Embora um defeito, a Escola é privada (particular ou paga, seja lá como vocês quiserem denominar), triste retrato refletido no Brasil. A escola pública, de qualidade e socialmente referenciada, não existe. Ao se aplicar Projetos de Extensão em escolas públicas, há um certo receio, diríamos resistência, por parte de alguns dinossauros Estes, só falam pelos corredores nos salários, na política municipal, nos conteúdos. Os alunos? Os alunos são cabeça de gado, isso mesmo, Estatística. Cada cabeça tem seu devido valor financeiro. Não existindo brechas para críticas, só conteúdo, conteúdo, conteúdo, passividade. Ah, não esquecendo! Se promover a perturbação do Sistema vigente, o professor é mandado embora, a opus dei (melhor, Movimento Jesuíta, ou melhor ainda, Inquisição) existe e está bem próxima à nós, mas isso é tema para um próximo post.
Outra questão importante e plenamente observada hoje em dia. As revoluções pedagógicas existentes nas Escolas Públicas são temporárias, em prol de um concurso lançado por uma Empresa, outro lançado pelo Governo. Não existindo esta justificativa, o professor que está a frente do processo é denominado louco, ou utópico, e isso enfraquece o ensino, os próprios professores com sensos-comuns danosos aos outros, que agem com bom-senso ante a escola que fazem parte. Jogo de interesses puro e aplicado. Perco totalmente meu tesão ante tais práticas maquiavélicas em prol de gratificações, status hollywoodiano, exclusão social. Ué, exclusão social? Onde ela se encaixa? A exclusão social é implícita neste processo, afinal um ganha e outros têm de perder, é análogo ao vestibular, um passa e os outros têm de passar mais um ano da vida tentando entrar em uma Instituição de Ensino Superior (de preferência para "ganhar dinheiro"), e quando alcançam esse "status" encontram professores despolitizadores em disciplinas-chave como Prática Pedagógica/Sociologia/Filosofia, aliás, as disciplinas-chave deveriam se ampliar e não ficar em torno deste reducionismo, que encontramos até na própria preconceitualização de alguns cursos de Humanas, que tem como fim, a crítica ao social.
Os projetos de Extensão atuais, também seguem os ditames do reducionismo acadêmico, não há um holismo, uma interdisciplinaridade. Afinal professores de Departamento X, com alunos do Departamento X, fazem parte de Projeto X, como visto em diversos relatórios de Pró-reitorias de Extensão por aí. Isso se aplica na Educação Básica também, Professor X da Disciplina X com os alunos da sala X fazem parte do Projeto X, modelo análogo ao das Universidades, perceberam? Que o problema está no modelo dos Projetos de Extensão atuais. Se ensina o individualismo desde cedo, até porque os alunos estão mesmo é interessados na bolsa, que está acoplada aos editais de Extensão, não posso negar também este fator importantíssimo da análise, a disputa por essa fonte de renda acadêmica também promove o afastamento de extensionistas, futuros professores. A solução está na manutenção direta do Projeto de Extensão, que deveria existir, acabando com essa cultura de orientadores, bolsistas e futuros bolsistas, onde o dinheiro destinado a bolsa, seria direcionado diretamente aos ônus nossos de cada-dia, todos levariam no final do dia as notas fiscais (até como cidadania?! "mais dinheiro para o Estado") com um teto de gastos, justificaria-se a destinação do dinheiro público, e se aquele dinheiro aplicado foi realmente necessário. Quantos alienados a Indústria das bolsas produz hoje em dia, já não chega na Pesquisa? PIBIC, PIBICJr, o cão de chifres, agora PROBEX? A bolsa da Extensão é, digamos, uma forma de se adequar ao Sistema, como sempre argumentei, fonte de despolitização. Ah, se o dinheiro da Extensão/Pesquisa fosse com o dinheiro do Centro Acadêmico de Biologia, que tenho de prestar contas no final da gestão, tudo mudaria. A pressão político-social aumentaria, e o melhor as responsabilidades também. Enfim, a prática pedagógica existente hoje em dia me entristece, primeiro por aqueles que estão a frente de uma disciplina tão importante como esta citar que o aluno, e o facilitador (vulgo professor), não tem como empregar o sistema de Pesquisa/Extensão na sala-de-aula, formando sujeitos críticos, pró-ativos e intervencionistas, tendo como produto não só um cientista, mas um profissional idôneo. Lamento, não termos exemplo de escolas como esta em nosso dia-dia, em nosso círculo social.
Em breve, será criada uma escola com o método desconstrutivista. Pois a construção, em um sistema como este, só após o impacto e a reflexão de uma nova realidade, voltada ao Pensar! Criticar! Agir!
http://www.iece.com.br/
Proposta
Hoje, o IECE tem segmento do GII (1 ano e 8 meses)até o 9º ano, e em todo o Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano) vem se estabelecendo, junto com alunos e pais, numa proposta voltada para a autonomia do aluno - o aluno se torna ator e responsável por seus estudos e se implica nas realizações coletivas. Estas mudanças são decorrentes do reconhecimento de que, desta maneira, educa-se de verdade para formar o sujeito capaz de propor, questionar e participar da sociedade.
Metodologia
A Casa Escola pratica a insterdisciplinaridade através de Projetos de Pesquisa que envolvem as diversas áreas de conhecimento (Matemática, Linguagem, Geografia, História, Ciências Físicas e Biológicas, Artes, Língua Estrangeira e Informática Educativa).Esta metodologia se desenvolve a partir de um ambiente afetuoso de trocas e estímulos, onde o aluno participa, coopera, constrói internamente e socialmente conhecimentos significativos, que possam ser transformados, apropriados e utilizados em sua vida e no exercício para a cidadania.
Os professores orientam os alunos a desenvolverem um projeto de pesquisa de forma que eles possam:
• Escolher um tema a ser pesquisado;
• Transformar o tema em objeto de curiosidade;
• Resgatar e registrar o conhecimento já existente sobre o tema;
• Levantar questões sobre o tema a ser aprofundado;
• Formular hipóteses acerca do tema questionado;
• Escolher e selecionar os materiais que subsidiarão a pesquisa;
• Organizar o tempo e o espaço para desenvolver a pesquisa;
• Adequar os conteúdos curriculares ao tema;
• Comparar e relacionar as respostas encontradas com as hipóteses levantadas anteriormente;
• Concluir e registrar a pesquisa;
• Realizar a apresentação do projeto;
• Realizar a avaliação do processo
A avaliação acontece no decorrer de todo o processo, desde a escolha do tema à conclusão do projeto; através de fichas (de conteúdo e auto- avaliação), conselho de classe e trabalhos em pequenos grupos.
Dando suporte ao projeto de pesquisa outros PROJETOS PARALELOS vão acontecendo na rotina da escola, estimulando o aluno a escrever, ler, falar, comentar, refletir, tomar decisões, criar...
Na metodologia adotada enfatizamos sistematicamente o trabalho com as diferenças e a importaância das mesmas para o aprendizado e respeito entre todos.
4 comentários:
Booooooomba.
Posts esperadamentes inesperados surgindo.
Esse daí foi um dos pica-de-série!
;)
Farias, estou orgulhoso de ler um texto seu novamente!
Me identifiquei muito com suas palavras, viu?
Tens razão quando fala que há um tipo de preconceito interdisciplinar.. X pra X, Y pra Y!
Por isso tenho orgulho de dizer que faço parte do grupo de estudos pedagógicos do ceduc. Já fui vítima de preconceitos mil por conta deste fato, o que só me da mais energia e vontade!!
XX, XY, cadê a variabilidade genética?! hahaha
Essa mensagem agora foi para o Wago!
Hoje me inspirei, estarei em breve, fechando uma crítica ao altruísmo nosso de cada dia. Um modelo desconstrutório, impactante, denunciador, do jeito que gosto.
Ao ler o post visualizei alguns professores que conhecemos bem falando sobre dinheiro e dinheiro, e além disso, falando que o resto pode ser deixado de lado, pra depois. Vale então abraçar a causa e tentar modificar ao menos uma mente, para que esse padrão não seja repetido para sempre.
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