sexta-feira, 12 de junho de 2009

FIlogenia e Linguagem


Artigo n.º 25 de minha carga de leitura retomada.

Grata surpresa ao abrir o artigo da Rexovà et al. (2003) baseado na filogenia da linguagem indo-europeia, baixei por curiosidade, após a gigantesca revisão e não me arrependo.

O trabalho nos mostra origens e divergências da lingua, baseados em diversos caracteres léxico-estatísticos. Não fica só na base dos números e vai mais além, incluindo a fonologia, dita como "glotocronologia".

Interessante saber também que a linguagem indo-européia não é híbrida, e a linguagem mais próxima - a Hitita - faz parte do enraizamento da árvore filogenética. De onde veio a linguagem indo-européia, qual a hipótese contando com um único ancestral? No artigo são propostas duas : que a linguagem IE nasceu em Anatólia, ou nasceu na região da Ucrânia, e o nascimento desta linguagem faz parte da origem dos próprios europeus.

É explícito que as palavras homólogas, inferidas pela argumentação da "descendência com modificação", formaram 85 classes (equivalente aos táxons) e 200 caracteres comparados, em 25 destes mais de 32 estados diferentes, ou seja improvável de se analisar em programas como PAUP que permite 32 estados no máximo, fazendo com que a "?" flua durante a análise.

O resultados e a conclusão do trabalho servirão para melhorar a reconstrução histórica dos europeus, principalmente quanto aos significados e significantes, ajudando em filogenias dos ancestrais antropóides que viveram naquela região.

Imagino em um futuro não muito distante, a filogenia da fala com o inclusão do gene FOXP2 e adjacências, sendo o FOXP2 a raiz da árvore da linguagem.

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