso (que parece ensino médio). "- Por que não tens ido mais assistir aula?" Claro, sem responder antes a pergunta do CABio. E ele me disse que problemas de saúde afastaram-o. Dores nos ossos, que impossibilitariam a permanência deste no curso. Me convida para beber um suco, digo que estou com azia e não vou. Culpa do café, misturado com suco de manga e Coca-Cola.

Sigo conversando com o ser travestido de pastor/empresário, grande amigo antigo de movimento estudantil, que só andava de camiseta de congresso, sempre colocando a culpa na: "- Conjuntura, analisei minha conjuntura e vi que não estava dando certo, mudei". Conversa boa, tchau.

Sigo para a xérox, o ex-graduando de Bio agora lanchando. Passo, desapercebido.

Cópias de três capítulos de genética feitas. Missão cumprida na UFCG.

Me direciono ao ponto de ônibus, dentro deste intervalo de tempo e espaço, converso com outros diversos amigos.

Chego no ponto, e logo o vejo com outro amigo, agora de eng. de produção. Amigo de fumo, que está terminando o curso, onde eu deveria estar terminando também as últimas disciplinas neste semestre. E o mais interessante, saber qu'ele toca um projeto de extensão na área de tecnologia, após a aprovação há pouco na seleção do PROBEX (Bolsa de Extensão) na área de Gestão Ambiental. Feliz estou.

Entramos no 333, o amigo de produção senta do meu lado, esse outro meu amigo que deixou a Bio senta logo atrás. Este último permanece calado. O outro vai conversando sobre a turma qu'eu fazia parte, quem está se formando, e já sabendo quem está, só faço confirmar minhas expectativas. Feliz permaneço.

Desço do ônibus na Integração, me despeço da potência produtiva, e logo o que permanecia calado se levanta na minha frente, e segue, indago "- Nesta metade do ano, eleições para o CABio, queres coordenar pro lá?". Ele responde "- Não quero mais saber de política, depois que a Correnteza perdeu duas vezes na UFCG!". Aquele sorriso sarcástico dos dois impera.

Puxo conversa, enfatizando o porquê dele ter deixado a Biologia. Ele me explica:

"- Estou com problemas nos ossos, na lombar, nos braços, nas pernas, na coluna. Depois de uma trilha, não posso mais fazê-la, devido a estes problemas."

O silêncio impera, eu embora curioso, permaneço em calado, nada pior do que perguntar a doença de outrem diretamente à ele.

Alguns minutos se passam.

"- Doença imuno-deficiente" ele diz. E completa "- Mas, você gosta de biologia, né?". E eu sem entender porque ele completa com essa pergunta, cansaço, respondo com um "- Sim".

Logo, ele aperta minha mão e sai de perto. Ganha seu rumo, fico observando-o. Ele foi para seu ponto. Depois de alguns minutos, longe de mim ele passa, se afastando, não pegando mais o ônibus, ganhando o rumo do Açude Novo.

Descanso, quase dormindo e flashback.

"- Doença imuno-deficiente"?

?

Porra, caiu a ficha.

Pego o ônibus, refletindo.

Chego em casa, refletindo.

Triste permaneço, debaixo do chuveiro passo alguns minutos.

Ele deve ter ido se esconder, assim como todos os outros que são discriminados por tal doença. Descoberta pesada essa minha, não sei qual seria minha reação, se a "doença imuno-deficiente" fosse diretamente dita.

"AIDS"

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Réveillon 2009 Brochante

Dia 31 de dezembro, saio de Campina Grande com destino à João Pessoa, chegando na capital por volta das 22 horas, com dois litros de vinho e um de espumante. Saio eu um tanto ébrio, e uma acompanhante, ao chegar na rodoviária de João Pessoa, agora em sentido à Integração, para termos como último destino o Busto de Tamandaré. Chegamos na Integração, um imenso tumulto toma conta da entrada e saída de passageiros dentro do ônibus. Entro dentro do tumulto precavido por perder a contagem regressiva, que marca a entrada do ano de 2009. Chego totalmente suado em Tambaú, próximo à Feirinha, e ando em sentido ao Busto. Chegando lá, mais um grande tumulto, agora para garantir lugar ante a queima de fogos. Logo, com um misto de músicas de rap e de reggae tomam conta da praia, começo a dançar e ser repreendido, como moleque que bebe e não sabe o que faz. Santa hipocrisia daquela que me acompanha e acaba com minha noite. Ser ébrio é um erro na sociedade, e foge às normalidades. A justificativa dela: "- Onde começa o limite de outrem, acaba o seu". Embora, as minhas práticas fossem de simples danças com acústica fantástica que estava extasiando meu ser com toda aquela multidão de pais-de-santo me acompanhando alegremente. Chegando próximo aos segundos finais todos se aproximam da beira-mar para observarem os fogos. A organização do evento se importou tanto com eles, que esqueceu da contagem regressiva. Uma gafe imensa, onde todos ficaram esperando com o dedo polegar segurando a tampa de champagne (ou de outros - como eu - de espumante) a "virada" do ano. A minha não demorou muito, logo ao tirar aquele protetor de arame que segura a tampa, a tampa foi junto, tamanha pressão molhou todos em minha volta, e mais uma vez a acompanhante ficou emburrada e com a cara feia. Ao chegar na beira-mar, fui logo soltando um palavrão, exaltado com todas aquelas psicodélicas cores dos fogos: "- Que ano novo do caralho!". Recebendo um:

- Cala a boca.

De um casal que estava logo a frente. Desde então fiquei calado, e com a cara de poucos amigos, pude revidar em silêncio tal investida. Até o casal novamente se manifestar. "-Nossa que lindo! Maravilhoso isso!" Revido com:

- Ainda querem qu'eu cale a boca ante tamanha beleza.

Aí a noite desandou, minha companheira não me beijou, os hormônios foram para os neurônios, sentei lá na areia da praia, e nem a animação (grande) de Moraes Moreira me colocou novamente nos trilhos da alegria. Revi diversos amigos, essa foi a melhor parte, revi uma querida paquerinha na orla, que há tempos não entrava em contato comigo. Acabou Moraes Moreira, o frevo começou e com ele uma imensa poluição sonora, com diversas músicas escrotas ao longo da orla, onde ninguém respeitava ninguém. Todos aqueles grupos de antropóides em busca de amor fácil, onde se misturavam aos grupos de famílias, que estavam ali para curtir as boas conversas de final de ano. Todos se tolerando. Tolerância, palavra que não me faltou, ao ter de aturar tamanha carga de atitudes da acompanhante, e emoções de amigos, que me convidavam para os mais diversos locais, barzinhos e bordéis de João Pessoa naquela noite. A tristeza foi completada pela falta de contato, afinal o bônus do celular acaba no último dia do ano, e nem tinha me dado conta disso, tanto que não fiz nenhum contato pós meia-noite, mil promessas, mil contatos, nenhum cumprido. Um gole, dois, três, o vinho foi embora, e com ele a análise do momento social foi discorrida ao sentar com minha acompanhante próximo a algum quiosque na praia de Cabo Branco. Após alguns momentos, agindo como Gramsci, "desocultando a realidade", escuto de minha companheira um:

- Para de falar merda.

Logo após isso, os dois em silêncio, sem se falar indo à praia de Tambaú. O casal de primatas foi se nutrir na feirinha, eu na velha e famosa tapioca de quatro queijos, que estava com desejo, feito essas crenças de grávidas que não comem o que desejam, e como consequência os bebês nascem com a cara do desejado. Ela comeu um X-tudo, com tudo aquilo que repudio, carne dos mais variados tamanhos, cores, texturas e cheiros, cheiros estes que me lembram a loja do McDonalds, o consumismo e o meu vômito eterno mental a posteriori. Sento na areia da praia bêbado, agora me embriaguei de vez, com o último vinho, bebi ele sem cessar, em diversos goles, um atrás do outro. Sentamos para observar a praia, o Sol nasce, eu não me dou conta. E pluft, estamos a pegar outro ônibus lotado em sentido a rodoviária, cheio de palhaços fazendo escárnios sexuais no fundo do ônibus. Voltamos no ônibus para Campina às sete horas da manhã, fome, sede, sono. Sono que me acompanhou durante toda viagem, dormi feito pedra no velho e famoso Real Bus. Chego em minha casa, durmo, reflito e concluo que era melhor ter ficado em Campina Grande com minhas putas tristes, visitando os bordéis, fazendo contatos, me embriagando em casa. Ou estado sozinho em João Pessoa. Das duas opções a última, e ela vou cativar até o próximo Reveillon, sozinho na praia.

P.s.: A acompanhante/companheira é uma amiga.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sensação Estranha

O dia foi repleto de surpresas. Um amigo de escola que está prestes a casar amanhã, morando pelas bandas do Sul; outra amiga, um tanto mais querida, foi ao exterior e não me contou; outro amigo, freqüente em minha vida, está mal de saúde e sinto que

necessita de minha presença; Outra amiga querida que promete um presente, outra amiga que noticia a sua saída de sua cidade natal em busca de novos ares no Amazonas, e algumas outras notícias que recebi pela internet, a mesma que parou abruptamente, quando estava prestes a terminar meus afazeres acadêmicos. Esse clima sem conexão, culminou após o filme

Efeito Borboleta 2, que tinha feito download há uma semana atrás, sendo que hoje, de fato, o espaço (PC) foi priorizado e a curiosidade necessária apareceu. Uma viagem no tempo através de fotos antigas, e três flashbacks, colocando maior peso na vida, no fator amoroso e no fator profissional, seqüencialmente. O ator principal do filme tinha lá suas chances de voltar ao passado, para reverter a situação. Mas, fico imaginando como nós, que não temos esse poder reagimos ao filme. Como lidar com a morte. Olhei para os lados, para a minha vida, e um flashback reinou. Por que não valorizo mais essas peculiaridades do dia-dia. Qual peso estou dando à família, amigos, estudos, lazer, dentre outros fatores primordiais para uma existencialidade? Quando o filme acabou um pouco de minha sanidade foi junto, muitas perguntas afloraram na cabeça. O desfecho desse enredo deve fazer parte de nosso cotidiano, tenho certeza que valorizaremos mais nossas vivências com aqueles que têm, de fato, vida, e esta tem peso maior existencialmente do que o futuro profissional, ou a busca incessante pela estabilidade financeira. Temos de pensar duas vezes antes de produzir inutilidades ao invés de existirmos de fato. O "em si" e o "para si", idéia de Sartre. O "para si" é o ponto-chave da idéia central deste texto, onde compartilho minha emotividade com vocês. Necessito dedicar parte de meu dia à Heidegger, Schopenhauer, Kierkegaard e o mestre Sartre.

Campina Grande, 19 de dezembro de 2008. (Sem acesso à internet)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fogo, vinho e pizza

As postagens em blogs são como chamas. Quando há muito calor elas continuam acesas por muito tempo. Empecilhos do dia-dia são os grandes responsáveis pela falta de criatividade? Ou não. Exponho aqui uma das situações que vivenciei neste último dia 8 (de dezembro).

Saindo com uma amiga pelas ruas de Campina Grande, convidei ela a ser minha companhia no Açude Novo, era por volta das 18 horas. Ficamos bebendo vinho no barzinho da sinuca, e filosofando a vida, falando sobre amor, sexo, família, dia-dia, etc. Logo após alguns copos de vinho, pude receber uma inusitada visita na mesa, uma senhora, ébria, com diversos netinhos, que segundo ela estavam saindo de casa raramente, e só ela fazia esse papel de levar as crianças para passear. Alguns minutos de prosa, e chega uma das netas, logo se apresentando. "- Meu nome é Vitória". Não muito tempo depois, chega o resto do grupo e ela formidavelmente começa a apresentar o nome de um por um. Impossível não refletir nossas práticas do dia-dia com uma família, embora com a avó ébria, feliz. Feliz? É o que chegava de lógico em minha mente, os netinhos sorridentes, cuidando da avó. "- Vem vó, deixa de incomodar eles", se referindo a nós dois. O mesmo falava o garçom, incomodado com a presença da velhinha: "- Minha senhora, deixe de incomodá-los", e ela: " - Ali são conhecidos meus". Era engraçada e reflexiva a cena.

Algumas horas depois, por volta das 21 , a fome bate, e vamos para um local mais requintado, uma pizzaria italiana, com música agradável para um bate-papo, toda decorada. Sentamos, e logo temos atenção de todos, como também a babação e o atendimento rápido dos garçons. A pizza chega, e com ela um casal senta ao nosso lado, um casal com duas crianças, uma por volta de 10 anos, e uma menina que não chegava aos 4. A menina, estava super feliz com uma boneca de pano, e tinha atenção integral dos pais, não podia sair de perto da mesa, e nos achava extraterrestres pelos poucos olhares de boa vizinhança que a menina fazia, acho que por não nos conhecer.

Isso significa o que?

Meninas da mesma faixa etária, em realidades diferentes. Uma mais acanhada, outra extrovertida. Das duas, a última. A super proteção dos pais em deixar a criança esquizofrênica, com sua amiga bonequinha, é extremamente danosa no desenvolvimento cognitivo da criança. C0gnitivo, intrinsecamente ligado à aprendizagem. A Vitória, hoje deve estar toda tagarela com os amigos na rua, já que os pais não saem de casa, e deixam a criança ao léu com a avó, e só ela promove essas saídas espontâneas com os netinhos.

São lições cotidianas, experiências válidas para ficarmos pensando, principalmente sobre efeito do etílico. Vou fazer isso mais vezes, agora sozinho, anotando essas pérolas de nosso dia-dia.

sábado, 15 de novembro de 2008

Prá o DNA, diga SÁ!


Certo dia J. Pinto Fernandes foi convidado a convidado a almoçar na casa de uma pessoa que dividia com ele a identidade de uma série de combinações genetícas graças ao enlace sexual entre dois casais, este em perídos de tempo distintos.
Graças a essa semelhança genética, as pessoas que o tinham convidado se deram o direito de opinar sobre as atitudes e escolhas do J. de maneira incisivamente inoportuna, mesmo que essas pessoas não tenham o mínimo conhecimento sobre o cotidiano do nosso amigo, mas como eles vivem falando: "irmão é pra isso mesmo", "irmao é assim qeu faz, tem que escutar e respeitar, até porque é irmão mais velho".

Sim, parentesco genético, o amigo J. escolheu isso?

Enquanto a personalidade está a ser formada, várias pessoas auxiliam na cunha de caracteres que nos tornam nós, e essas pessoas ficam em nossas vidas de forma que se tornam mais intímas, ocupando espaços que caracteristicamente pertenciam a família.
Mas se o amigo J. deciciu que a família que ele foi escolhida por ele, e não fruto de um acaso, qual é o problema?


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O retorno da síndrome do Lattes


Andei pensando após algumas atitudes que observei ultimamente e resolvi mensurar o preço de um Lattes.

Artigo em revista _______"não converso com minha mãe a um mês, e moramos na mesma casa"

Um livro publicado _______ final de namoro

Resumo expandido _______ um amigo a menos

Mais um poster com meu nome _______ "hei cara, não conta pra ninguém desse congresso"

Primeiro autor em... _______ "vamo publicar, tem que publicar, a coisa é número..."


Resultado : Mestrado = APROVADO !?!?!?


Valeu a pena?
Pra mim não!

E olha que quem está se surpreendendo com isso sou eu, "o cara que é competitivo demais! "

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Evolução Ontogenética

A Evolução Ontogenética, compreende o atual Devo, do Evo-Devo, a Biologia do Desenvolvimento. Uma das formas de evolução, onde compreende o nascer, envelhecer e morrer, a ontogenética. Outro tipo de evolução está ligada a separação de grupos com caracteres em comum, a Filogenia. Um dos que falaram que a Ontogenia recapitula a Filogenia, foi Haeckel, e abriu um grande passo para a inserção da Filogenia na Ciência.

"- Cadê a evolução acontecendo agora?"

Esse é um dos sensos-comuns utilizados por aqueles que adoram argumentos 'ad hominem'. Podemos ver a evolução ocorrendo agora, a partir do que chamamos de Ontogenia.

Nasce, cresce, reproduz e morre.

Poucos sabem disso, e poucos querem ver a evolução in loco?

Um exemplo de cladogênese, divisão de grupos de 'bichos/plantas', está ligado aos indivíduos que têm ciclo de vida pequeno, "poucos anos de vida". Através das diversas reproduções e parentescos de quadragésimo grau, podemos perceber a variabilidade, e até mesmo a especiação como ocorrem em drosófilas. Então, o que é o ciclo de vida senão a Ontogenia? O que são diversos ciclos de vida senão a variabilidade? O que seria a Filogenia senão a causalidade de diversas reproduções onde ocorrem a variabilidade?

"Post especial ao meu amigo Uirá, feliz evolução ontogenética."

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Medicina Pecuária

A medicina veterinária agora é pecuária, este é o retrato atual do curso de Medicina Veterinária nacional. Os bacharéis, intitulados "doutores", estão maquinando melhores estratégias para satisfazer o ego(centrismo) em busca do capital. O que me surpreende é que diversos deles são filhos de latifundiários, que criam em seus currais diversas cabeças de gado, lucrando demasiadamente em cima da morte de animais. Animais estes que são bem estudados pelos próprios, tanto economicamente, quanto biologicamente, as células nervosas, os impulsos nervosos, o ato reflexo, a dor. Não entrarei em ditames biológicos em minha argumentação, mas principalmente em cima do "tanto economicamente".

Após a criação do curso de Medicina Veterinária, cursos, a exemplo de Zootecnia, entraram em jogo para satisfazer a demanda do Mercado, a cada dia os subsídios aumentaram para a Indústria da Carne, do Desmatamento e da, conseqüente, Desertificação. Um exemplo é analisar o discurso do "- Agregar Valor" e entreter a população com argumentos de produção animal, qualidade do queijo, do leite, caprinocultura, ovinocultura. Aplicar, em segundo lugar, a argumentação: "- Na Paraíba não precisamos de biólogos para estudar o mar, e sim a Caatinga, estudar o mar é desnecessário!". São duas argumentações que utilizou um dos cabeças do INSA, Instituto Nacional do Semi-Árido em palestra na Semana de Biologia de Cuité.

O que realmente assola o Semi-Árido atualmente? A Pecuária, mais precisamente a Caprinocultura e Ovinocultura. Além dos bovinos compactando solo, transformando a vegetação arbustiva em herbácea, e o estrato herbáceo em solo pedregoso, observamos grandes áreas, onde a Produção Animal se apropria em prol do lucro. Como não conseguimos instalar uma forma de renda onde não extrairíamos os recursos naturais altamente adaptáveis, mas sim valorizaríamos em troca do tão almejado salário mensal. Poderíamos utilizar a publicidade de nossa fauna e flora altamente adaptadas ao ambiente (nos respectivos habitats), pesquisas com substâncias que são utilizadas pelas comunidades rurais advindas da Caatinga (sem antes a biopirataria patentear a substância), utilizar-se da Agroecologia com plantas nativas e de valor comercial, juntas, constituindo os agrossistemas. Muitas outras atitudes podem ser utilizadas para valorizar nossas riquezas biodiversas, heterogêneas, históricas e culturais, estas últimas sequer são citadas. A política da fauna é a pecuária, e política da flora é a monocultura, a convergência destes é o espelho do Mercado, da Agropecuária, que recebe incentivos exorbitantes do governo, se já não bastasse as empresas aplicando milhonárias cifras em prol do lucro.

Não é preciso estudar o mar? Então, se poucos soubessem o poder da ecologia e do holismo no mundo, saberíamos também tratar a maior parte do planeta com respeito. Cito isso em comparação simplória, estudada no ensino fundamental. A comparação da Hidrosfera com a Litosfera, o quanto a hidrosfera influência na temperatura, nos ventos, na precipitação, na vegetação da Caatinga? Argumentos danosos, provocadores, e dignos de senso-comum são disseminados todos os dias pelas palestras no Brasil e no mundo, posso exemplificar isso pois pessoas-chave de representação do Semi-Árido são as principais disseminadoras destas falácias estapafúrdias.

Espero que discursos em prol de uma Caatinga com gado de corte, pecuária extensiva e intensiva, estatísticas baseadas em cabeças de gado, não sejam mais utilizadas, devido às propriedades danosas destes elementos na natureza.

O mesmo, do curso de Medicina Veterinária, onde os formados pré-potentes intitulados doutores na Mídia Tupiniquim, como notei em um dos canais abertos de teor religioso (sic), podem se apropriar destes espaços para publicitar a Pecuária, amiga íntima da Monocultura e do Extrativismo Mineral. Espero que o futuro profissional destes, que estudaram profundamente animais dos mais diversos gêneros não sigam contra eles, onde a Medicina Veterinária e a Zootecnia convergem para algo que podemos chamar de Medicina Pecuária.

A cura da morte.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Novas visões...novas?


Ao ler os comentários em nosso blog, percebi um novo e bem vindo participante, cujas idéias são compartilhadas em um espaço semelhante: http://www.marciodanielramos.blogspot.com/
Resolvi então buscar suas idéias e me deparei com uma concepção de amor, este relacionado ao relacionamento homem x mulher baseado em premissas que não levam em consideração as questões biológicas, que verdadeiramente regem todas as ações do homem.
Uma visão centralizada está sendo disseminada, onde questões como o ateísmo e o agnosticimo são distorcidas em detrimento a manutenção de uma visão dogmática, este dogmatismo que não pode ser aceito, inclusive neste espaço.
Esta distorção pode ser vista em alguns espaços onde a fé e tratada como algo estritamente relacionada a religião, sendo esta, um dom que se liga a uma entidade superior, não importando a maneira como esta entidade foi contruida.
Vale então trabalhar com a disseminação de idéias contruidas a partir de princípios palpáveis, e principalmente, comprováveis, considerando assim visões distintas de um mesmo tema para que o enriquecimento cultural possa se dar de maneira real, de forma que preconceitos sejam quebrados, para o bem de toda a comunidade.


Então venho apresentar a vocês, colegas do HOLÍSTICA, uma nova fonte de idéias com as quais possamos concordar ou não, mas acima de tudo, discutir de forma saudável.

PS.: caso resolvam comentar os textos do blog acima citado, é bom avisar-lhes que os comentários serão analisados pelo proprietário, antes de serem exibidos. Fica então um protesto à restrição do direito de mostrar pontos de vista diferentes, o qual é amplamente respeitado neste blog, caso contrário, eu não teria tido conhecimento de espaço supracitado.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Campanha: Orgânicos para o Quintal!


Problematizei mentalmente em uma de minhas caminhadas ao redor do Açude Velho em Campina Grande, o destino dos resíduos sólidos orgânicos que ganham o destino do lixão todos os dias. Comecei a perceber tal problemática ao assistir o vídeo "The story of stuff" (A história das coisas), e uni ao meu dia-dia vendo minha mãe despejar os "restos" das refeições no quintal, mas não em totalidade (!), e o meu trabalho com colêmbolos, que adoram compostos orgânicos em decomposição.

Estava comendo frutas antes de caminhar no Açude, e após comer no caso da banana o endorcarpo, joguei a casca em um dos canteiros da Av. Brasília e pude questionar quanto tempo ela demorou a se degradar sem ser enterrada, na superfície do solo levando raios solares, precipitações, sem contar na poluição atmosférica. Após ter jogado algumas cascas antes, alguns meses e/ou semanas, e com o rigor de onde já tinha jogado antes, não jogar mais, puder perceber que em duas semanas as cascas ficavam murchas e imperceptíveis, parecendo pedaços de folha morta.

Sabemos que os compostos orgânicos levam por si, grandes cargas de nitrogênio ao solo, o mesmo nitrogênio que as bactérias, fungos, colêmbolos adoram, degradando-os para as plantas absorverem as partículas menores destes "restos" junto com a água, fertilizando o solo, alimentando as plantas, fazendo com que o ecossistema edáfico fique rico em nutrientes, biodiverso e pronto para receber uma gama diversa de plantas dos mais estranhos tamanhos, formas e cores. Embora, a implementação de plantas paisagisticamente corretas, não seja ecologicamente correta, podendo permitir a invasão de certas espécies bonitas, mas "egoístas", seja mais danosa. Ou até mesmo trazer pinheiros para algumas das praças de Campina Grande, como foi vergonhoso ver no caminho para UEPB, no giradouro ao lado do Açude de Bodocongó algumas delas dispostas circularmente, sem presença de estrato herbáceo por perto, uma verdadeira falta de bom-senso ao passar no ônibus meio-dia, e ver aquelas plantas levarem Sol intenso com um solo altamente compactado dignos de deserto, quando há variados estilos de plantas nativas, altamente adaptadas às variações climatológicas de nossa cidade.

No último ENEB (Encontro Nacional de Estudantes de Biologia) que ocorreu no Maranhão, pude participar de um Grupo de Discussão sobre Agroecologia, e aprendi algo importantíssimo para minimizar esses impactos consumistas que fazemos a cada dia.

A palavra é Compostagem.

O melhor foi aprender o trabalho de um dos debatedores, e desde o ENEB-Viçosa, grande amigo meu, com um estilão meio Hippie, um tanto impactante às regras "éticas" do profissional biólogo como diria a professora de Prática Pedagógica. O trabalho do "Ras" é com Agroecologia Urbana, ele trabalha a compostagem no quintal, levando os solos fertilizados aos diversos vasos de plantas da casa em que mora, e fazendo isso com uma boa parte da comunidade em que mora. Os vizinhos após descobrirem o grande exemplo que ele propõe, colocaram às mãos na massa, ou melhor no garfo e prato após as refeições, e distribuiram os "restos" em cada parte do quintal, alimentando não só os animais (levando em consideração os colêmbolos e os homens), mas as plantas, as bactérias e os fungos. Não alimentando o lixão da cidade, onde esses compostos orgânicos se juntam aos diversos outros tipos de resíduos sólidos, e aos outros diversos tipos de compostos não reaproveitáveis a curto-prazo, e poluentes líquidos, tendo como produto no final o tão problemático chorume que tanto contamina os arredores da cidade.

Enfim, uma grande prática de Educação Ambiental, de Pesquisa, e possível Extensão Universitária.

Essa prática é viável ante nossa Feira Central, que distribui após as feiras de todos os sábados, toneladas de material orgânico que poderiam ser degradados nos canteiros da cidade. Basta fazermos um trabalho com os agentes de limpeza pública, ou melhor "agentes de ecologia pública", quem sabe uma mudança de nome? As fardas laranjas, ficariam verdes. Estes deveriam receber certificados, deveriam receber treinamento e quem sabe um futuro promissor distribuindo os alimentos que não nos servem, para quem realmente tem fome! As plantas, as bactérias, os fungos e... os colêmbolos. Todos felizes. É como o programa Fome Zero para as outras espécies dos mais diferentes grupos taxonômicos.

Inúmeras práticas que podem ser adotadas em nosso dia-dia, mas não anotamos, perdemos a cada passo, perdemos nossos sonhos, objetivos, metas. Caminhe com um bloco-de-notas, ele é útil.

Campanha: "Orgânicos para o Quintal"
A raiz de sua planta é mais uma boca para alimentar.
Pense nisto.


Turbulencia

Confiança..........tai algo dificil de se obter! So com o passar do tempo que se cionsegue, e as vezes nem assim! Gostaria de ter mais dessa confiança, mas onde se vende? Quanto custa? e quantos tipos de confianla existem?

Eu comprei a minha com o convivo, com a moeda do tempo, e tenho vários tipos, tantas que não sou capaz d contar, mas mesmo assim, sempre tem alguma coisa faltando. Sinceramente, asvezes acho que eu não me esforço muito para obter tal objeto de desejo. Mas, convenhamos, isso é o maximo que eu posso fazer, pelo menos por enquanto.

Como posso confiar se so tenho como base a desconfiança? Isso é algo muito dificil de fazer, aprender a confiar com base na desconfiança, é o tipico "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", mas ai ja é demais! Como eu posso seguir isso, se tenho como base, pelo menos em quanto criança, o modelo dos meus pais? E se um de seus pais disses isso pra você? Como você se sntiria? Não me refiro a esse fato ocorrer na adolescêcia, ou depois, mas sim na infância. Como uma criança vai poder não imitar o pai ou a mãe que ela considera como sendo seres perfeitos?

Pior ainda, sendo um menino: e se fosse seu pai que lhe dissesse algo do tipo? Se for menina, se fossesse sua mãie? Então, volto ao ponto de partida, como posso confiar em alguem que me diz para fazer algo, mas na pratica, faz outra coisa? E mais como posso aprender a confiar com esse ponto de partida?