A vela é sinônimo de acompanhar um casal ou mais de um, durante uma festa. A vela, no sentido denotativo, é um objeto feito de parafina utilizado para iluminar segundo a Wikipédia.
Geralmente a vela demora a ficar sem iluminação, a luz por sua vez morre sem gás atmosférico, ou quando o pavio é totalmente queimado. Alguns têm pavio curto, outros têm muita parafina. Após observar uma noite inteira de festa, pude perceber sensações não muito agradáveis de ser vela. Alguns têm chama para aquecer, outros não. Fazendo com estes fiquem invisíveis durante o escuro da festa.
A parte pior é quando a vela já acesa, é aquecida por atos de carinho do casal.
Outra piora leva em consideração os inúmeros focos de churrasquinho (incêndios) percebidos ao longo do Parque do Povo. Alguns reclamam, outros simplesmente saem de perto ou ignoram. Algo desagradável como queimaduras aparecem ao longo da festa, próximas àquelas churrasqueiras improvisadas e enferrujadas.
A carne é de péssima qualidade, com uma coloração vermelha intensa, percebo ainda focos de gotas de sangue nas salsichas assadas, coração de galinha, dentre outras seboseiras. O jeito é beber, mas encontramos as latinhas de cerveja e os litros de água mineral no mesmo carrinho que carrega a churrasqueira improvisada, e os diversos derivados das carnes sem um mínimo de higiene.
Com poucos minutos, a latinha de cerveja é manipulada pelo vendedor que pega o dinheiro, e volta a assar a carne. Para piorar, dentro do isopor há água descongelada, onde há também um mar de bactérias felizes, prontas para atacar. No outro dia ninguém sabe qual a fonte da doença de garganta que apareceu. A flora vira uma guerra da noite para o dia.
E ainda para piorar, recebo um: "- Hipoglós é bom para os dedos." Ao passar por um conhecido, ao me ver com o casal. Tá, ainda havia a prima dela para me acompanhar, mas a conversa não atraia, aquele quê de EJC, outro quê de "- qual a festa de amanhã", com um quê insuportável de "- Como está o meu cabelo?"
Vamos falar sobre o casal. Ele não me conhecia direito, disse "- Oi!" E nem olhava direito para meu rosto, no mínimo, com ciúmes da minha amiga, que admito, era paquerinha minha de longa data, desde 2007 para ser mais preciso.* De cima para baixo (da palhoça ao palco principal) andamos, eles se beijavam freneticamente, e não há situação mais constrangedora do que ficar olhando beijos e escutando lábios e estalos e diversos outros "traços etológicos" egohedonistas. Mas, como tinha prometido passar a noite com a dita cuja, não poderia deixá-la "sozinha". Logo, a madrugada inteira como parafina, pavio e chama. Essa se apagava após olhares para mim, com aquele gosto de fica aqui do meu lado, não te decepcionarei. Consegui identificar esses olhares, tanto que na metade da noite, o parceiro dela conversando com os amigos e bebendo disperso, e eu lá conversando com as duas, em especial a que estava de namorado, que me olhou de cima a baixo do nada, e disse:
"- Hoje você está perfeito" (sussurrado)
Essa afirmação, junto à poluição sonora, fez com que ninguém percebesse essa fala. Tanto que pedi para repetir, "- hã?". E ela repetiu, umas duas vezes a mais com aquele sorriso encantador digno de propaganda de creme dental.
Desde então aqueles sorrisos apaixonados se misturaram, e não deu outra.
A desculpa: comprar capirinha.
Logo, ela toma frente do grupo, 100 metros adiante, pega minha mão. Carinhos se evidenciam, o tato é super importante nestas horas, o atrito dos dedos se entrelaçando e em harmonia na busca incessante pela posição ideal. Coisas de primeira vez que um casal se encontra. Ficam trocando carinhos pela mão, depois com um mês sabemos que esse tateamento morre. A mão dá lugar ao braço, perna, cotovelos, boca, e derivados.
Voltando a história, a ida à barraca de bebidas foi encantadora. Logo, contagiado pela situação fui comprar do outro lado da avenida, o meu preferido "Fim do Mundo", e ela, a maravilhosa batida de cajá. Olhares, carinhos e aquela dança de forró especial, que lembrou o momentum de um ano atrás, quando nos encontramos pela primeira vez na frente da Igreja do Parque do Povo, neste mesmo lugar.
Começo a pensar em situações passadas, e por ter aprendido o quão é bom namorar, deja vus nascem, fico reflexivo e me desanimo instantaneamente. Essa sensação tem um fundo de "ruedeira" na linguagem popular, e é amplamente valorizado nas músicas de forró. Não me lembro delas, mas lembro que estava cantando todas, mesmo que improvisando só o final. Perdido naquela festa, achado em mim mesmo. Os minutos que fiquei em silêncio sem cantar as músicas de forró me fizeram refletir sobre minhas práticas. E logo solto: "- Você e ele fazem um casal perfeito, parabéns!" Ela: "Isso é uma ironia!?" Eu: "- Não, não é."
Voltamos a dançar, a caipirinha logo fica pronta, voltamos e logo embriagado, reencontro os amigos e vou à caminho da casa deles, dormir e me preparar para mais uma noite. Esta, sem promessas, sem parafina, com muito pavio e muita chama.
Geralmente a vela demora a ficar sem iluminação, a luz por sua vez morre sem gás atmosférico, ou quando o pavio é totalmente queimado. Alguns têm pavio curto, outros têm muita parafina. Após observar uma noite inteira de festa, pude perceber sensações não muito agradáveis de ser vela. Alguns têm chama para aquecer, outros não. Fazendo com estes fiquem invisíveis durante o escuro da festa.
A parte pior é quando a vela já acesa, é aquecida por atos de carinho do casal.
Outra piora leva em consideração os inúmeros focos de churrasquinho (incêndios) percebidos ao longo do Parque do Povo. Alguns reclamam, outros simplesmente saem de perto ou ignoram. Algo desagradável como queimaduras aparecem ao longo da festa, próximas àquelas churrasqueiras improvisadas e enferrujadas.
A carne é de péssima qualidade, com uma coloração vermelha intensa, percebo ainda focos de gotas de sangue nas salsichas assadas, coração de galinha, dentre outras seboseiras. O jeito é beber, mas encontramos as latinhas de cerveja e os litros de água mineral no mesmo carrinho que carrega a churrasqueira improvisada, e os diversos derivados das carnes sem um mínimo de higiene.
Com poucos minutos, a latinha de cerveja é manipulada pelo vendedor que pega o dinheiro, e volta a assar a carne. Para piorar, dentro do isopor há água descongelada, onde há também um mar de bactérias felizes, prontas para atacar. No outro dia ninguém sabe qual a fonte da doença de garganta que apareceu. A flora vira uma guerra da noite para o dia.
E ainda para piorar, recebo um: "- Hipoglós é bom para os dedos." Ao passar por um conhecido, ao me ver com o casal. Tá, ainda havia a prima dela para me acompanhar, mas a conversa não atraia, aquele quê de EJC, outro quê de "- qual a festa de amanhã", com um quê insuportável de "- Como está o meu cabelo?"
Vamos falar sobre o casal. Ele não me conhecia direito, disse "- Oi!" E nem olhava direito para meu rosto, no mínimo, com ciúmes da minha amiga, que admito, era paquerinha minha de longa data, desde 2007 para ser mais preciso.* De cima para baixo (da palhoça ao palco principal) andamos, eles se beijavam freneticamente, e não há situação mais constrangedora do que ficar olhando beijos e escutando lábios e estalos e diversos outros "traços etológicos" egohedonistas. Mas, como tinha prometido passar a noite com a dita cuja, não poderia deixá-la "sozinha". Logo, a madrugada inteira como parafina, pavio e chama. Essa se apagava após olhares para mim, com aquele gosto de fica aqui do meu lado, não te decepcionarei. Consegui identificar esses olhares, tanto que na metade da noite, o parceiro dela conversando com os amigos e bebendo disperso, e eu lá conversando com as duas, em especial a que estava de namorado, que me olhou de cima a baixo do nada, e disse:
"- Hoje você está perfeito" (sussurrado)
Essa afirmação, junto à poluição sonora, fez com que ninguém percebesse essa fala. Tanto que pedi para repetir, "- hã?". E ela repetiu, umas duas vezes a mais com aquele sorriso encantador digno de propaganda de creme dental.
Desde então aqueles sorrisos apaixonados se misturaram, e não deu outra.
A desculpa: comprar capirinha.
Logo, ela toma frente do grupo, 100 metros adiante, pega minha mão. Carinhos se evidenciam, o tato é super importante nestas horas, o atrito dos dedos se entrelaçando e em harmonia na busca incessante pela posição ideal. Coisas de primeira vez que um casal se encontra. Ficam trocando carinhos pela mão, depois com um mês sabemos que esse tateamento morre. A mão dá lugar ao braço, perna, cotovelos, boca, e derivados.
Voltando a história, a ida à barraca de bebidas foi encantadora. Logo, contagiado pela situação fui comprar do outro lado da avenida, o meu preferido "Fim do Mundo", e ela, a maravilhosa batida de cajá. Olhares, carinhos e aquela dança de forró especial, que lembrou o momentum de um ano atrás, quando nos encontramos pela primeira vez na frente da Igreja do Parque do Povo, neste mesmo lugar.
Começo a pensar em situações passadas, e por ter aprendido o quão é bom namorar, deja vus nascem, fico reflexivo e me desanimo instantaneamente. Essa sensação tem um fundo de "ruedeira" na linguagem popular, e é amplamente valorizado nas músicas de forró. Não me lembro delas, mas lembro que estava cantando todas, mesmo que improvisando só o final. Perdido naquela festa, achado em mim mesmo. Os minutos que fiquei em silêncio sem cantar as músicas de forró me fizeram refletir sobre minhas práticas. E logo solto: "- Você e ele fazem um casal perfeito, parabéns!" Ela: "Isso é uma ironia!?" Eu: "- Não, não é."
Voltamos a dançar, a caipirinha logo fica pronta, voltamos e logo embriagado, reencontro os amigos e vou à caminho da casa deles, dormir e me preparar para mais uma noite. Esta, sem promessas, sem parafina, com muito pavio e muita chama.
*Ler o post Amante Profissional antes faz bem.
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