15 de janeiro de 2009 – quinta-feira
Acordamos às 5 horas e saímos da casa de dona Beta e andamos pelo distrito de Santa Maria.
Passamos em frente da Igreja, e caminhamos até o final da cidade, dando uma volta pelo cemitério e por fim, voltamos para o café da manhã e, logo após, nos encaminhamos para o “mato” da Serra do Paulo, como os moradores dizem. No café da manhã, conversamos sobre política. Gilberson chegou para nos levar à Serra do Paulo, eis nossa ida oficial. Percebemos durante o caminho inúmeros resquícios de lixo em todas as partes do distrito.
Chegamos por lá com o Sol das 9 horas no sítio de Seu Gonzaga, pai do Gilberson e ex-marido de dona Beta. Após a calorosa recepção fomos convidados pelo Gil cicerone a conhecer o olho d’água com “água mineral”, e também o poço com bomba movida à luz solar. Um oásis verde no meio de uma Caatinga seca.
Saímos do sítio de Seu Gonzaga em destino à Serra do Paulo, e Gilberson nos deixa logo próximo a base da Serra. Passamos até o “razoável” infernal Sol de meio-dia, e também nos horários posteriores adjacentes, por dentro de uma mata cheia de urtigas e unhas de gato. Conseguimos acampar na metade do caminho entre o oásis, onde pegamos a água de cada dia, e o Pico do Paulo. Armamos nossas duas barracas iguais e finalmente tivemos as mochilas esvaziadas, com um almoço baseado em miojo e uma janta maravilhosa, contendo arroz com soja para o único vegetariano do grupo. Soja com o molho temperadamente maravilhoso, o quê culinário de Karina, se perpetuaria pelos próximos dias, como bebida tomamos o velho e famoso tang tangerina.
Saímos a primeira tarde para coletar lenha e tomar banho. A noite colocamos as armadilhas para os colêmbolos, lá no oásis, que contém capim elefante e é um atrativo natural para cobras e outros animais. Sentimos que éramos observados, com a presença de alguns sons estranhos, relâmpagos incessantes eram vistos do outro lado da Serra. Ao chegarmos em nossas casas, tivemos um belo papo próximo à fogueira (fogão). A Lua nasceu no alto da Serra às 22 horas, bela lua minguante, belos ventos frios. O grande suspense da noite ficou pela queimada em matas próximas, preparando a terra para o cultivo. Estávamos preparando o almoço, quando pensávamos que o clarão seria a Lua, mas não, a fumaça e as grandes chamas invadiam o nosso campo de visão, ficamos preocupados com o tamanho do incêndio, e estávamos no caminho do vento, seríamos vítimas fáceis do fogo. Emerson e Rienzy subiram a serra para averiguar o local e encontraram o fogo alto se alastrando, disseram que o fogo estava seguro, com dois focos um de onde começou, e outro mais próximo ao final do sítio para onde o vento levava as chamas. Ficou o susto como lembrança, e a sensação ruim de ter o hábitat de outros diversos animais destruído.
2 comentários:
Meeeu irmão! Que fotos!
Achei muito legal o "Nicrotério". Tu perguntou de quando seria esta placa?
A vista do alta da serra é de tirar o fôlego! Ô caatingona!
QUe continue a aventura!!!
Thiago, o Nicrotério não é uma placa, é uma arquitetura também não sei de qual cultura. Não sei se no português rústico é empregada essa palavra, mas ela está lá desde meados do final do século 19, o cemitério é antigo. A colonização de São João do Tigre, se deu pelo distrito de Santa Maria.
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