A janela semi-aberta, vítrea clorofilada, computador ao som de "born to be wild". Alguns dípteros acasalando, a cortina em cores parecidas esconde a outra metade da porta do castelo para as formigas. Observo um casal de víboras, a minha amiga antiga, que perdeu uma das patas dianteiras em uma de minhas investidas na porta (uma verdadeira guilhotina), e a outra uma intrusa, que logo fica imobilizada ao ser percebida por minha amiga víbora. Paro para perceber aquela situação caótica, diversos grunhidos à música que se repete duas, três vezes, desligo a caixa de som, permaneço como investigador do mundo animal. Não tenho um modelo de etograma, mas mentalmente está tudo registrado. Sigo olhando as duas víboras, logo percebo que não era território e sim acasalamento, e lá se vai para um lado, para o outro, e mais grunhidos, a minha querida amiga(o) - ainda não sei o gênero -, conquista a parceria e ganha o rumo dos bastidores, lá se foram as duas para a escuridão atrás da cortina.
Ligo o som.
Continuo a vida.
O verde da parede chama a atenção, descanso a vista. Dor de cabeça aumenta. Pássaros ganham vida, o Sol nasce, daqui a pouco começa a missa na televisão.
Hora de dormir, sonhar, por alguns minutos, em qual destino aquelas víboras ganharão, outros nem tanto.
O verde da parede chama a atenção, descanso a vista. Dor de cabeça aumenta. Pássaros ganham vida, o Sol nasce, daqui a pouco começa a missa na televisão.
Hora de dormir, sonhar, por alguns minutos, em qual destino aquelas víboras ganharão, outros nem tanto.
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