terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Final de um Blog


Deduzindo fatos, observando outros. Percebemos que o blog morre, quando os embates ideológicos tendem a acabar. Com base no passado, e desta forma, prevendo (probabilisticamente) algumas ações futuras, tenho certeza que fatores externos se ligam a defesa de uma idéia central ou outra. Como assim? Por exemplo, se algo x acontece no meio de uma jornada extensa de trabalho feita por uma equipe, e a idéia central do algo x é bem vista por alguns do grupo, e mal enxergada por outros, há uma ruptura e os padrões não convergem, pois o poder de persuasão da pessoa que toma a frente da idéia x é berço de uma idéia y por aqueles que não gostaram, após uma estafante jornada de trabalho, das atitudes tomadas por aqueles que defendem a idéia x. Daí os ideais não se ligam, dicotomias, contradições, até culminar nas mudanças conceituais. Dentro destes padrões de mudança conceitual, a persuasão dita no início não influencia muito em um grupo onde todos têm voz e voto com as idéias opostas x e y formadas. Logo após, o grupo cria censuras, estas denominamos barreiras, limites mentais impostos por não avaliar a viabilidade de x ou y ou z (uma outra idéia neutra que pode nascer da guerra entre x e y). Portanto, o sentimento de orgulho, que nos leva ao patamar de imutabilidade das idéias, leva a crer que o x ou o y está certo, e que, só e somente, um dos dois leva à certeza, e esse é o primeiro equívoco. O segundo é ligado à impotência de persuadir o seu oponente. Um membro do grupo fica inutilizado em uma espécie de geladeira dialética, e depois morre com o pensamento: “o que vou fazer aqui gastando minha energia, que pode ser útil para outra ação”. Fazendo com que as futuras idéias construtivas x1, x2, x3, x4, x(n) não se propaguem corretamente, e aquele ideal y, que também pode se tornar y1, y2, y3 se opondo ao x ou não. Isso acontece muito na política, nas relações de poder, a persuasão é implícita, mas existe. As negociações para um ganho de confiabilidade é feito no ambiente externo ao palco onde se desenrolam as discussões acaloradas, e após a quebra da barreira inicial, com diversas idéias convergindo para um único ponto, há um uso demasiado do “não” no discurso alheio, mas, porém, contudo, todavia. Não o “sim, e acrescento ...”. Sim o “não, mas...”.


Geralmente os argumentos têm por trás um que de história, e devemos analisá-la também. Desde os primórdios da evolução ontogenética, onde tomamos como referencial para o futuro, os pais. Levamos conosco idéias centrais que influenciam até boa parte da vida, quando nos depararmos com um mundo externo ao lar, por exemplo, a escola onde passamos metade do dia, e logo após a universidade, onde passarmos geralmente o dia inteiro. Sem contar na internet que nos conecta indiretamente a escola e a universidade. Passamos maior parte do dia em determinados locais, onde agregamos valores, e esses valores impregnam os ideais de vida de cada um de nós, seja o viés ego, antropo, ou ecocêntrico. Este último é um tanto difícil de reinar ante os dois primeiros, embora a cobiça e o oportunismo se sobressaiam, e façam parte da “sobrevivência” dos dois primeiros prefixos citados anteriormente. Quando um blog morre, as idéias centrais não batem, os autores não digitam, e a confiança vai, vulgarmente, para o beleléu. É um produto de existência zero. Como fazemos mal uso de nossos sentidos, não percebemos essas relações em nosso dia-dia. A vida não se tornaria seca ou maquiavélica, se o “passatempo” da persuasão fosse mental, o problema é quando o passatempo se exterioriza através de emotividades fúteis dentro de metas e objetivos em busca de materiais supérfluos à vida.



Sempre levei em consideração o diálogo como fonte de construção humana, embora o orgulho, eufemisticamente a falta de sociabilidade, seja maior. Esse é um erro crasso, qualitativamente abominável em qualquer tipo de táxon. Espero que os autores do Holística retomem seus postos.

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