
Somos repletos de individualidades compartilhadas, individualidades moldadas em estereótipos já vistos antes socialmente. Diluições acometidas de terceiros, devaneios secundários de primeiros. Somos eternas réplicas de antepassados que nem imaginaríamos pensar que existiram. Somos egoístas a ponto de tornar nossa individualidade em idiossincrasia. Declaramo-nos perfeitos e únicos à nossa mente, que nem os bons e velhos livros nos despertaria. São eventos eternos e repentinos que de fato presenciamos todos os dias e findou-se por se não perceber, não notar.
Agora vejamo-nos como terceiros. Com olhos de crivo e palavras de fel. Somos tão ínfimos que ao vermos nossa imagem, não se é plausível de refletir o ego que nós não desejaríamos ver. O comum que existe em nós é tão comum que existe em todos, compartilhadamente. Apontar nos outros é nossa qualidade, perceber que temos é o nosso defeito. Somos pedaços unidos por encaixe, tão facilmente removíveis e translocados.
Somos a mistura de idéias, filosofias, culturas e genes. Somos tão muito individualmente que à vista do compartilhamento somos tão comuns e que o mesmo comunismo que nos deixa enojados é aquele que nos corre em veia diuturnamente, até o pregamentos dos olhos. Junção de pedaços alheios, de que ninguém tem nada exclusivamente. Mistura de retalhos embaralhados estocasticamente. Porção de ser de que nada é de fato.
A gente “somos” inúteis, por partes, ao acaso, sem diferenciação.
Uirá