Problematizei mentalmente em uma de minhas caminhadas ao redor do Açude Velho em Campina Grande, o destino dos resíduos sólidos orgânicos que ganham o destino do lixão todos os dias. Comecei a perceber tal problemática ao assistir o vídeo "The story of stuff" (A história das coisas), e uni ao meu dia-dia vendo minha mãe despejar os "restos" das refeições no quintal, mas não em totalidade (!), e o meu trabalho com colêmbolos, que adoram compostos orgânicos em decomposição.
Estava comendo frutas antes de caminhar no Açude, e após comer no caso da banana o endorcarpo, joguei a casca em um dos canteiros da Av. Brasília e pude questionar quanto tempo ela demorou a se degradar sem ser enterrada, na superfície do solo levando raios solares, precipitações, sem contar na poluição atmosférica. Após ter jogado algumas cascas antes, alguns meses e/ou semanas, e com o rigor de onde já tinha jogado antes, não jogar mais, puder perceber que em duas semanas as cascas ficavam murchas e imperceptíveis, parecendo pedaços de folha morta.
Sabemos que os compostos orgânicos levam por si, grandes cargas de nitrogênio ao solo, o mesmo nitrogênio que as bactérias, fungos, colêmbolos adoram, degradando-os para as plantas absorverem as partículas menores destes "restos" junto com a água, fertilizando o solo, alimentando as plantas, fazendo com que o ecossistema edáfico fique rico em nutrientes, biodiverso e pronto para receber uma gama diversa de plantas dos mais estranhos tamanhos, formas e cores. Embora, a implementação de plantas paisagisticamente corretas, não seja ecologicamente correta, podendo permitir a invasão de certas espécies bonitas, mas "egoístas", seja mais danosa. Ou até mesmo trazer pinheiros para algumas das praças de Campina Grande, como foi vergonhoso ver no caminho para UEPB, no giradouro ao lado do Açude de Bodocongó algumas delas dispostas circularmente, sem presença de estrato herbáceo por perto, uma verdadeira falta de bom-senso ao passar no ônibus meio-dia, e ver aquelas plantas levarem Sol intenso com um solo altamente compactado dignos de deserto, quando há variados estilos de plantas nativas, altamente adaptadas às variações climatológicas de nossa cidade.
No último ENEB (Encontro Nacional de Estudantes de Biologia) que ocorreu no Maranhão, pude participar de um Grupo de Discussão sobre Agroecologia, e aprendi algo importantíssimo para minimizar esses impactos consumistas que fazemos a cada dia.
A palavra é Compostagem.
O melhor foi aprender o trabalho de um dos debatedores, e desde o ENEB-Viçosa, grande amigo meu, com um estilão meio Hippie, um tanto impactante às regras "éticas" do profissional biólogo como diria a professora de Prática Pedagógica. O trabalho do "Ras" é com Agroecologia Urbana, ele trabalha a compostagem no quintal, levando os solos fertilizados aos diversos vasos de plantas da casa em que mora, e fazendo isso com uma boa parte da comunidade em que mora. Os vizinhos após descobrirem o grande exemplo que ele propõe, colocaram às mãos na massa, ou melhor no garfo e prato após as refeições, e distribuiram os "restos" em cada parte do quintal, alimentando não só os animais (levando em consideração os colêmbolos e os homens), mas as plantas, as bactérias e os fungos. Não alimentando o lixão da cidade, onde esses compostos orgânicos se juntam aos diversos outros tipos de resíduos sólidos, e aos outros diversos tipos de compostos não reaproveitáveis a curto-prazo, e poluentes líquidos, tendo como produto no final o tão problemático chorume que tanto contamina os arredores da cidade.
Enfim, uma grande prática de Educação Ambiental, de Pesquisa, e possível Extensão Universitária.
Essa prática é viável ante nossa Feira Central, que distribui após as feiras de todos os sábados, toneladas de material orgânico que poderiam ser degradados nos canteiros da cidade. Basta fazermos um trabalho com os agentes de limpeza pública, ou melhor "agentes de ecologia pública", quem sabe uma mudança de nome? As fardas laranjas, ficariam verdes. Estes deveriam receber certificados, deveriam receber treinamento e quem sabe um futuro promissor distribuindo os alimentos que não nos servem, para quem realmente tem fome! As plantas, as bactérias, os fungos e... os colêmbolos. Todos felizes. É como o programa Fome Zero para as outras espécies dos mais diferentes grupos taxonômicos.
Inúmeras práticas que podem ser adotadas em nosso dia-dia, mas não anotamos, perdemos a cada passo, perdemos nossos sonhos, objetivos, metas. Caminhe com um bloco-de-notas, ele é útil.
Campanha: "Orgânicos para o Quintal"
A raiz de sua planta é mais uma boca para alimentar.
Pense nisto.
Estava comendo frutas antes de caminhar no Açude, e após comer no caso da banana o endorcarpo, joguei a casca em um dos canteiros da Av. Brasília e pude questionar quanto tempo ela demorou a se degradar sem ser enterrada, na superfície do solo levando raios solares, precipitações, sem contar na poluição atmosférica. Após ter jogado algumas cascas antes, alguns meses e/ou semanas, e com o rigor de onde já tinha jogado antes, não jogar mais, puder perceber que em duas semanas as cascas ficavam murchas e imperceptíveis, parecendo pedaços de folha morta.
Sabemos que os compostos orgânicos levam por si, grandes cargas de nitrogênio ao solo, o mesmo nitrogênio que as bactérias, fungos, colêmbolos adoram, degradando-os para as plantas absorverem as partículas menores destes "restos" junto com a água, fertilizando o solo, alimentando as plantas, fazendo com que o ecossistema edáfico fique rico em nutrientes, biodiverso e pronto para receber uma gama diversa de plantas dos mais estranhos tamanhos, formas e cores. Embora, a implementação de plantas paisagisticamente corretas, não seja ecologicamente correta, podendo permitir a invasão de certas espécies bonitas, mas "egoístas", seja mais danosa. Ou até mesmo trazer pinheiros para algumas das praças de Campina Grande, como foi vergonhoso ver no caminho para UEPB, no giradouro ao lado do Açude de Bodocongó algumas delas dispostas circularmente, sem presença de estrato herbáceo por perto, uma verdadeira falta de bom-senso ao passar no ônibus meio-dia, e ver aquelas plantas levarem Sol intenso com um solo altamente compactado dignos de deserto, quando há variados estilos de plantas nativas, altamente adaptadas às variações climatológicas de nossa cidade.
No último ENEB (Encontro Nacional de Estudantes de Biologia) que ocorreu no Maranhão, pude participar de um Grupo de Discussão sobre Agroecologia, e aprendi algo importantíssimo para minimizar esses impactos consumistas que fazemos a cada dia.
A palavra é Compostagem.
O melhor foi aprender o trabalho de um dos debatedores, e desde o ENEB-Viçosa, grande amigo meu, com um estilão meio Hippie, um tanto impactante às regras "éticas" do profissional biólogo como diria a professora de Prática Pedagógica. O trabalho do "Ras" é com Agroecologia Urbana, ele trabalha a compostagem no quintal, levando os solos fertilizados aos diversos vasos de plantas da casa em que mora, e fazendo isso com uma boa parte da comunidade em que mora. Os vizinhos após descobrirem o grande exemplo que ele propõe, colocaram às mãos na massa, ou melhor no garfo e prato após as refeições, e distribuiram os "restos" em cada parte do quintal, alimentando não só os animais (levando em consideração os colêmbolos e os homens), mas as plantas, as bactérias e os fungos. Não alimentando o lixão da cidade, onde esses compostos orgânicos se juntam aos diversos outros tipos de resíduos sólidos, e aos outros diversos tipos de compostos não reaproveitáveis a curto-prazo, e poluentes líquidos, tendo como produto no final o tão problemático chorume que tanto contamina os arredores da cidade.
Enfim, uma grande prática de Educação Ambiental, de Pesquisa, e possível Extensão Universitária.
Essa prática é viável ante nossa Feira Central, que distribui após as feiras de todos os sábados, toneladas de material orgânico que poderiam ser degradados nos canteiros da cidade. Basta fazermos um trabalho com os agentes de limpeza pública, ou melhor "agentes de ecologia pública", quem sabe uma mudança de nome? As fardas laranjas, ficariam verdes. Estes deveriam receber certificados, deveriam receber treinamento e quem sabe um futuro promissor distribuindo os alimentos que não nos servem, para quem realmente tem fome! As plantas, as bactérias, os fungos e... os colêmbolos. Todos felizes. É como o programa Fome Zero para as outras espécies dos mais diferentes grupos taxonômicos.
Inúmeras práticas que podem ser adotadas em nosso dia-dia, mas não anotamos, perdemos a cada passo, perdemos nossos sonhos, objetivos, metas. Caminhe com um bloco-de-notas, ele é útil.
Campanha: "Orgânicos para o Quintal"
A raiz de sua planta é mais uma boca para alimentar.
Pense nisto.
3 comentários:
Allysson! Botou pra descer!!! muito bom, viu?
Análoga à este tipo de compostagem, está a Biodigestão, que utiliza excrementos animais para gerar energia, e se livrar de gases tóxicos que eram antes liberados ao meio.
Já viram Artigos...vídeos...enfimm...materiais sobre as Ecovilas que tem no Sul..Na Austrália e EUA??
Existem até cursos sobre compostagem...aí tb entra Bioconstruções...algumas propõem até dinâmicas para integração dos humanos que as habitam...muito Bom..
Valeu Allyssonn...Massa
cara você é um gênio....
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