quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Certo ou Errado?

Até que ponto estamos certos ou errados? Seriam essas generalizações danosas?

Andamos duvidando de tudo, de todos, com o ar científico que nos resta de investigar, fustigar e esmiuçar todo tipo de sabedoria que podemos extrair do conhecimento cotidiano, experiências controladas e deduções. Sempre me deparo com "afoitagens"* ante situações do dia-dia, onde o fator certo/errado não é levado em consideração, a fragmentação do fator em inúmeras variáveis, para posterior quantificação em percentuais, e para a partir daí citarmos, o quão certo tal assertiva é ou deixa de ser, com probabilidades de X evento ocorrer. Para persuadir, o emissor logo expõe essas generalizações certas/erradas em relação ao cotidiano, o que muitas vezes pode estar certo e errado, não sendo certo ou errado. Quando há discrepâncias probabilísticas de 90% de determinado evento ocorrer, falamos que está certo, não podendo estar errado. Quando fica no meio termo, 55% de certeza, está certo ...e errado. E assim vamos vivendo nossa vida, sem generalizações danosas, repudio-as. Até mesmo as de 90%.

*neologismo citado em uma apresentação de trabalho, onde minhas intervenções foram adjetivadas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bem-estar? Dez?

Reflexões, me sinto mal por compartilhar o sentimento de passividade ante o quadro de professores que temos, em suma dinossauros, que estão muito próximos da aposentadoria e deixam o pilar Ensino ao léu, bem como não sabem que existe os pilares Pesquisa e Extensão a serem cumpridos. Sistema nojento de repressão às atitudes de crítica formal aos professores, vindas de Coordenação/Departamento, quantas vezes a metodologia do deixar para o próximo ano, ou até mesmo, o aluno é temporário, o professor não, existe dentro de cursos de graduação por todo Brasil. Sinto-me conivente com tais ações passivas, e aqui desabafo como futuro profissional que serei, até que ponto devemos nos calar ante tais ações de medievalismo em sala-de-aula.



Bem-estar? Reflexões tomam frente esta palavra, sinto-me inútil, o que faço do meu tempo que me faz feliz. Após um dez, em uma prova de ecologia, a tristeza reina. O modelo não me satisfaz, é um modelo de dez para alguns, e abaixo de sete para outros, será que isso reflete o dia-dia, será que isso condiz mesmo com a aprendizagem excluidora? Embora utilize os velhos textos inspirados no Rickelefs, sentimentalizo aqui a importância das dissertações, imagina viajar os quatro cantos do mundo, explicar mecanismos globais, até mesmo cósmicos, receber bem o aluno, um show de prática por um professor de Ecologia. E é por isso que meu bem-estar está embaixo da zona oceânica com carbonato de cálcio, muito baixo mesmo. Pois o legado que este nos deixa, outros desconstroem, aliás, muitos outros, e essa é a causa maior de minha tristeza. Não só professores, mas alunos, administradores do curso, funcionários, todos coniventes com o sistema autoritário, sem diálogo, sem negociações. Repressão total, indiscriminada. Quanto aos alunos? Egocentrismo, imposição religiosa, babões, mercadológicos, onde se contentam com dez, uma pena. Para que o dez em nossas vidas se não fazemos outros tantos, em prol do existencialismo coletivo. O grande professor de Ecologia nos leva a reflexões legais, aulas super didáticas, embora nos deixe em breve, e esse será o tema de meu próximo post. Até breve.

Holística Diária, HD, ou covil ofídico

Olha só, o blog Holística Diária sendo citado no site Biologias.com

É um prazer imenso sempre lançar temáticas polêmicas e debater abertamente, como Gadotti diria Planetariamente, ou Cosmicamente como diriam outros tantos holísticos. Estaremos completando em breve quatro meses de blog. E por isso estou contente, pois somos colaboradores, não de nós, mas de uma construção social que é responsabilidade nossa e a cada dia cresce mais.

Textos servem para registrar problemáticas e reflexões diárias com o máximo possível de imparcialidade, vamos ampliando o conhecimento de todo o Brasil, quiçá Biosfera.

Aqui desabafei minha angústia de saber que um dia, os problemas diários eram expostos, hoje não mais. Faça de sua vida um livro, publique aqui.

domingo, 16 de novembro de 2008

Conservadorismo e Resistência

Há um bom tempo não tinha lido algo tão transcendente em minha vida acadêmica. Parabéns à professora Socorro Montenegro por esse magnífico texto. Um trecho:


Os professores dinossauros, segundo Hoffman (2001) utilizam-se então, de escudos e armaduras para resistir a quaisquer ataques no momento de apresentação dos resultados. Índices de reprovação elevados? A culpa está nas séries anteriores, nos professores anteriores. São esses considerados competentes? Então a turma de alunos é rebelde, indisciplinada, desatenta. Não é esse o perfil dos alunos? Então são incapazes, mesmo, carentes, esfomeados. Sugestões de outros colegas que deram certo? Nem pensar! É utopia, entusiasmo de professor novo.



HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora – As charadas da educação. 2ª ed., Ed. Mediação, 2001.

sábado, 15 de novembro de 2008

Prá o DNA, diga SÁ!


Certo dia J. Pinto Fernandes foi convidado a convidado a almoçar na casa de uma pessoa que dividia com ele a identidade de uma série de combinações genetícas graças ao enlace sexual entre dois casais, este em perídos de tempo distintos.
Graças a essa semelhança genética, as pessoas que o tinham convidado se deram o direito de opinar sobre as atitudes e escolhas do J. de maneira incisivamente inoportuna, mesmo que essas pessoas não tenham o mínimo conhecimento sobre o cotidiano do nosso amigo, mas como eles vivem falando: "irmão é pra isso mesmo", "irmao é assim qeu faz, tem que escutar e respeitar, até porque é irmão mais velho".

Sim, parentesco genético, o amigo J. escolheu isso?

Enquanto a personalidade está a ser formada, várias pessoas auxiliam na cunha de caracteres que nos tornam nós, e essas pessoas ficam em nossas vidas de forma que se tornam mais intímas, ocupando espaços que caracteristicamente pertenciam a família.
Mas se o amigo J. deciciu que a família que ele foi escolhida por ele, e não fruto de um acaso, qual é o problema?


Cadeias Reativas Verdes, o Livro

O livro “Cadeias Reativas Verdes: Sustentabilidade e Conservação no Semi-árido Paraibano” cumpre o senso-crítico que falta no âmbito acadêmico como forma de sintetizar a problemática ecológica atual, com propostas de alternativas viáveis para conservação da Caatinga, bem como o insere nas perspectivas econômicas, históricas e culturais, ampliando a visão do leitor sobre a problemática Holística, não levando o tema como “ecoxiita” para os neoliberais.

A perspectiva biocêntrica de desenvolvimento atrelado ao uso da cadeia reativa verde, conceito criado pelos autores, é um tapa com luva de pelica na sociedade mercantilista que não visa a necessidade, mas o desequilíbrio como fonte de lucro.

O livro está dividido em cinco capítulos, onde respectivamente: identifica as principais potencialidades do bioma Caatinga; desconstrói os mitos relacionados à obscura, cinza e seca Caatinga de Fome e Sede; problematiza a atual localização da energia como fonte insustentável de manutenção ambiental; propõe e descreve as alternativas ligadas à energia com novas e inesgotáveis fontes de energia, viáveis no ambiente do Semi-árido; e no final, a melhor parte, propõe um visão Holística e destrói as práticas atuais de (des)envolvimento com as cadeias reativas verdes.

O último capítulo ainda me chama atenção relacionando o ambiente às atuais políticas públicas que incentivam as práticas mercadológicas, danosas ao social e, consequentemente, ao ambiente. Reitero aqui a importância de combater esse mal, e revolucionar os sistemas agrícolas e urbanos, em prol das tecnologias que ainda não são bem vistas pelas maiores indústrias energéticas, as petrolíferas, que o vêem como rival no processo de busca ao acúmulo de capital.

Como era de se esperar, o livro no dia 20 de outubro de 2008, a equipe de estudantes de Ciências Biológicas ganha o prêmio Telmo Araújo de Divulgação Científica, proposto pela FAPESQ, na categoria universitária. Um parabéns grandioso à Thiago Severo, Ribamar Lima, Noiana de Paula e Magna Silva, por esse corajoso e hercúleo trabalho onde o livro foi somado aos afazeres acadêmicos de Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como à ausência de atenção aos familiares.

Darwin e os registros tupiniquins


Estava lendo um livro, liberado pelo portal DomínioPúblico.gov.br, que todos deveriam passar pelo menos alguns dias do mês visitando, e encontrei por lá o Voyage of the Beagle do próprio Charles, onde descreve toda a viagem feita pelo mundo afora, e um dos destinos, claro, é o Brasil.




Ao chegar no arquipélago de Fernando de Noronha, se espanta com a beleza do local, descreve as formações rochosas, das mais variadas formas, com diversos tipos de vegetais bem como rios presentes no meio da ilha principal. Logo após, chega à Bahia, onde fica em Salvador, leva uma grande tempestade e fica maravilhado pela tropicalidade de nossa terrinha. As cores, as formas vegetais o encantam, a capacidade de absorção e respiração das plantas, o inspirou durante as tardes que passou na Mata Atlântica. Durante a viagem na Bahia, ainda descreve o curioso baiacu, fica encantado com a morfologia do peixe, ao se inflar e os diversos tipos de mecanismos de defesa. Fala sobre as brânquias, a abertura bucal, a fisiologia do peixe ao ser ameaçado. Maravilhosa descrição, com perguntas diversas, que mostram a emoção do Darwin ao descrever os espécimes. Ainda se lembra que havia escutado o Dr. Allan de Forres que tinha encontrado um baiacu no estômago de um tubarão, causando a morte do topo da cadeia alimentar. Ah se eu tivesse essa informação nas aulas de Zoologia dos Vertebrados, estava imaginando a aula bem mais dinâmica com essas passagens.


Saindo da Bahia e indo para o Rio de Janeiro, ao aproximar o Beagle do arquipélago de Abrolhos, nota o mar vermelho causado pelo boom da espécie Trichodesmium erythraeum e descreve a superfície do mar com a super população de organismos que parecem feno picado com as extremidades recortadas, citando também que na passagem do navio o mar vermelho se dividia em duas bandas com cerca de dez metros de extensão, onde o número de indivíduos deveria ser infinito. Então, conclua aqui que nada mais gostoso de ser lido do que essas passagens registradas por um naturalista, melhor do que muitas disciplinas que se utilizam da descrição de cada parte da flor, caule, fruto, e não tem aquele quê de admiração e analogia, fazendo com que o aprendizado seja efetivo, não só o ensino (o repasse vomitado das informações).




O capítulo II compreende a chegada no Rio de Janeiro, aí ele deixa de navegar e caminha continente adentro, mais precisamente, cem milhas de distância da capital, ao norte de Cabo Frio, visitar um amigo inglês, começando a odisséia no dia 4 de abril. Fala nos outros dias, à caminho, dos bosques imóveis, das borboletas brilhantes. Ao chegar a Itacáia, se depara com uma casa de engenho, com as casas dos negros ao redor, citando que pareciam os hotentotes ilustrados do Sudeste da África. Citando os escravos fugidos e refugiados no topo das montanhas de granito, que pareciam as cortinas das janelas das casas brasileiras, e numa destas passagens, uma anciã escrava com medo da repressão se joga do penhasco, sendo descrita por Darwin como mera brutal obstinação, e não uma paixão nobre pela liberdade, ironizando.


Cada trecho me encanta, cada toque social, não só naturalista, Darwin nos surpreende. O quê abolicionista também é explícito, a viagem do Beagle nos deixa boas recordações sobre a natureza quase intocada da Mata Atlântica, e sobre o triste retrato da colonização brasileira com o regime escravista. A também as críticas do Darwin burguês, no Brasil sem regalias, onde relata fome e sede durante a viagem, tendo galinha, arroz e farinha para comer. Um dos trechos mais cômicos.


Fala sobre crescimento populacional e área do Brasil, o modo-de-vida dos negros, os principais alimentos, e as passagens de vergonha que ele teve ao chegar em Sossego.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O retorno da síndrome do Lattes


Andei pensando após algumas atitudes que observei ultimamente e resolvi mensurar o preço de um Lattes.

Artigo em revista _______"não converso com minha mãe a um mês, e moramos na mesma casa"

Um livro publicado _______ final de namoro

Resumo expandido _______ um amigo a menos

Mais um poster com meu nome _______ "hei cara, não conta pra ninguém desse congresso"

Primeiro autor em... _______ "vamo publicar, tem que publicar, a coisa é número..."


Resultado : Mestrado = APROVADO !?!?!?


Valeu a pena?
Pra mim não!

E olha que quem está se surpreendendo com isso sou eu, "o cara que é competitivo demais! "

Ser social e ocupado

Refletindo a síndrome da não postagem por essas bandas. Síndrome esta que reflete a falta de tempo, falta de criatividade, falta de ânimo, auto-estima. O impulso das teclas é perdido pela passividade, cansaço, desmotivação. O quão danoso é deixar algo ao léu em pleno burburinho desconstrutivo?

Lá se vão hipóteses e mais hipóteses, até chegar em meu café, e dele extrair sua substância mais afrodisíaca para as madrugadas afora, a cafeína, que me destrói por não deixar rastros de sono, este último é meu principal inimigo nestas madrugadas de dias de semana cheias de afazeres a cumprir.

O ser social e, consequentemente, ocupado dá lugar às inúmeras brechas que tem ao dia, e faz seu trabalho social, de mobilização e intervenção na sociedade virtual. Quanto tempo custa desabafar? Quanto tempo nos custa conversar sobre A ou B no MSN? Quanto tempo custa olhar fotos alheias no orkut? Ou até mesmo baixar aquele filme pornô da pesada, que é lançamento nacional com aquela prostituta impecável e famosérrima por ser a ex-namorada de um jogador X de futebol?

Afinal, não aguento mais frase do teor: "- Não tenho tempo!". Ou, estou ocupado não tenho horário vago. Aquela frase de Sócrates, adaptada claro, "- Cago, logo tenho tempo!".

Vagos aqueles que não usurfruem o dia a partir de noções existencialistas e sim, futilmente, ociosas. Esse último comentário é embasado na nossa ontogenia na cama. Um dia, algumas horas na cama, perdidas ou ganhas?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Extensão, Revolução Didática e a "Porra Toda"


Tenho buscado me informar ante a Pedagogia, de fato, Crítica-Social e numa das minhas pesquisas googleanas, encontrei uma escola-modelo com a metodologia defendido por Rubem Alves, bem próxima à Escola da Ponte. Me senti surpreso por existir uma Escola, que segue esta tendência, no Brasil. Um breve resumo da metodologia empregada na escola se encontra logo abaixo.

Embora um defeito, a Escola é privada (particular ou paga, seja lá como vocês quiserem denominar), triste retrato refletido no Brasil. A escola pública, de qualidade e socialmente referenciada, não existe. Ao se aplicar Projetos de Extensão em escolas públicas, há um certo receio, diríamos resistência, por parte de alguns dinossauros Estes, só falam pelos corredores nos salários, na política municipal, nos conteúdos. Os alunos? Os alunos são cabeça de gado, isso mesmo, Estatística. Cada cabeça tem seu devido valor financeiro. Não existindo brechas para críticas, só conteúdo, conteúdo, conteúdo, passividade. Ah, não esquecendo! Se promover a perturbação do Sistema vigente, o professor é mandado embora, a opus dei (melhor, Movimento Jesuíta, ou melhor ainda, Inquisição) existe e está bem próxima à nós, mas isso é tema para um próximo post.

Outra questão importante e plenamente observada hoje em dia. As revoluções pedagógicas existentes nas Escolas Públicas são temporárias, em prol de um concurso lançado por uma Empresa, outro lançado pelo Governo. Não existindo esta justificativa, o professor que está a frente do processo é denominado louco, ou utópico, e isso enfraquece o ensino, os próprios professores com sensos-comuns danosos aos outros, que agem com bom-senso ante a escola que fazem parte. Jogo de interesses puro e aplicado. Perco totalmente meu tesão ante tais práticas maquiavélicas em prol de gratificações, status hollywoodiano, exclusão social. Ué, exclusão social? Onde ela se encaixa? A exclusão social é implícita neste processo, afinal um ganha e outros têm de perder, é análogo ao vestibular, um passa e os outros têm de passar mais um ano da vida tentando entrar em uma Instituição de Ensino Superior (de preferência para "ganhar dinheiro"), e quando alcançam esse "status" encontram professores despolitizadores em disciplinas-chave como Prática Pedagógica/Sociologia/Filosofia, aliás, as disciplinas-chave deveriam se ampliar e não ficar em torno deste reducionismo, que encontramos até na própria preconceitualização de alguns cursos de Humanas, que tem como fim, a crítica ao social.

Os projetos de Extensão atuais, também seguem os ditames do reducionismo acadêmico, não há um holismo, uma interdisciplinaridade. Afinal professores de Departamento X, com alunos do Departamento X, fazem parte de Projeto X, como visto em diversos relatórios de Pró-reitorias de Extensão por aí. Isso se aplica na Educação Básica também, Professor X da Disciplina X com os alunos da sala X fazem parte do Projeto X, modelo análogo ao das Universidades, perceberam? Que o problema está no modelo dos Projetos de Extensão atuais. Se ensina o individualismo desde cedo, até porque os alunos estão mesmo é interessados na bolsa, que está acoplada aos editais de Extensão, não posso negar também este fator importantíssimo da análise, a disputa por essa fonte de renda acadêmica também promove o afastamento de extensionistas, futuros professores. A solução está na manutenção direta do Projeto de Extensão, que deveria existir, acabando com essa cultura de orientadores, bolsistas e futuros bolsistas, onde o dinheiro destinado a bolsa, seria direcionado diretamente aos ônus nossos de cada-dia, todos levariam no final do dia as notas fiscais (até como cidadania?! "mais dinheiro para o Estado") com um teto de gastos, justificaria-se a destinação do dinheiro público, e se aquele dinheiro aplicado foi realmente necessário. Quantos alienados a Indústria das bolsas produz hoje em dia, já não chega na Pesquisa? PIBIC, PIBICJr, o cão de chifres, agora PROBEX? A bolsa da Extensão é, digamos, uma forma de se adequar ao Sistema, como sempre argumentei, fonte de despolitização. Ah, se o dinheiro da Extensão/Pesquisa fosse com o dinheiro do Centro Acadêmico de Biologia, que tenho de prestar contas no final da gestão, tudo mudaria. A pressão político-social aumentaria, e o melhor as responsabilidades também. Enfim, a prática pedagógica existente hoje em dia me entristece, primeiro por aqueles que estão a frente de uma disciplina tão importante como esta citar que o aluno, e o facilitador (vulgo professor), não tem como empregar o sistema de Pesquisa/Extensão na sala-de-aula, formando sujeitos críticos, pró-ativos e intervencionistas, tendo como produto não só um cientista, mas um profissional idôneo. Lamento, não termos exemplo de escolas como esta em nosso dia-dia, em nosso círculo social.

Em breve, será criada uma escola com o método desconstrutivista. Pois a construção, em um sistema como este, só após o impacto e a reflexão de uma nova realidade, voltada ao Pensar! Criticar! Agir!

http://www.iece.com.br/

Proposta

Hoje, o IECE tem segmento do GII (1 ano e 8 meses)até o 9º ano, e em todo o Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano) vem se estabelecendo, junto com alunos e pais, numa proposta voltada para a autonomia do aluno - o aluno se torna ator e responsável por seus estudos e se implica nas realizações coletivas. Estas mudanças são decorrentes do reconhecimento de que, desta maneira, educa-se de verdade para formar o sujeito capaz de propor, questionar e participar da sociedade.


Metodologia

A Casa Escola pratica a insterdisciplinaridade através de Projetos de Pesquisa que envolvem as diversas áreas de conhecimento (Matemática, Linguagem, Geografia, História, Ciências Físicas e Biológicas, Artes, Língua Estrangeira e Informática Educativa).


Os professores orientam os alunos a desenvolverem um projeto de pesquisa de forma que eles possam:

• Escolher um tema a ser pesquisado;
• Transformar o tema em objeto de curiosidade;
• Resgatar e registrar o conhecimento já existente sobre o tema;
• Levantar questões sobre o tema a ser aprofundado;
• Formular hipóteses acerca do tema questionado;
• Escolher e selecionar os materiais que subsidiarão a pesquisa;
• Organizar o tempo e o espaço para desenvolver a pesquisa;
• Adequar os conteúdos curriculares ao tema;
• Comparar e relacionar as respostas encontradas com as hipóteses levantadas anteriormente;
• Concluir e registrar a pesquisa;
• Realizar a apresentação do projeto;
• Realizar a avaliação do processo

A avaliação acontece no decorrer de todo o processo, desde a escolha do tema à conclusão do projeto; através de fichas (de conteúdo e auto- avaliação), conselho de classe e trabalhos em pequenos grupos.

Esta metodologia se desenvolve a partir de um ambiente afetuoso de trocas e estímulos, onde o aluno participa, coopera, constrói internamente e socialmente conhecimentos significativos, que possam ser transformados, apropriados e utilizados em sua vida e no exercício para a cidadania.

Dando suporte ao projeto de pesquisa outros PROJETOS PARALELOS vão acontecendo na rotina da escola, estimulando o aluno a escrever, ler, falar, comentar, refletir, tomar decisões, criar...

Na metodologia adotada enfatizamos sistematicamente o trabalho com as diferenças e a importaância das mesmas para o aprendizado e respeito entre todos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cabeças vão rolar, e rolaram...

Ao expoente em termos legais do holística, vide artigo 2 do código holístico, referiu-se o pedido de cassação da integrante Patrícia Basílio por exposição de conteúdo inapropriado e execrar os pilares erguintes do Holística, a filosofia e a ciência. Dito isso, executou-se democraticamente uma votação sobre permanência/exclusão da ré supracitada. No total de 6 votantes (votos dos ofídios mais representantes), obteu-se por maioria, o pedido de retirada da ré como postante. Quanto a permanência dos posts e comentários já concretizados, relatem a sua aceitação ou não.

Cordialmente, banca suprema (;>) dos ofídios.

Pequenos problemas

Ops!

Quando fui dar uma olhada no Holística hoje, vi que o layout sofreu algumas modificações. Peço paciencia a todos vocês, pois prontamente estaremos colocando tudo em ordem! Abraços!

domingo, 2 de novembro de 2008

Minha própria quadrilha


Lendo um pouco do "mineirinho célebre", uma pergunta voltou a mexer com os impulsos elétricos de meu encéfalo:
De onde veio J. Pinto Fernandes?

Parando mais um pouco e refletindo, auxiliado pelas idéias do amigo Melo, outra pergunta começa a batucar em minha mente: Será que eu sou um J. Pinto Fernandes?

Se sou esse cara, como posso saber a real influência da minha entrada no circulo de relacionamentos de alguém?

Então tá, as coisas acontecem assim, agente nasce, aprende que se chorar ganha comida, aprende a andar de bicicleta, a jogar video game ( nem todo mundo), ai então começa a aprender coisas que depois de um tempo vai saber que estão erradas. No decorrer desses acontecimentos, pessoas começaram a participar da "quadrilha" de diferentes forma e cada uma destas trouxe sua bagagem que certamente modificou, por menos que seja, a formação dos pontos que me caracterizam. Foram estes os memes que eu recebi e que formaram o eu de hoje.

Vamos pensar, a probabilidade de eu estar agora sentado em frente ao computador, digitando esse post, é igual a probabilidade de que eu estivesse em outra cidade, dançanco rumba do lado de um chimpanzé vestido de Elza Soares. Devo então agradecer a algum J. Pinto Fernandes por isso? Ou será que algum amigo meu deveria me agradecer por não estar na situaçao supracitada?

Bom, essa resposta eu nunca vou ter, resta a mim agradecer por todos os memes que me trouxeram a onde estou agora e me divertir pensando nos "serás" da vida.

sábado, 1 de novembro de 2008

Biografia Naturalmente Seletiva

Disseram que o Darwin era pastor, gigolô, autodidata, nazista, esquizofrênico, macaco (sic), mulher do Wallace. Muitos sensos-comuns dispersos como poeira ao vento, embora um dia tendam a abaixar devido a ação da gravidade, digo isso porque até respirar neste meio espalha mais os sensos-comuns, tão danosos à sociedade, que alienadamente memetizam essas estórias.

Falta respeito à vida de Darwin, e todo legado epistemológico que ele deixou após revolucionar a estrutura fixista formada por diversos agentes clericais embasados no livro traduzido em diversos idiomas. Bem antes do fixismo Finalista, tínhamos concepções naturalistas bem mais interessantes como o Animismo, onde os elementos da natureza tinham seus respectivos deuses, e o Vitalismo, onde todos os seres que eram realmente vivos apresentavam uma força vital, uma energia, sendo esta escola descoberta antes do advento da Medicina, que acabou com essa estória da Força Vital, o Finalismo foi a última concepção naturalista que existiu, onde todas as espécies eram imutáveis, baseada também no sistema de organização biológica lineana, nada de colocar o tal do Hennig em jogo ainda nesta época, claro que também temos de "cronologicar" nossa argumentação. Com a revolução epistemológica de Darwin, houve o impacto e, consequentemente, fizeram a cruz dele.

Acusaram-no de criar o Darwinismo Social, altamente defendido por Spencer, alguns anos após a Seleção Natural entrar em foco na ciência internacional. Acusaram Darwin da mesma forma, com essa idéia de Darwinismo Social, de Nazista. Enfim, na época de caixeiro viajante, Darwin passou pelo Brasil, e como escrevia cartas para diversos amigos que ele cativou pelo mundo, (vide o site darwin-online) em uma delas expôs ante o sistema escravista que ainda imperava:

Tentando fazer-me entender, comecei a falar alto, a gesticular e, ao fazer isto, passei a mão perto de seu rosto. Ele, suponho, pensou que eu estivesse com raiva e ia bater nele, pois, imediatamente, com um olhar amedrontado e os olhos semicerrados, baixou os braços. Nunca esquecerei o meu sentimento de surpresa, desagrado e vergonha, ao ver um homem grande e forte com medo até mesmo de desviar-se de um golpe dirigido, como pensou ele, para seu rosto. Esse homem havia sido treinado para suportar uma degradação mais abjeta do que a escravidão de um animal mais indefeso.


Darwin nos surpreende e, neste trecho, expõe bem sua revolta ao que acontecia com o fator social no mundo, nada de bichinhos, plantinhas, fungos, bactérias ou protozoários sem levar em conta o fator antrópico!

Darwin tinha embasamento naturalista forte! Ao contrário, do que muitos pensam, que o Pastor da Igreja Anglicana, o Rev. Robert Charles Darwin não tinha embasamentos teóricos sobre Biologia, ele tinha uma excelente formação em áreas da Biologia, e segundo minha amiga Silvana.

Até hoje, existe uma publicação no início do termo letivo com todas as palestras e seminários que serão ministrados em todos os departamentos e centros de pesquisa. Qualquer um (aluno ou não) pode assistir a essas "lectures". Darwin tinha dois grandes professores que eram seus tutores. Um de Geologia e outro de Botânica. Além de ter treinamento excelente na zoologia. De tal maneira que Darwin era, sem dúvida alguma, um naturalista. Nada comparável ao nosso amigo formado em Letras e que só escreve sobre aquilo que não sabe.


Nem ao menos conhece o trabalho de Gould contra a microevolução, devido aos embates de época, e também contextualizar os trechos de Eldredge, esses dois serão os temas dos próximos posts. Fico somente com Darwin por hoje.

Respeito àquele que revolucionou a Biologia! Epistemologicamente correto, Darwin nos surpreende até hoje, com essas cartas cobertas pela poeira que citei lá no início deste texto. Pitis, faniquitos e muita, mas muita falta de respeito, são ditas por aqueles que ainda estão parados no calabouço conceitual fixista. Sendo crucificadamente vítima de diversas manifestações infundadas, onde nós percebemos a ausência da figura de Wallace, outra figura importantíssima para a revolução epistemológica, onde levantou o poder argumentativo do que seria um dia a Seleção Natural.