quinta-feira, 2 de abril de 2009

Didática Esquizofrênica


Às 7 da manhã!

Grito aos quatro cantos da sala: " - Didática!". Mas, ninguém me ouve. Sou vaiado mentalmente, entro em transe, fico invisível ante os outros companheiros hipnotizados pela aula, ou sem o mínimo de atenção nela. Passo por trás do data-show, desapercebido abro a porta, saio sem bater. Sento no banco ao lado da porta, penso. Logo, caminho até a lanchonete.

Tomo café, converso, após 30 minutos, vou à sala, com maior vontade, maior vontade de atenção, embora com senso-crítico mais apurado. Abro a porta, clima de sono, penumbra. Escuto os tics do professor, "-né?" "-né?" "-né?".

Um coração de mamífero, aula de anfíbio. Dipnoi representando salamandra.

Chega! Não dá mais. Se já não bastasse ler os slides mal, errando a leitura, mente deslavadamente?

Escrevo, critico, critico, critico, mas nada. Convenhamos, aula estritamente feita para presenças.

Época de provas, quatro capítulos após oito meses de peixe. Estudar?

Pesquisar e Extensionar.

Resultado, todos abaixo da média. Santa masturbação intelectual.

Preocupado, o professor para a aula após escutar um barulho lá atrás: "- Olha quem quiser sair, pode sair, agora não queiram conversar na aula não"; "- Não dá, não dá, passo 12 horas fazendo uma apresentação de power point para vocês ficarem conversando?".

Agora o cúmulo, para finalizar:

Incorporating Ontogeny into the Matrix: A Phylogenetic Evaluation of Developmental Evidence for the Origin of Modern Amphibians. Anderson, J. S.

Diversos nomes estranhos de grupos com caracteres desconhecidos, traduzimos, e qual destino a tradução ganha? Gaveta. Provas? Gaveta. Zoologia? Gaveta.

Sem tesão, deixo aqui minhas condolências à disciplina.

"- Né?"

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