A corrida de 8 quilômetros no final da tarde é essencial para despolarizar todos os neurônios de uma vez só. Imagine eu, primata, observando o que acontece, quando posso ir àquele local. Local este, Açude Velho, cartão postal de Campina Grande - PB, me faz pensar na morte da bezerra, bem como na mãe dela, e todos familiares. Penso, desabafo também.
Desabafando o que acontece de triste no dia-dia, buscando soluções mentais enquanto olho o caminho esburacado. Muitas vezes quando nos damos conta dele, puf, mais uma torção, e alguns dias de molho. Uma pena que a infra-estrutura não seja lá essas coisas, mas a falta de atenção é menor ainda. Portanto, as desculpas para uma possível não ida por existirem buracos no caminho, não é viável.
As soluções ficam guardadas, e logo são transcritas para o papel, quando chego em casa. Ou no computador, no bloco de notas (aprendi a produzir com essa ferramenta antiquada do Bill Gates).
O restante do dia fica melhor, as energias acumuladas são gastas. As energias que faltam são potencializadas para uma posterior janta ao chegar em casa. Revejo amigos, analiso a sociedade, criatividades e idéias nascem, e o que sempre fica implícito, cuido da saúde.
A última coisa que penso a ir ao Açude Velho, cuidar da saúde. Tem outros que pensam na estética também, estes não passam um mês correndo.
Nestas voltas e voltas, fazem cinco anos que estou por lá, algumas figuras são fixas. Outras são vistas esporadicamente. Há os atletas, os amadores, os candidados ao concurso da polícia, e a turma da caminhada. Me encaixo no segundo grupo, dos amadores, pois quando há tempo, o espaço é logo preenchido. Primo por ir ao Açude Velho sempre, estar em sintonia com o primeiro manancial de Campina, o mau cheiro e a poluição sonora constante também.
O que me atrai no Açude Velho é a distância de sua orla! Dois mil e quatrocentos metros de corrida. Enquanto, no Parque da Criança, ao lado, não dista a metade deste. O prazer de reencontrar amigos por lá é imenso. Como toda boa área de caminhada, há cachorros, cavalos, galinha, gato. Pescadores diversos, tendo aquele recanto como fonte de alimentação. Piabas diversas caem nas redes, piabas grandes, sem exagero. Pude comprovar no mês passado, ao ficar observando uma daquelas pescarias.
Invisíveis, assim como o mar é invisível para os pessoenses, o Açude Velho é invisível para os campinenses, os pescadores que ficam ao redor do Açude são invisíveis, o CUCA é invisível, a ACI é invisível, a estátua do Jackson é invisível, e o mais deprimente, o monumento dos tropeiros é invisível. Cada um pensando em sua saúde, ninguém pensando no coletivo, na situação socioambiental ao redor.
Hoje, foi um dia especial. Na penúltima volta correndo, nada de Sol, muitas nuvens cinzentas dignas de chuva torrencial se aproximando, pude contemplar uma das mais magníficas cenas do Açude. A chuva.
Em harmonia com o vento, um espetáculo se formou hipnotizando quem ainda estivesse disposto a correr, caminhar, e... levar chuva. Quantos "bodes" não correram nesta hora, para longe do Açude, procurando um abrigo contra a chuva. Ninguém percebeu aquele espetáculo de um lado para o outro, pingos e mais pingos por toda a extensão dele. Todos os quiosques pararam aquela poluição sonora habitual, com medo de queimarem as caixas de som. O som dos quiosques deram lugar ao som dos pingos de chuva caindo em todos os lugares, Me imaginei na pele de uma daquelas piabas, felizes com a aeração da água, com água pluvial chegando, e não de esgoto. Minimizando toda aquela eutrofização. Imaginei as populações de peixes, e comparei com as dos primatas. Vergonhoso. Afinal, lá era cada um pensando em seu benefício próprio, embora eu fique, ainda, com os peixes.
Desabafando o que acontece de triste no dia-dia, buscando soluções mentais enquanto olho o caminho esburacado. Muitas vezes quando nos damos conta dele, puf, mais uma torção, e alguns dias de molho. Uma pena que a infra-estrutura não seja lá essas coisas, mas a falta de atenção é menor ainda. Portanto, as desculpas para uma possível não ida por existirem buracos no caminho, não é viável.
As soluções ficam guardadas, e logo são transcritas para o papel, quando chego em casa. Ou no computador, no bloco de notas (aprendi a produzir com essa ferramenta antiquada do Bill Gates).
O restante do dia fica melhor, as energias acumuladas são gastas. As energias que faltam são potencializadas para uma posterior janta ao chegar em casa. Revejo amigos, analiso a sociedade, criatividades e idéias nascem, e o que sempre fica implícito, cuido da saúde.
A última coisa que penso a ir ao Açude Velho, cuidar da saúde. Tem outros que pensam na estética também, estes não passam um mês correndo.
Nestas voltas e voltas, fazem cinco anos que estou por lá, algumas figuras são fixas. Outras são vistas esporadicamente. Há os atletas, os amadores, os candidados ao concurso da polícia, e a turma da caminhada. Me encaixo no segundo grupo, dos amadores, pois quando há tempo, o espaço é logo preenchido. Primo por ir ao Açude Velho sempre, estar em sintonia com o primeiro manancial de Campina, o mau cheiro e a poluição sonora constante também.
O que me atrai no Açude Velho é a distância de sua orla! Dois mil e quatrocentos metros de corrida. Enquanto, no Parque da Criança, ao lado, não dista a metade deste. O prazer de reencontrar amigos por lá é imenso. Como toda boa área de caminhada, há cachorros, cavalos, galinha, gato. Pescadores diversos, tendo aquele recanto como fonte de alimentação. Piabas diversas caem nas redes, piabas grandes, sem exagero. Pude comprovar no mês passado, ao ficar observando uma daquelas pescarias.
Invisíveis, assim como o mar é invisível para os pessoenses, o Açude Velho é invisível para os campinenses, os pescadores que ficam ao redor do Açude são invisíveis, o CUCA é invisível, a ACI é invisível, a estátua do Jackson é invisível, e o mais deprimente, o monumento dos tropeiros é invisível. Cada um pensando em sua saúde, ninguém pensando no coletivo, na situação socioambiental ao redor.
Hoje, foi um dia especial. Na penúltima volta correndo, nada de Sol, muitas nuvens cinzentas dignas de chuva torrencial se aproximando, pude contemplar uma das mais magníficas cenas do Açude. A chuva.
Em harmonia com o vento, um espetáculo se formou hipnotizando quem ainda estivesse disposto a correr, caminhar, e... levar chuva. Quantos "bodes" não correram nesta hora, para longe do Açude, procurando um abrigo contra a chuva. Ninguém percebeu aquele espetáculo de um lado para o outro, pingos e mais pingos por toda a extensão dele. Todos os quiosques pararam aquela poluição sonora habitual, com medo de queimarem as caixas de som. O som dos quiosques deram lugar ao som dos pingos de chuva caindo em todos os lugares, Me imaginei na pele de uma daquelas piabas, felizes com a aeração da água, com água pluvial chegando, e não de esgoto. Minimizando toda aquela eutrofização. Imaginei as populações de peixes, e comparei com as dos primatas. Vergonhoso. Afinal, lá era cada um pensando em seu benefício próprio, embora eu fique, ainda, com os peixes.
2 comentários:
Allysson, parabéns pelo lirismo e verdade misturados de uma forma encantadora nesse seu texto.
Às vezes eu também gosto de dar minhas desligadas de neurônios no Açude Velho, embora seja longe aqui de casa. Ultimamente estou indo muito pouco ao Açude Velho, só passando até chegar no Parque da Criança.
Infelizmente a poluição e o mau cheiro dão vontade de vomitar, principalmente quando você passa a respirar com uma frequência maior, coisa que evito correndo no Parque da Criança.
Uma pena que um lugar tão bonito não seja cuidado como deve.
Mas uma vez, parabéns pelo texto.
8 km? ta danado!
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